Prefeitura de Manaus adere a projeto para qualificação do atendimento ao pré-natal

A Prefeitura de Manaus aderiu, na manhã desta terça-feira, 6/7, à iniciativa “Força Pré-Natal do SUS”, com o objetivo de qualificar o atendimento para redução da mortalidade materna. O termo de adesão foi assinado na Unidade 5, do Centro Universitário Fametro, com a participação de representantes do Ministério da Saúde, das secretarias de Saúde do município (Semsa Manaus) e do Estado (SES-AM). A primeira ação prática da estratégia foi a realização da 1ª Oficina Regional de Qualificação da Atenção ao Pré-Natal, que se estenderá até a próxima sexta-feira, 9.

Na ocasião, a secretária municipal de Saúde, Shádia Fraxe, lembrou que, por ser médica, com residência em Saúde da Família, pôde vivenciar a dinâmica da Atenção Primária, inclusive no que se refere à atenção integral à mulher e ao pré-natal. “Vejo essa oficina promovida pelo Ministério da Saúde como uma pauta muito positiva. Desde o início da gestão, o prefeito David Almeida tem defendido a necessidade da qualificação profissional como mecanismo para melhorar o atendimento. Com essa estratégia, serão qualificados servidores municipais e estaduais, no âmbito da Atenção Básica. Todos temos a ganhar com essa iniciativa, principalmente para o nosso principal objetivo, que é evitar a morte materno-infantil”, afirmou.

A coordenadora-geral dos Ciclos de Vida e diretora substituta do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas do Ministério da Saúde, Lana de Lourdes Aguiar Lima, disse que a mortalidade materna é um dos maiores problemas de saúde pública no mundo. Segundo ela,
90% das causas são evitáveis, bastando, para isso, acesso à saúde precoce e de qualidade. Ela apontou como as principais causas de morte materna, hoje, a hipertensão e distúrbios hipertensivos, as hemorragias e as síndromes infecciosas. “Esse quadro foi agravado pela pandemia de Covid-19, que se tornou a principal causa indireta de morte de gestantes e puérperas no país”, destacou.

Dados do Sistema de Informações e Vigilância Epidemiológica – Gripe do MS (Sivep-Gripe) apontam que de março a dezembro de 2020, morreram 551 mulheres no período gravídico e puerperal no país. Só nos seis primeiros meses de 2021, já foram 1.209 óbitos.

A representante do MS atribui essa elevação ao aumento no número de casos de infecção, principalmente pela chegada de uma nova cepa do coronavírus, mais transmissível e, provavelmente, mais agressiva à saúde da gestante. “Nesse cenário, o Ministério da Saúde tem reunido esforços para fortalecer a Rede Cegonha. Desde o ano passado, já destinamos mais de R$ 1 bilhão a estados, municípios e ao Distrito Federal, direcionados ao cuidado específico às gestantes e puérperas do país, infectadas por Covid. Dentre esses recursos, mais de 500 milhões foram usados para o fortalecimento de ações estratégicas de apoio à gestação, ao pré-natal, ao parto, puerpério e ao pré-natal odontológico, entre outras iniciativas”, informou.

Segundo ela, as particularidades das cidades do Amazonas, dentro desse contexto, levaram a equipe do Ministério a criar essa estratégia. “Atendendo às especificidades de cada local, o Ministério da Saúde traz a ‘Força Pré-Natal do SUS’, um projeto-piloto, ao Amazonas, e a proposta é, posteriormente, ampliá-lo para todo o país”, explicou.

O projeto contempla, além de Manaus, os municípios de Presidente Figueiredo, Itacoatiara, Atalaia do Norte, Iranduba, Manacapuru, Manaquiri, Careiro Castanho, Nova Olinda do Norte e Careiro da Várzea. “São realidades diferentes, territórios singulares, que requerem monitoramento e estratégias diferenciadas para que seja possível alcançar a realidade do Estado do Amazonas”, ressaltou a secretária executiva adjunta de Políticas em Saúde da SES-AM, Nayara Maksoud.

A representante do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Amazonas (Cosems), Gigellis Duque Vilaça, destacou que no ano de 2021 está em construção o Plano Municipal de Saúde, documento que vai nortear as ações de saúde nos próximos quatro anos. “É um instrumento de planejamento no qual deverão ser definidas todas as estratégias e metas, incluindo a rede materno-infantil, a serem encaminhados junto aos gestores e secretários de saúde, para uma saúde de qualidade, que é o que todos queremos”, informou.

As atividades da oficina serão desenvolvidas na Unidade 5, do Centro Universitário Fametro. A coordenadora do curso de Medicina, Graça Alecrim, classificou como muito positiva a parceria para a realização da qualificação. “Todos os cursos de Medicina trabalham em unidades de saúde, municipais e estaduais. Ter essa capacitação sendo realizada em nossas instalações é muito importante”, disse.