MANOEL BASTOS LIRA – O DESPORTISTA E O CIENTISTA (2ª. PARTE).

Gaitano Antonaccio

O professor Bastos Lira amava tanto o Atlético Rio Negro Clube, que lhe dedicou um livro volumoso onde escreveu em 752 páginas a história dessa gloriosa agremiação, quando a mesma completou setenta anos de existência. O livro intitulado Sete Décadas de Barriga-Preta é um hino de amor ao Atlético Rio Negro Clube.

A obra descreve com requinte de detalhes, a epopeia sociocultural e desportiva do Atlético Rio Negro Clube, assunto que necessitaria ser completado e estendido nos 100 anos dessa majestosa agremiação, que ocorreu em13;11;2013. Trata-se da história de uma agremiação que se tornou conhecida nos gramados de futebol do país como a equipe do Galo Carijó, que em virtude do seu requinte social foi chamado de Aristocrático da Cidade. É o único clube social ainda em atividade em Manaus. Lira dirigiu o famoso clube da barriga preta, por várias décadas dedicando alguns anos de sua vida ao Clube. Algum historiador deverá completar essa história.

Autêntico rionegrino de carteirinha e estandarte, não contemplava em sua concepção esportiva, nenhuma agremiação no Brasil, que sobrepujasse o Atlético Rio Negro Clube em alguns itens, como por exemplo, o modelo do escudo, tipo de equipamento e outras formas de apresentação. Só existia para ele o Atlético Rio Negro Clube, que desde a sua fundação no dia 13 de novembro de 1913, adotou o esporte como principal meta de existência, haja vista, a designação do próprio nome, escolhido por alguns jovens daquela época, conseguindo impressionar os órgãos de imprensa, ressalvadas as exceções dos resistentes aos arroubos da juventude, por mania de tradição. Vejamos, o que pensavam os grandes formadores de opinião da década de 1960: Do saudoso jornalista Herculano de Castro e Costa:

Falar do Atlético Rio Negro Clube é falar do Amazonas fidalgo, do Amazonas ilustre, do Amazonas que se ufana de suas tradições de requinte e distinção.

Do emérito presidente de honra do Clube e dinâmico jornalista Aristophano Antony, membro efetivo da Academia Amazonense de Letras: O Rio Negro é odiado justamente, porquê, sozinho, vale mais que todos os outros juntos; do professor e outro saudoso imortal da Academia Amazonense de Letras e ex-governador Paulo Pinto Nery: O Rio Negro é o orgulho do Amazonas; do exímio orador, médico e intelectual Dr. Adriano Augusto de Araújo Jorge, um dos baluartes da fundação do Ideal Clube, coirmão do Rio Negro: Sim, porquê, cabe aos clubes a orientação mental e física dos seus associados, sob pena de estarem a mentir, tremendamente, à sua função social de finalidade educativa, saneadora, eurrítmica e, consequentemente, eugênica. Aqui, só o nosso Rio Negro objetivo. É impossível citar a todos, sem deixar de cansar o leitor, além de desviar o curso da história tratada nesta biobibliografia, para a trajetória gloriosa do Atlético Rio Negro Clube, quando em verdade, proposta aqui é a de historiar um pouco desse grande cientista amazonense que foi sem dúvida, um grande farmacêutico e bioquímico.
Pertencendo a um variado número de entidades e de academias nacionais e internacionais foi sócio Honoris Causas da Academia Nacional de Farmácia; membro da Academia Amazonense de Letras; Sociedade de Química e Farmácia; sócio vitalício da American Association for the Advancement of sience; da American Chenical Society; sócio efetivo do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA); Titular III da Universidade do Amazonas; membro conselheiro e fundador da Associação dos Escritores do Amazonas; sócio remido, benemérito e honorário do Atlético Rio Negro Clube e presidente de honra da referida agremiação; foi admitido também, membro da Academia de Ciências de Nova York, em Dezembro de 1989. Além dessas entidades, inúmeros outros silogeus científicos, artísticos e literários possuem em suas galerias o nome desse inesquecível e prestigiado cientista da Amazônia.

Por seu imenso prestígio foi eleito o primeiro presidente do Conselho Federal de Farmácia instalado no Amazonas, mediante a Resolução nº 37/1972, criando o CRF- 22, com jurisdição no Estado do Amazonas e nos territórios federais do Acre, Rondônia e Roraima, hoje elevados à categoria de Estado. O Amazonas, em verdade, até o mês de abril de 1973 possuía um reduzido número de profissionais farmacêuticos5, e em conseqüência, não tinha sido criado até então uma Delegacia do Conselho Regional de Farmácia, dispondo como apoio, o CRF-1, funcionando no Estado do Pará, e o delegado representante do CRF-1 no Amazonas, durante vários anos foi o incansável e competente professor Lira.

Mas, finalmente, com amplo sucesso, no dia 02 de abril de 1973, o Conselho Federal de Farmácia instalou o CRF-22 na rua Ramos Ferreira nº 1392-altos, liberando o Amazonas da dependência do Conselho Regional de Farmácia do Estado do Pará. A primeira diretoria6 desse novo Conselho ficou assim constituída: Presidente: Dr. Manoel Bastos Lira; Vice -Presidente: Luíza Barbosa; Secretária: Regina Célia da Silva Pereira; Tesoureiro: Waldemar da Costa Gonçalves Filho; Conselheiros: Paulo José da Fonseca Monteiro, Vittorio Figliuolo, Altair Severiano Nunes, Francisco Vasconcelos Dias, Maria Lúcia Alves de Carvalho e Maria do Carmo Gomes Pinheiro. (Aguarde a terceira parte, final deste artigo).

*Conselheiro da Fundação Panamazônia, membro das Academias de Letras, Ciências e Artes do Amazonas; de Ciências e Letras Jurídicas do Amazonas; Brasileira de ciências Contábeis; de Letras do Brasil; de Letras e Culturas da Amazônia – ALCAMA; correspondente da Academia de Letras do Rio de Janeiro, idem do Instituto Geográfico e Histórico do Espírito Santos e outras