ARGUMENTOS EM DEFESA DA BR – 319 – (2ª. PARTE)

Gaitano Antonaccio

A rodovia BR-319 teve a sua inauguração em 1976, ligando a cidade de Manaus, Amazonas a Porto Velho, Rondônia. Esta rodovia possui vários trechos não pavimentados há mais de 35 anos, o que representa grandes prejuízos para quem trafega pela mesma. Necessitando de uma recuperação a rodovia tem encontrado barreiras com exigências ambientais nem sempre corretas, lógicas, verdadeiras ou patrióticas. Muitas dessas exigências são visivelmente de cunho político e visando atender interesses diversos, e que não cabe aqui neste artigo apresentar denúncias ou fazer acusações que não encontrarão ressonância.

Logo após a sua inauguração a rodovia o transporte rodoviário precisava apenas de 12 horas para ser percorrida entre Manaus e Porto Velho, tornando-se, todavia, intransitável, a partir de 1978. Malgrado a notória demagogia governamental, nos governos de Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma, entre os anos de 1995 a 2016, que mantinham a recuperação da rodovia como obra prioritária e de infraestrutura, sem jamais terem efetivado uma recuperação total, havendo apenas algumas obras de pavimentação e conservação nas extremidades da estrada, e no sentido Porto Velho, Rondônia e Humaitá, Amazonas, além dos trechos Manaus-Careiro, Amazonas.

O trecho mais importante desta recuperação, que fica no meio da rodovia, com 405 quilômetros de extensão, continua a ser a parte mais crítica da ligação entre Manaus e Rondônia. Entre os anos de 2005 a 2008 e seguintes, a BR-319 tem sido alvo de exigências ambientais das mais diversas formas, alegando alguns órgãos que não se trata de recuperação, mas de reconstrução. Em 2013, apesar de ter sido liberada a licença para a obra, desta feita surgiu a Funai – Fundação Nacional do Índio, para impedir o avanço. Mais recentemente no governo do senhor Jair Bolsonaro, tentando cumprir promessa de campanha, as obras continuam recebendo crivos e são impactadas.

Indiscutivelmente, o homem deve ser antes de tudo, o primeiro ser vivo a ser pensado na sua coexistência com a natureza e tem necessidade imperiosa de se integrar com outras regiões e jamais poderá alcançar esses benefícios sem o transporte. E as rodovias têm sido o meio mais comum no mundo moderno. O maior exemplo da importância das rodovias no Brasil pode ser enfocado com a construção de Brasília, cujo crescimento logo após sua fundação deu-se graças à interligação com todas as capitais vizinhas, por meio de rodovias interestaduais. Não consta que em Brasília haja transporte marítimo, fluvial ou lacustre para transportar cargas ou seres humanos, por opção geográfica.

Além disso, não é verdadeiro, que a BR-319 está sendo construída, ela está necessitando de recuperação, e não se pode, pois, tratar o assunto, como celeuma de meio-ambiente, pois o seu projeto já foi executado há mais de 50 anos, faltando apenas que os senhores do Poder definam a sua completa recuperação – não é construção. Informe-se às ONGS. Os equívocos encontrados na publicação da Agencia Brasil que fez um relatório fundamentado com a opinião de pessoas que desconhecem a realidade Amazônica, tanto do homem quanto da natureza exuberante, que está aguardando para ser tocada e servir a esse mesmo homem, podendo ser definidos em tese, como um descalabro pela ausência da verdade.
Dizer simplesmente que a BR-319 é inviável economicamente e que dará prejuízos de milhões nos próximos anos, de acordo com estudos da ONG – Organização Não Governamental – Conservação Estratégica, dirigida por alienígenas é realmente servir aos senhores da cobiça internacional, com uma interpretação equivocada sobre o que significa estrategicamente a palavra prejuízo, principalmente usando um tempo em que somente Deus saberá como estará o mundo, a humanidade e os sofistas das ONGS. E o lucro social, não é para ser considerado? Que se dane o homem?

O relatório da ONG acima referida informa que a BR 319 foi construída durante o governo militar (essa citação é tendenciosa), mas a falta de conservação fez com que a rodovia ficasse intransitável. E daí? Os militares estão fora do poder desde 1980, ou seja, há mais de 40 anos passados. Quem não conservou a rodovia? Com certeza entre os responsáveis pela não conservação da BR-319 estão as ONGS que não se dispuseram a colaborar para manter integrado o Norte ao Sul Maravilha e ao Sudeste. Mas essa é uma omissão lógica, pois algumas ONGS não estão na Amazônia para estudar e proteger o homem que nela vive e sofre. Elas estão preocupadas em estudar o solo, o subsolo, pesquisar as riquezas da região e impedir a sua exploração econômica em favor dos seus verdadeiros proprietários. Poucas são as que divergem dessa atuação.

O licenciamento concedido para restaurar um trecho de 400 quilômetros da BR-319, segundo o frágil relatório exposto pela Agencia Brasil, tem sido motivo de polêmica na sociedade, no Parlamento Nacional e até mesmo dentro do governo federal. Novamente vem o sofisma, a mentira descarada, porque a sociedade amazônica clama pela recuperação da rodovia e quem retarda e atrapalha as obras, são os setores isolados e os servidores clandestinos de algumas ONGS, que servem a um mundo esgotado de riquezas naturais. Não estão (eles mesmos), falando em destruir florestas para construir a rodovia. Falam na recuperação, o que sintoniza com bom senso e progresso, se realizada a obra.

Muito mais cômico do que trágico é dizer esse relatório que, enquanto os defensores da recuperação da BR–319 afirmam que a estrada vai ajudar a escoar a produção da região para o resto do país, os ambientalistas contraditórios desmentem, dizendo que a obra aumentará o desmatamento na Amazônia. Ora, é como se na selva de pedra em que vivem estes senhores não poder ninguém sair nas ruas, porque seriam vítimas da violência urbana.

Será que alguém lúcido de suas faculdades mentais poderá negar que a rodovia BR 319 vai escoar a produção da região Amazônica para o resto do país e integrará socialmente as populações de cidades como Humaitá, Careiro, Manaquiri, Beruri, Borba, Lábrea, Careiro da Várzea e outras, na sua extensão de 880,4 Km, entre Amazonas e Rondônia? Ser contrário ao progresso por suposições ou temor? No século 21? Se nós acreditarmos na suposição das ONGS, mergulharemos no horror do atraso brasileiro nas capitais do Norte, provocando a exclusão de milhões de homens da Amazônia do processo civilizatório moderno. Precisamos impor nossa soberania amazônica, já!

*Conselheiro da Fundação Panamazônia, membro das Academias de Letras, Ciências e Artes do Amazonas; de Ciências e Letras Jurídicas do Amazonas; Brasileira de ciências Contábeis; de Letras do Brasil; da de Letras e Culturas da Amazônia – ALCAMA; correspondente da Academia de Letras do Rio de Janeiro, idem do Instituto Geográfico e Histórico do Espírito Santos e outras. ”