AMAZÔNIA – TEMA PARA POETAS DA NATUREZA – (2ª. PARTE)

Gaitano Antonaccio

O Exército Brasileiro, a Marinha e Aeronáutica realizam um trabalho excepcional de proteção de nosso solo, subsolo, terra, ar e água. O governo federal deveria dar autonomia às nossas briosas Forças Armadas para coibir essas negociações impatrióticas. Por que o senhor Johan não comprou estes 160.000 hectares de terras nas caatingas do Nordeste brasileiro? Lá, inclusive o governo brasileiro poderia conceder incentivos fiscais para a implantação de indústrias, até mesmo cassinos, áreas de lazer, parques temáticos, centros de turismo e outros empreendimentos capazes de povoar e fertilizar tanta terra de gente sofrida com as secas, doenças e outras mazelas.

O general de Exército Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, ex-comandante militar da Amazônia tem sido um amante intransigente da Região, apaixonado e estudioso das suas incontestáveis belezas e riquezas criou raízes no solo em que comandou seus soldados, e, dizendo ao que veio, congregou civis e militares para defender a Região, afirmando que a mesma tem sido tratada amiúde como uma Colônia, pelo poder público federal, além de alguns estados brasileiros. E uma das provas cabais desse tratamento, faz-nos lembrar a publicação do Decreto-Lei nº 288, de 28.2.1967, criando a Zona Franca de Manaus, mas, que passou 24 anos numa incubadora do Congresso Nacional, desde 1953, quando o deputado pelo Estado do Amazonas, Francisco Pereira da Silva, apresentou um projeto de Lei que criava uma área de livre comércio e de inventivos fiscais no Amazonas. O Decreto-Lei nº 288 surgiu logo após a chegada do Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco assumindo a presidência da República. Mas, infelizmente desde a dia dessa publicação o Amazonas jamais deixou de ser perseguido pelos adversários multifacetados da Zona Franca de Manaus, torpedeando os seus incentivos.

Mas, não apenas os militares que assumem o Comando Militar da Amazônia têm tido essa preocupação com os destinos da Região. Os gritos de alerta de homens notáveis nascidos na Amazônia têm sido ecos que se perdem num deserto de indiferenças do poder público. Homens do quilate intelectual de Arthur César Ferreira Reis, Samuel Isaac Benchimol, Djalma da Cunha Batista, Mário Ypiranga Monteiro, Leandro Tocantins, João Nogueira da Mata, João Chrysostomo de Oliveira, Carlos Dagoberto de Araújo Lima, Agnello Bittencourt, Mavignier de Castro, Manoel Bastos Lira, Moacir Couto de Andrade, Aderson Pereira Dutra, Paulo Herban Maciel Jacob, todos de saudosa memória, além dos que continuam nas trincheiras como José Bernardo Cabral, Thiago de Mello, Dr. Antônio Suto Loureiro, o autor que ora escreve este artigo, constituem sem dúvida um exército valoroso, contra a invasão, a cobiça e o saque por meio de contrabando de nossa biodiversidade, riquezas de solo e subsolo.

Os que se vestem de conquistadores sutis, os estrategistas silenciosos, os líderes de um mundo conquistado com a riqueza mesquinha e jamais distribuída, estão querendo tomar posse da região, já tendo se apossado de grandes faixas de terras, na calada da noite, contando com a conivência dos criminosos sem pátria e sem civismo, que se dizem falsamente brasileiros, ingressam na Região sem qualquer censuras ou vigilância, negociam terras que já conhecem suas riquezas de solo e subsolo com detalhes mapeados por Organizações Não Governamentais que usam a espionagem facilitada pela imensurável tecnologia das grandes potências e escolhem minuciosamente, o que pretendem.

No pretérito dia 8 de janeiro de 2007, o jornal Diário do Amazonas, de Manaus, publicou que um invasor sueco de nome Johan Eliasch, que tem sua Pátria esgotada de recursos da natureza, adquiriu por compra, cento e sessenta mil hectares de terras no município amazonense de Manicoré, o que vale dizer que o senhor Eliasch apossou-se de uma área equivalente a duzentos e dez mil campos de futebol, graças à inércia de nossas autoridades, beneficiando-se do grande conluio internacional que atua dentro da região, aliados ao descaso dos responsáveis pelo integração de nosso meio ambiente, contando ainda com a participação de cartórios imobiliários, incapazes de denunciar tais operações, desprovidos de patriotismo, mas abastecidos de valiosas custas processuais. Johan comprou exatamente uma nova Suécia dentro da Amazônia, para gozar sua fortuna livremente.

Essas vendas, que constituem uma verdadeira ameaça à soberania territorial da Amazônia, mesmo quando descobertas a posteriori, deveriam ser legalmente desapropriadas, devendo o Congresso Nacional criar urgente uma legislação capaz de evitar essa invasão silenciosa e sem armas. Até quando os sem pátria vão construir outras pátrias para estes invasores da Amazônia? Que importam os gritos dos que são filhos espúrios da Pátria?

*Conselheiro da Fundação Panamazônia, membro das Academias: de Letras, Ciências e Artes do Amazonas – ALCEAR, Ciências e Letras Jurídicas do Amazonas, da Brasileira de ciências Contábeis, de Letras do Brasil, de Letras e Culturas da Amazônia – ALCAMA; correspondente da Academia de Letras do Rio de Janeiro, idem do Instituto Geográfico e Histórico do Espírito Santo e outros.