Gaitano Antonaccio*
Tenho certeza de que as crianças entenderão esta mensagem, razão pela qual eu a estou publicando, com todo o carinho que elas merecem.
Crianças brasileiras, não fiquem entristecidas com esse momento que atormenta não só o nosso pais, mas toda a humanidade. Vocês, são as nossas esperanças em todos os sentidos. Mudaram o curso de suas vidas e tudo aquilo que se dizia como a assertiva de que criança vive para estudar, brincar, construir sonhos e buscar a realização de seus ideais, está de forma não compreensiva, retirando essa felicidade de todos vocês. Mas fiquem certas de que não será sempre assim. Vocês vão retornar a ver diariamente os amiguinhos nos colégios, brincar descontraidamente nos parques, e, principalmente, vão poder abraçar seus pais, irmãos, todos os parentes e as pessoas que vocês amam. Esse momento em que vocês estão confinados, tristonhos, sem esperanças, representa um momento próprio para pensar em ler alguns livros importantes, de acordo com a idade de cada um de vocês, ouvir as músicas preferidas e acima de tudo, conviverem mais próximos de seus pais.
Sei que vocês sentem vergonha do comportamento de grande parte dos atuais políticos em quaisquer parlamentos, de juízes que depois de cursarem a Ciência Jurídica são incapazes de proferir sentenças justas, pautadas na verdadeira Justiça e isentas do favorecimento. Há uma grande maioria de julgadores, que são tendenciosos, oportunistas, como ocorre atualmente no mundo do jornalismo, onde alguns para auferir dinheiro fácil, mentem, vendem reportagens falsas, induzem e enganam o povo nem sempre preparado para avaliar tais comportamentos. Vocês não podem esquecer nesse momento dramático, que sãos em verdade, as esperanças de um Brasil que surgirá depois da pandemia.
A internet garante, quando acionada com os devidos cuidados, uma grande gama de informações preciosas para pesquisas inteligentes. Busquem bons programas, boas reportagens, pois o Brasil precisa de homens bem informados, honestos, patriotas, escrupulosos, que não enganem o povo com demagogia, corrupção e governem com espirito público.
Realmente, toda essa pandemia que tirou de vocês em parte, a alegria de viver, que matou entes queridos dos seus convívios, também serviu para aumentar o carinho e o amor que existe entre vocês, seus amigos e familiares, e nessa luta acelerada do dia a dia, vocês nem perceberam, ou não tiveram tempo de perceber, o quanto é importante o aconchego do lar, a presença constante dos pais, e com certeza descobriram novas formas de tratarem dos assuntos que os preocupa nos colégios e no lar.
As decepções de não poder beijar, abraçar, ficar juntos, sair de casa sem essa incômoda máscara, ter que fazer a higiene das mãos e do corpo a toda hora, esse cuidado ao pegar nas coisas, nos alimentos, viver constantemente como se a vida sem esses protocolos acabará, vai passar.
Breve, Deus permitirá a todos nós o retorno à verdadeira felicidade, e não a essa felicidade que vai e volta dependendo de quantos amigos vocês e seus pais estão perdendo com morte incontestavelmente triste e avassaladora. Imagino a saudade que vocês estão sentindo do convívio nas salas de aula, da presença dos professores, de fazer aquele percurso entre a escola e a residência de todos vocês, na companhia dos pais.
Essa alienação obrigatória de não poder ver amigos, de não visitar tios e tias, avós, primos e colegas, deve representar para vocês uma tragédia inexplicável para a maioria, e revoltante para outros que entendem melhor o que acontece. O mundo não está castigando vocês, o mundo está fazendo seus pais refletirem melhor sobre o curso da vida. E com certeza a convivência futura entre todas as famílias, haverá de mostrar um mundo novo, em que vocês terão mais consciência do que significa amar, ser solidários, compreensivos, cuidadosos e acima de tudo, compreenderão com maior sabedoria o que acontece.
Deixar de uma hora para outra, de frequentar o restaurante preferido para almoçar ou jantar com seus irmãos, pai e mãe, não poder ingressar como antes numa loja de marcas de sua preferência, para comprar os brinquedos incríveis e maravilhosos da tecnologia do século 21, sem adquirir roupas coloridas, elegantes, mantendo esse cuidado perverso e que tira na maioria das vezes, por causa do medo, o prazer de sair, tem sido uma decepção para vocês.
Mas não desanimem jamais, tudo passará e vocês voltarão ao reinado das crianças, vocês ganharão novas formas de diversões e todo esse aprendizado, muitas vezes com sofrimento, lágrimas e mortes, haverá de compensá-los com um mundo mais cuidadoso, mais saudável e capaz de lhes devolver a alegria que Deus lhes deu.
Antes de tudo, meus amiguinhos, vocês precisam compreender esse momento, pois muitos pais estão perdendo o emprego, o que vem acontecer em qualquer família.
Procurem compreender que é preciso calma, nada de revoltas sem sentido, mostrem nesse momento o verdadeiro amor que vocês têm para com seus pais e aceitem algumas regras de renúncias. Não se pode numa pandemia continuar a viver com o mesmo conforto e liberdade, pois agora, qualquer descuido pode representar a morte inesperada. É preciso mais do que nunca apoiar pai e mãe, porque eles vivem com medo do que pode acontecer se não forem rígidos em certas regras, se permitirem algum comportamento em que a Ciência não seja obedecida. Aprendam desde cedo que renunciar para obedecer nova regras de vida é provar amor a quem espera de nós essa renúncia. Não é hora de revolta, de exigências tolas, capazes de colocar a família que tanto amamos em situação de perigo. Provem que o amor de seus pais está sendo retribuído pelo amor de vocês. Deus haverá de os abençoar e fazer tudo retornar como antes, para felicidades de nossas famílias.
*Conselheiro da Fundação Panamazônia, membro das Academias: de Letras, Ciências e Artes do Amazonas; de Ciências e Letras Jurídicas do Amazonas; Brasileira de ciências Contábeis; de Letras do Brasil, de Letras e Culturas da Amazônia – ALCAMA; correspondente da Academia de Letras do Rio de Janeiro, idem do Instituto Geográfico e Histórico do Espírito Santo e outras.