ARGUMENTOS EM DEFESA DA BR-319 – (6ª. PARTE – FINAL)

Gaitano Antonaccio

Preocupados com a natureza e suas transformações impossíveis de serem contida ou evitadas, a comunidade científica internacional, por meio dos países desenvolvidos e com a interferência nem sempre aceita, das Organizações Não Governamentais são incansáveis em realizar encontros, acordos, seminários, abordando temas sobre o clima do Planeta Terra, a preservação das florestas, controle da emissão de gás carbônico e outros cuidados que jamais os seus dirigentes tiveram no passado recente, quando destruíram grande parte das reservas naturais do Globo Terrestre, incluindo-se céu, terra, água e atmosfera. Sobre essa falta de preservação, em algumas regiões não ficou pedra sob pedra.

Fazendo a sua parte nessa preocupação, recentemente, nove estados da Amazônia, no Brasil, agindo como pretensos salvadores do Planeta Terra, em Macapá, no Estado do Amapá, juntamente com representantes de órgãos do governo Federal firmaram um acordo prevendo a possibilidade da concessão de benefícios para os que exercessem atividades de preservação, recuperação e proteção da floresta. Por esse acordo, o comércio de crédito de carbono estará disponível para os contribuintes do Fundo Mundial para Adaptação e Mitigação. Essa concessão poderá também ser usada para os que assumirem até 10% da meta assumida pelos países com redução de emissão de CO 2. (Dióxido de Carbono). Nessa reunião, vale salientar, a floresta amazônica foi incluída no programa de redução de emissão de CO 2 e no controle do desmatamento durante a Conferência da China, bem como a de Copenhague.

Mas o compromisso dos países desenvolvidos, diante do grande problema que enfrenta atualmente o meio ambiente mundial, é muito pouco, porque, antes de tudo deve haver um compromisso desses países com o reflorestamento e plantio de árvores que nascem preferencialmente no solo amazônico. Se não podem reconstruir em suas terras, as nossas florestas, que promovam a plantação na Amazônia, por meio de suas ONG’S e nos permitam explorar nossas riquezas de solo e subsolo, além de não entravar nosso progresso, proibindo a construção e/ou recuperação de rodovias fundamentais para a nossa integração. Deus nos permitiu uma natureza exuberante, farta e grande, linda e riquíssima, com certeza, para compensar as distâncias e o nosso isolamento geográfico jamais possível de ser mudado, sem ações humanas, além das doenças infecciosas que nem eles com sua avançada Ciência são capazes de nos curar.

A quase totalidade dos ambientalistas só conhece a Amazônia pela internet, o que significa dizer que não sabe que o ser humano que vive na região não está oculto, como nas orações maravilhosas dos romances de Machado de Assis. No solo amazônico, este ser apaixonado pela natureza é o pivô de toda essa questão ambiental. É quem sofre no processo, porque vive de forma subumana e quase como um irracional. Milhões de ambientalistas jamais pisaram no solo enlodaçado, atolado pelas enchentes, ou na terra rachada pela vazante e nunca contemplaram até hoje os húmus verdejantes das várzeas nos períodos dessas mesmas vazantes. São alienígenas, que nunca estiveram sob a sombra de uma sumaumeira; de uma seringueira; ignoram as pragas de mosquitos da dengue; da malária; não são atingidos pela leishmaniose; pelas penúrias da disenteria; da febre amarela; tifoide; sarampo; coqueluche; desconhecem a forma cruel como um jacaré abarca um pescador e o devora de forma terrível, mesmo quando fora d’água; não assistem penalizados, as águas poluídas invadirem as palafitas dos ribeirinhos que vivem ás margens dos igarapés; nem sequer percebem de longe, a falta de alimentos impossíveis de transportar, quando os rios ficam sem leito; ignoram a inexistência de luz elétrica, água potável, saneamento básico; desconhecem o que seja uma cacimba; poço que substitui os sanitários; sem saber que vivendo uma vida de miséria, muitas vezes, o chibé – mistura de limão com açúcar e farinha é a sua única alimentação diária, quando o peixe desaparece nas vazantes; não contemplam as famílias encravadas entre o rio e a floresta, e que o pescador rema no dorso de sua canoa construída pelo tronco de uma árvore, durante dois, três ou mais dias, para chegar na cidade grande, trazendo sua produção frutífera, que muitas vezes apodrece, azeda sob o sol inclemente e ele reza para que Deus pelo menos, o deixe vivo!

É desse homem que estamos falando, dele, que precisa da rodovia BR-319 para minimizar tanto sofrimento, pois sem esse transporte jamais será alcançado, aquilo a que temos direito, que é explorar de forma sustentável, nossas riquezas. Ou o Brasil se dá conta dessa perversidade praticada pelos ambientalistas estrangeiros, muitas vezes acumpliciados por péssimos brasileiros vendidos, que aproveitam para interferir na soberania da Amazônia e, ao invés de integrá-la aos demais estados brasileiros, estamos de forma idiota e sem patriotismo, fazendo uma inversão de atitudes, ENTREGANDO a Amazônia para grupos alienígenas ao invés de INTEGRÁ-LA como seria correto e inteligente.

Ninguém tem o direito de ser tão imbecil, ao ponto de imaginar que os grandes países desenvolvidos, ávidos de invadir uma região riquíssima como a Amazônia, onde incontestavelmente existem reservas de riquezas imensuráveis de solo e subsolo, com uma biodiversidade incapaz de ser mensurada pelos mais competentes cientistas do planeta, onde a água doce abunda, onde realmente não existem fenômenos destruidores, como vulcões, terremotos, maremotos, ciclones, tornados, e quando ocorrem, são tão insignificantes, que não chegam a repercutir de forma internacional. A Amazônia pode suprir de matérias primas o mundo, desde o mais simples alimento ao mais sofisticado perfume, desde o mais contestado medicamento, como a quina para amenizar a terrível malária, até o mais sofisticado antibiótico encontrado na andiroba, na copaíba, e milhares de produtos regionais para serem exportados juntamente com a sua fruticultura, piscicultura e outras ervas medicinais muitas vezes, somente encontradas em seu solo. Tive o cuidado de não incluir acima, produtos como as madeiras de lei, os minérios, fósseis abundantes em alguns municípios, posto que existem leis específicas para que se possam explorar, mesmo de forma sustentável, algumas dessas riquezas doadas pela natureza de Deus. O importante é ter consciência de que todo cuidado é pouco e toda vigilância territorial é insuficiente para resguardar a soberania da Amazônia e suas riquezas. Entendo e clamo, para que as nossas Forças Armadas jamais abandonem a Amazônia, para continuarmos como os seus verdadeiros proprietários.

Conselheiro da Fundação Panamazônia, membro das Academias de Letras, Ciências e Artes do Amazonas; de Ciências e Letras Jurídicas do Amazonas; Brasileira de ciências Contábeis; de Letras do Brasil; de Letras e Culturas da Amazônia – ALCAMA; correspondente da Academia de Letras do Rio de Janeiro, idem do Instituto Geográfico e Histórico do Espírito Santos e outras. ”