Parece que a população esqueceu que em janeiro Manaus viveu cenas de caos na saúde por conta de falta de oxigênio nos hospitais. O número de novas internações por Covid-19 aumentava a cada dia. Era o choque da nova onda que atingia em cheio a capital amazonense.
Fevereiro não mudou muito. As mortes por Covid-19 no início deste mês tiveram um aumento de 65% em relação ao mesmo período de janeiro. Desde o ano passado, o Centro da cidade é o bairro com os maiores casos da doença.
– Para piorar, um hiato se formou na capital e está preocupando os pesquisadores.
A Secretaria Municipal de Saúde informou que a procura pela vacina nos postos montados para atender os grupos prioritários, está muito baixa.
– Como explicar que idosos e trabalhadores da saúde não estejam se vacinando em pleno caos?
Para entender melhor o quadro, a proposta era vacinar 63.317 profissionais da saúde.
– Só em Manaus.
Desses, somente 52.573 receberam o imunizante, ou seja, 83% do público alvo (dados da Secretaria da Saúde do estado).
– A baixa procura está em outros três grupos ainda.
No grupo dos idosos acima de 80 anos, deveriam ser vacinados o total de 20.259, mas só 17.196 receberam a primeira dose, ou seja, 84%.
Já o grupo entre 75 a 79 anos, 14.903, dos 18.637 receberam a vacina, ou 80%.
– E os dados não param de piorar.
No terceiro grupo dos idosos que estão na faixa etária entre 70 e 74 anos, somente 23.720 dos 31.087 compareceram nos postos de vacinação, esse foi o menor percentual, chegando a 76,3%.
A prefeitura de Manaus ainda possui 27.082 doses disponíveis e disse que não vai fazer a busca ativa, ainda. Segundo informado, a meta é atingir 90% dos grupos.
– Busca Ativa é uma estratégia do Plano Brasil que “leva” o estado ao cidadão. Em outras palavras, é quando o governo tenta descobrir onde essas pessoas estão e se as mesmas apresentam algum quadro sintomático da determinada doença para poder fazer os procedimentos, no caso? Vacinar quem não se vacinou e que pode virar um problema maior de saúde pública.
Decorrente dessa baixa procura, pesquisadores começam a dar sinais de preocupação com a circulação do vírus e uma possível nova contaminação na cidade vinda por esses grupos ou o surgimento de uma nova variante.
– Em situação como a que o mundo está vivendo, só existem duas saídas para evitar o vírus:
1 – ou a pessoa vai viver eternamente no distanciamento social usando máscara, álcool em gel e lavando as mãos copiosamente,
2 – ou se vacina.
Simples assim!
Especialistas tentam esclarecer para a população que, apesar de pouco tempo da descoberta das vacinas em todo o mundo esse fato histórico só foi possível porque cientistas do mundo todo, pela primeira vez, trocaram informações sobre os seus estudos. Foi uma cooperação global para poder descobrir uma vacina eficaz e que pudesse ser aplicada na condição, também, de uso emergencial.
A população precisa ser esclarecida que se não for vacinada o vírus ficará circulando e poderá surgir novas variantes ainda mais poderosas e que, nesse momento, a adesão à vacinação é extremamente importante para todos.
– Nesse momento, o mais importante é diminuir a circulação do vírus.
Porém, o quadro que mais preocupa neste momento é a baixa procura por parte dos profissionais da saúde. Um grupo que atua diretamente com infectados pode se tornar, não só o alvo fácil do vírus, mas um agente transmissor com grandes potenciais de contagio, principalmente pelo ambiente de trabalho em que vive.
– Alguns especialistas estudam sobre a força das fakes News. Existem estudos que apontam para o poder da propaganda em todo o mundo com o movimento antivacina. Por isso a importância de políticas públicas de conscientização.
Um quadro preocupante é a crise sanitária que o Amazonas vem vivendo. Até ontem (16), o estado teve 10 mil mortes por Covid-19. Já são 10.100 mortes e mais de 297 mil casos desde o início da pandemia.
– E nessa terça-feira (16), foram aplicadas somente 1.728 doses do imunizante.
