Para avaliar as ações propostas no Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Quelônios da Amazônia (PAN), especialistas de diversas instituições públicas e não-governamentais estão reunidos no Centro de Estudos de Quelônios da Amazônia (Cequa) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC), em Manaus (AM), até nesta quinta-feira (25) na 2ª Oficina de Monitoria do PAN.
Segundo o analista ambiental e coordenador do Programa Quelônios da Amazônia (PQA) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) Roberto Lacava, o Plano é uma proposta de integração entre diversos atores que trabalham com quelônios amazônicos com o objetivo de ajudar na conservação das espécies contempladas no Plano.
“Os quelônios amazônicos são um grupo peculiar que têm um grande interesse popular na região Norte, principalmente pela questão do consumo”, explica Lacava. “São espécies que correm o risco de ameaça de extinção, não estão na lista nacional de espécies ameaçadas, mas corre esse risco”, destaca o analista ambiental, acrescentando que o PAN tenta integrar os atores para ajudar na conservação. “Por isso estamos fazendo uma avaliação do andamento das ações que foram propostas dentro do Plano”.
A elaboração e implementação do PAN dos Quelônios Amazônicos visa assegurar e fortalecer as ações de conservação de espécies de quelônios em vias de ameaça de extinção, inserindo comunidades locais, instituições de pesquisa, iniciativa privada e organizações sociais num processo de cogestão ambiental.
Implementado em 2015, o PAN é coordenado pelo Ibama em conjunto com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Tem como objetivo geral aperfeiçoar as estratégias de conservação para os quelônios amazônicos, especialmente as espécies alvo do Plano e promover sua recuperação e uso sustentável até 2019. Participam do PAN 26 instituições, entre autarquias federais, estaduais, municipais e organizações não-governamentais.
Da lista das 17 espécies de quelônios encontradas na Amazônia brasileira e contempladas no PAN as espécies alvo são: Podocnemis expansa (tartarugas-da-amazônia), Podocnemis unifilis (tracajá) e Podocnemis sextuberculata (iaçá ou pitiú).
Lacava destaca que uma das questões primordiais do PAN é tentar conciliar o uso (consumo) dos quelônios com a conservação, tentando estabelecer limites e localidades e fazer um planejamento sem colocar em risco a espécie porque o animal é consumido de forma desregrada e isso as coloca em perigo de extinção.
Para o analista ambiental Rafael Antonio Balestra, do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios (RAN) do ICMBio, essas monitorias das ações do PAN, que ocorrem anualmente, é de extrema importância.“Fazemos parte do grupo de assessoramento técnico do PAN e aferimos e analisamos o andamento do Plano anualmente com o objetivo de aprimorar e implementar as ações em curso”, diz.
O coordenador do Projeto Tartarugas da Amazônia e um dos maiores especialistas em ecologia e conservação de quelônios de água doce, o pesquisador do Inpa Richard Vogt, ressalta a importância das ações do PAN e dos esforços conjuntos das diferentes instituições. “Destaco os esforços implementados pelas autoridades do Ibama, do ICMBio e pesquisadores do Inpa, da Ufam (Universidade Federal do Amazonas), da UEA (Universidade do Estado do Amazonas) e outras instituições da Amazônia”, diz o pesquisador. “Esse trabalho em conjunto é bom para todos que trabalham para manter as tartarugas na natureza”, complementa.
Fonte: Assessoria