Zoonoses em carnes de caça são identificadas em Coari

Pesquisas realizadas em Coari, com apoio do Governo do Amazonas, revelaram uma grave preocupação. Cerca de 78% das carnes de caça analisadas estavam contaminadas com patógenos perigosos. Entre as doenças causadas, estão hanseníase, doença de Chagas e toxoplasmose. O estudo, conduzido entre 2019 e 2021 pela doutora Waleska Gravena, da Ufam, aponta riscos no consumo de carne de animais silvestres. A pesquisa reforça a necessidade de alertar a população sobre os perigos envolvidos.

Riscos do consumo de carne silvestre

A pesquisa, financiada pela Fapeam, analisou 170 amostras coletadas em feiras e com moradores locais. Usando técnicas de DNA, os pesquisadores identificaram a presença de Mycobacterium leprae (78%), Trypanosoma cruzi (68%) e Toxoplasma gondii (30%). Esses agentes são responsáveis por zoonoses que podem ameaçar a saúde pública, principalmente em regiões onde o consumo de carne de caça é comum.

Impactos na biodiversidade e saúde pública

Além dos riscos sanitários, o estudo constatou que três das nove espécies de mamíferos identificadas nas amostras – anta, queixada e peixe-boi – estão na lista de animais vulneráveis à extinção. A pesquisadora ressaltou a importância do apoio da Fapeam para a realização do estudo, que inclui ainda ações de conscientização sobre segurança alimentar e conservação ambiental.

Pesquisa contribui para segurança alimentar

O trabalho já foi apresentado em eventos científicos, como a VI Semana de Nutrição, e está em processo de publicação. A pesquisadora destaca a necessidade de novas investigações sobre outros patógenos que possam afetar humanos. Além disso, a pesquisa reforça o papel da ciência no combate às doenças e no incentivo à preservação ambiental no Médio Solimões.

Foto: Arquivo/Fapeam

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