“Quero que o secretário da saúde venha a esta Casa tranquilizar o Amazonas”, disse o deputado estadual Wilker Barreto (PHS), ao afirmar em seu pronunciamento nesta terça-feira (26), que vai solicitar requerimento pedindo a CPI da Saúde, caso o titular da Secretaria de Estado de Saúde (Susam), vice-governador Carlos Almeida, não venha até o final desta semana à Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam).
“Se o secretário de saúde não vier prestar informações sobre o colapso no sistema de saúde, deixaremos por um momento a CPI do Combustível e vamos fazer a da saúde, com dois objetivos: a de responsabilidade e por negligência. Combustível é importante, mas é consumo, mais importante é a vida. Estou aqui com a relação da maternidade Ana Braga, vários dos itens de UTI neonatal estão faltando e escutamos de pessoas de lá que estamos contando com a sorte e com as bênçãos de Deus. O que acontece hoje no estado do Amazonas é negligência, todas as informações do estado da saúde foram passadas”, disse Wilker.
Em visita realizada na última segunda-feira (25), o humanista ao lado da presidente da comissão de saúde, deputada Dra. Mayara Pinheiro (PP), e dos deputados Ricardo Nicolau (PSD) e Dermilson Chagas (PDT), constatou que na maternidade Ana Braga faltam 71 medicamentos e 51 materiais, ou seja, estão em estoque crítico, zerados no almoxarifado. No hospital João Lúcio, o déficit é de 36 medicamentos, sendo que deste total, mais da metade é vital.
“São números extremamente alarmantes e o Governo do Amazonas, sem decretar emergência, está assumindo o risco de morte de muitas pessoas. Deixo claro que os mesmos medicamentos que estão zerados no João Lúcio condizem com a relação que está em falta no Hospital 28 de agosto”, destacou Barreto.
Em seu pronunciamento, o parlamentar ainda solicitou que a deputada Mayara Pinheiro entregue ao titular da Susam a lista de insumos que estão zerados nos hospitais visitados. “Estamos fiscalizando, identificando e se não tomarmos as providências, passamos da qualidade de fiscal a ser cúmplices de um governo”, frisou Barreto, ao indagar que para o Carnaval foi repassado um total de R$ 7 milhões, valor este que resolveria muitas pendências da saúde na capital e interior do Amazonas.
“Eu gosto do carnaval, movimenta a economia, mas sete milhões é Trombolítico, é compressa cirúrgica, são insumos vitais. O que constatamos ontem com a comissão de saúde desta casa vem sendo relatado por mim e outros deputados. Os prefeitos do interior do estado ontem ratificaram as denúncias. Essa é uma pauta vergonhosa para o Amazonas”, destacou.