A marca histórica conquistada pelo ultramaratonista Vitor Gadelha, 23, ainda repercute na mídia especializada em maratonas aquáticas pelo Brasil. No último dia 21/1, o amazonense nadou os 48 quilômetros do Big Island Swimming Association (BISA), em Ilha Grande, no Rio de Janeiro, se tornando apenas o segundo atleta no Brasil a concluir o desafio. Vitor já detinha a marca de ser o atleta amazonense a nadar a maior distância em águas abertas, quando completou a travessia Capri-Napoli, na Itália, em 2017. À época ele nadou 36 quilômetros.
O ultramaratonista desembarca em Manaus, nesta quarta-feira (27), às 15h, vindo do Rio de Janeiro. Além do troféu conquistado no BISA, Vítor participou da gravação de um documentário sobre maratona aquática, além de ter sido destaque em veículos especializados da modalidade, como é o caso da Swim Channel.
“Não esperava que a prova tivesse toda essa repercussão. Gente que eu nem conhecia entrou em contato me parabenizando pela prova. Fico muito feliz de estar disseminando o nome do Amazonas, não só do Amazonas, mas também ajudando a divulgar o esporte maratona aquática em todo o Brasil. É um orgulho muito grande poder fazer isso”, diz Vitor.
Para concluir os 48 quilômetros do BISA, Gadelha nadou nada menos 17h. “Foi uma prova muito desafiadora, muito difícil, exigiu bastante tanto da cabeça quanto do físico. Mas estou com a sensação de dever cumprido, por ter conseguido realizar este grande desafio”.
O atleta lembra alguns momentos mais complicados da prova. “Logo que amanheceu (Vitor começou a nadar 0h01), passei por muitas águas-vivas (o que é normal da região) e isso me desconcentrou um pouco e fez com que eu fizesse algumas pausas no nado mais demoradas do que de costume, mas o pessoal do barco conversou comigo, me acalmaram e aí voltei ao ritmo novamente”, lembra.
As águas-vivas causaram queimaduras na pele do nadador, nada que o fizesse desistir. “Desde o início eu sabia que ia terminar. Só deixaria a prova se a natureza não permitisse mesmo”, pontua.
E será que depois de vencer o desafio dos 48k, Vitor já pensa em superar esta distância? “Cada prova é diferente uma da outra e todas tem suas peculiaridades. Para aguentar longas distâncias devemos estar preparados para tudo que seja possível e ainda assim a natureza é imprevisível. Não dá pra dizer que posso fazer qualquer distância, mas vou estar treinando para superar os desafios que puder”, diz.
Pandemia
Não foi fácil fazer a preparação para a prova, ainda mais quando explodiu a segunda onda causada pela pandemia do novo coronavírus. “Estamos passando por um momento muito difícil, muito duro. Espero, de alguma forma, estar levando esperança para as pessoas por meio do esporte. Acredito que é a nossa missão. Meu sonho é trazer cada vez mais gente para praticar e perder o medo de nadar em águas abertas”, finaliza Vitor.
Vitor Gadelha é atleta do Manaus Futebol Clube e tem apoio da Samel; equipe multidisciplinar Raphaela Cabral (nutricionista), Francisco Coelho (fisioterapeuta), Samir Barel (técnico), Mauro Vieiralves (técnico), One Clinic e Aquática Amazonas.
Fotos: Daniel Righetti Divulgação