Vigilância Epidemiológica da Semsa acompanha caso de doença meningocócica em Manaus

As 53 pessoas mais próximas ao estudante H.E.C.S, de 17 anos, diagnosticado com Doença Meningocócica na última quarta-feira, 18/4, já estão recebendo a quimioprofilaxia e serão monitoradas pela equipe do Departamento de Vigilância Ambiental e Epidemiológica (Devae) da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) até esta sexta-feira, 20. Treze pessoas são da família e moram no mesmo endereço do estudante, no quilômetro 25 da BR-174 (Manaus – Boa Vista), área de abrangência do Distrito de Saúde Rural. As outras 40, são colegas da faculdade, na qual ele estuda.

“A ação da Vigilância Epidemiológica da Semsa começou imediatamente após o resultado da análise laboratorial que confirmou a doença. O estudante está internado em uma Unidade de Terapia Intensiva do HPS 28 de Agosto, onde está recebendo o tratamento indicado”, explica o secretário municipal de Saúde, Marcelo Magaldi.

O primeiro passo foi identificar os “comunicantes”, que são os contatos mais próximos do estudante, como os moradores da mesma casa e pessoas diretamente expostas às secreções dele. Após isso, foi iniciada a quimioprofilaxia, que consiste administração do medicamento preconizado pelo Ministério da Saúde, para esses casos, a Rifampicina, fornecida às secretarias de saúde, não sendo disponibilizada em farmácias comerciais. Todos serão monitorados por 48 horas.

A diretora do Devae, Marinélia Ferreira, explica que há registro de casos de meningite durante o ano todo em Manaus, mas que a ocorrência de doença meningocócica é menos frequente. Dos 43 casos suspeitos notificados este ano, 10 foram descartados, 22 foram confirmados como meningites, sendo dois, positivos para doença meningocócica – um caso de uma criança em março e o do estudante, ontem. No ano passado, foram notificados 210 casos suspeitos, dos quais 49 foram descartados e 161 confirmados, sendo 13 positivos para doença meningocócica.

“Há três tipos de doença meningocócica, que variam de acordo com o agente etiológico. Todos são graves e requerem cuidados. É fundamental que aos primeiros sinais suspeitos, os pais ou responsáveis busquem orientação médica para evitar complicações”, alerta Marinélia.

Os principais sintomas são febre alta, rigidez da nuca impossibilitando encostar o queixo no peito, vômito, manchas pelo corpo, dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, dificuldade para respirar e letargia.

Sobre a doença

A doença meningocócica é uma infecção bacteriana aguda das membranas que recobrem o cérebro. O meningococo é transmitido por meio de secreções respiratórias e da saliva, durante contato próximo ou demorado com o portador, especialmente entre pessoas que vivem na mesma casa. A bactéria não é tão contagiosa como o vírus da gripe, por exemplo, e não há transmissão por contato casual ou breve, ou simplesmente por respirar o ar onde uma pessoa com a doença tenha estado. Já os ambientes com aglomeração de pessoas oferecem maior risco de transmissão e contribuem para desencadear surtos. Não há necessidade de evacuação, isolamento, muito menos higienização específica dos locais por onde o doente passou.

A doença pode ser letal ou, em caso de recuperação do paciente, dependendo da reação do organismo, deixar ou não sequelas, como surdez, cegueira, problemas neurológicos, membros amputados.

Uma das formas de prevenção da meningite é a vacina, disponível na rede pública de saúde conforme o Calendário Básico de Vacinação do Programa Nacional de Imunização. A imunização primária consiste de duas doses, aos 3 e 5 meses de vida e o reforço, preferencialmente aos 12 meses de idade, podendo ser administrada até os 4 anos de idade. A vacina meningocócica C também é indicada para adolescentes de 11 a 14 anos de idade.

Fonte: Semcom