O aumento do número de vítimas fatais no trânsito de Manaus foi um dos principais temas debatidos na Câmara Municipal de Manaus (CMM) nesta terça-feira (7/3). E entre os vereadores que trataram do assunto, um consenso de que os radares controladores de velocidade, os chamados “corujinhas”, devem voltar para frear a onda de violência nas ruas da cidade.
O assunto foi levantado pelo vereador Everton Assis, que apresentou a estatística dos acidentes de trânsito neste início de ano. Em janeiro foram 28 mortes, o maior número já registrado nesse mesmo mês nos últimos dez anos. E em fevereiro, mais 20 vítimas fatais. Desde 2014, apenas dois meses de fevereiro tiveram uma estatística pior em mortes: 2015 (25) e 2018 (20).
“Do total de vítimas fatais neste ano (1º de janeiro a 1º de março), 46% (19 pessoas) foram atropeladas”, destacou o vereador, que defende a volta dos radares para o controle de velocidade nos principais corredores viários, medida que, destaca, “visa preservar vidas”. Ele também defende uma ação conjunta entre o Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU) e o Detran para o aumento da fiscalização.
No plenário da Câmara, o discurso feito por Everton Assis recebeu o apoio dos vereadores William Alemão, Diego Afonso, Wallace Oliveira, Professor Samuel, Elan Alencar e Jander Lobato. “O sentido dos radares é salvar vidas. Quem andar dentro da lei não terá problema”, defendeu Elan. “Tem gente que só respeita quando é penalizado”, complementou Wallace.
Professor Samuel lembrou que a Prefeitura de Manaus tem convênio com a fabricante Moto Honda que promove educação de trânsito nas escolas. “A Moto Honda e a Semed (Secretaria Municipal de Educação) levam educação de trânsito aos alunos da 1ª a 4ª séries” e, segundo o parlamentar, a iniciativa conscientiza as novas gerações, que também podem influenciar os pais motoristas.
CTIs LOTADOS
Na segunda-feira (6/3), o secretário de Estado de Saúde, o médico Anoar Samad deu uma declaração que reacendeu o debate sobre os radares de velocidade. “É melhor uma indústria de multas do que a de leitos de CTI”. O secretário se referiu à lotação dos Centros de Terapia Intensiva dos pronto-socorros e hospitais, lotados de acidentados no trânsito.
Para o secretário, é importante uma ação mais enérgica para conter os abusos nas ruas da capital amazonense, sobretudo com relação aos excessos de velocidade. “Segundo Anoar, as vítimas de trânsito, sobretudo da imprudência com a alta velocidade, representam 62% da ocupação da urgência dos hospitais do Amazonas. E o pior, acrescenta, a maioria depois segue na rede pública tratando das sequelas.