Um filho, vários pais. Quem salvou a ZFM?

Um filho, vários pais. Quem salvou a ZFM? A Zona Franca de Manaus (ZFM) mostrou nas últimas duas semanas que é um dos únicos temas capazes de unir políticos e empresários de todos os matizes em favor de um mesmo fim. A redução linear do IPI em todo o Brasil foi o estopim para que víssemos a união entre forças, geralmente antagônicas, na busca pelo mesmo objetivo. Obtido o objetivo, com a sinalização do presidente Jair Bolsonaro de que o decreto será reeditado salvaguardando a ZFM, votamos a ver “tudo como dantes no quartel de Abrantes”, com as tais forças antagônicas disputando a paternidade do feito heroico nas redes sociais.

DISPUTA DE NARRATIVAS

Até mesmo na imprensa, pode-se notar a disputa de narrativas. Alguns veículos, antagônicos ao Governo do Estado, ignoram solenemente a reunião do governador Wilson Lima (UB) com o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ministro Paulo Guedes, creditando a conquista exclusivamente a uma reunião anterior, no mesmo dia, da bancada federal amazonense com o ministro. Outros preferem fazer o vice-versa, ignorando o papel da bancada no feito.

OMAR ACERTA NO TOM

O senador Omar Aziz acertou a mão ao declarar que a vitória em favor da ZFM foi uma construção coletiva. É verdade. A união de todos acerca de uma mesma opinião mostrou ao Palácio do Planalto que se posicionar contra o decreto em questão não se tratava de oposição ou apoio ao governo, mas de um pedido desesperado contra o assassinato da ZFM e o consequente sufocamento da economia local.

DAVID FOI PEÇA FUNDAMENTAL

O prefeito David Almeida, embora tenha ficado de fora das reuniões que garantiram o final feliz da história, foi um dos principais artífices da criação de uma força-tarefa em prol do salvamento do modelo econômico amazonense. Também mostrou magnanimidade ao declarar não ter se importado de não estar presente às reuniões finais e decisivas para a resolução do imbróglio.

MENEZES TROPEÇOU NA FIDELIDADE

Pré-candidato ao Senado e ex-superintendente da Suframa, o coronel Alfredo Menezes tropeçou na própria fidelidade canina ao presidente Bolsonaro, ao escolher, num primeiro momento, atacar quem gritou contra a redução linear do IPI. Criticou a falta de outras matrizes econômicas, culpabilizando a classe política local e chamou de chantagem política a grita que se deu contra a publicação do decreto. Teve de voltar atrás. Poderia simplesmente ter reconhecido a gravidade da medida, sem necessariamente tecer críticas ao chefe.

BOLSONARO NÃO SABIA

Menezes poderia ter feito como o presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco que, em entrevista ao REBOJO publicada no último domingo (6), afirmou que tinha certeza de que o presidente não entendia bem as consequências do decreto e que atenderia às súplicas dos amazonenses quando soubesse dos prejuízos causados à ZFM. O único problema é que esse argumento acaba expondo uma falha do mandatário do executivo nacional: como um presidente assina e publica um decreto sem saber exatamente do que se trata?

PARA ONDE VAI O ‘NEGÃO’?

Com a definição do partido pelo qual o governador Wilson Lima vai concorrer à reeleição, o União Brasil, a pergunta que não quer calar é: em que partido vai se filiar o ex-governador Amazonino Mendes? Ainda sem partido, o “Negão” viu suas opções se estreitarem. Fala-se muito no MDB, de Eduardo Braga, e PSDB, de Arthur Neto. Até o início de abril saberemos.

SERAFIM SAI EM DEFESA DOS INDÍGENAS

Em discurso na tribuna da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), o deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) afirmou na manhã desta quinta-feira, 10, que o Governo Federal quer culpar os indígenas pelo atraso do progresso e de novas atividades econômicas para justificar a ausência de investimentos na região amazônica. “Quero aqui repudiar esse discurso de jogar a culpa nos índios. Eles não têm culpa de nada. Eles são os invadidos, não são os invasores. Minha solidariedade aos indígenas e meu repúdio a todos aqueles do Governo Federal que ficam usando os índios como responsáveis por uma culpa que é do Governo Bolsonaro”, disse.

ZÉ RICARDO COMBUSTÍVEIS

O deputado federal Zé Ricardo (PT) afirmou que o novo aumento dos combustíveis anunciado pelo Governo Federal para esta sexta-feira (11) significa mais aumento da pobreza e menor poder de compra para o cidadão e aumento nos preços em geral. “Quem se beneficia com tudo isso são os acionistas da Petrobras, que somente no ano passado ganharam mais de R$ 100 bilhões de lucro, às custas da pobreza da população. Absurdo essa política, que está empobrecendo o povo!”, criticou.

MANAUS SEDIA ENCONTRO PELO CLIMA

A 12ª Reunião Anual da Força Tarefa dos Governadores para o Clima e Florestas (GCF Task Force) será realizada em Manaus, na próxima semana, nos dias 17 e 18 de março, das 8h30 às 17h, no Centro de Convenções Vasco Vasques. O evento terá a participação de mais de 300 autoridades, lideranças e convidados de diversos países, e está sendo organizado em parceria com o Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-AM). Confira a programação: https://pt.2022annualmeeting.com/agenda.

VAI TER FESTIVAL

O governador Wilson Lima (UB) vai anunciar nesta sexta-feira (11) as datas de realização do 55º Festival Folclórico de Parintins em 2022. O anúncio será feito durante cerimônia de oficialização do patrocínio da Coca-Cola Brasil aos bois-bumbás Caprichoso e Garantido. O governador vai revelar ainda o calendário de eventos que antecedem o festival e o lançamento de um aplicativo com informações úteis sobre Parintins e o festival, desenvolvido pela Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, em parceria com a Empresa Estadual de Turismo do Amazonas (Amazonastur).