Última semana em cartaz da peça ‘O sono da razão produz monstros’

Última semana em cartaz da peça ‘O sono da razão produz monstros’. Com entrada franca no Teatro da Instalação, a peça escrita pelo dramaturgo Theo Fellows se despede de Manaus neste fim de semana.

Última semana em cartaz da peça ‘O sono da razão produz monstros’.

 

Após estrear com sucesso de público, na capital amazonense, a peça “O sono da razão produz monstros” terá suas últimas apresentações neste fim de semana no Teatro da Instalação. Escrita pelo dramaturgo fluminense, Theo Fellows, a peça retrata sonhos de pessoas que viveram em diferentes épocas e sobre regimes ditatoriais.

“O texto foi inspirado no livro ‘Sonhos no Teceiro Reich’, da jornalista alemã Charlotte Beradt, onde esta entrevistou pessoas e perguntava com o que elas sonhavam, isso logo após a ascensão de Hitler ao poder. E ela constatou que muitas pessoas, apesar de não terem interesse por política, eram influenciadas diretamente no conteúdo dos seus sonhos. Hoje, ouvimos muitos relatos de pessoas que também têm pesadelos que se associam com temas atuais, sejam eles a pandemia ou a política. Queremos mostrar, com esta peça, como os sonhos revelam uma realidade que muitas vezes nos escapa durante o dia a dia”, explica Fellows.

A artista Visual, produtora cultural e audiovisual e jornalista, Michelle Moraes, compareceu na estreia junto com amigos e ficou encantada com a peça. “Valeu a pena ter ido. Eu sempre me interessei por esse tema. Saber por que sonhamos? E a peça veio para aguçar essa reflexão. Uma oportunidade de conhecer como os sonhos se manifestaram em um período triste de perseguição ao povo judeu. Eu penso que os sonhos serviram como válvula de escape, um recurso de compensação para que conseguissem sobreviver à tamanha opressão e repressão. Incrível como toda a realidade daquelas pessoas representadas se manifestou em sonhos, misturando acontecimentos, personagens reais com universo onírico. Foi muito interessante ver que alguém se interessou em registrar esses sonhos e, mais ainda, transformá-la em uma peça de teatro”, disse.

Para a professora de Psicologia da Universidade Estadual do Amazonas (UEA), Monique Therense, “os sonhos são nossos e são nós. Em cada sonho interpretado no espetáculo eu ficava imaginando os itinerários pessoas de quem havia narrado aquele fragmento de si. Até que em dado momento alguém descreveu ‘ faz tempo que não sonho’, aí lembrei que essa foi uma frase que eu repeti nesse tempo de pandemia, então o espetáculo deixou de ser sobre o outro que sonhou tempos atrás e passou a ser sobre pedaços de mim encenados ali. Foi uma experiência interessante”, comenta.

O cantor Luso Neto também compareceu em uma das apresentações e comentou emocionado “eu adorei a peça, pois ela conta dos monstros que temos em nossos sonhos. Eu mesmo me identifiquei com diversos sonhos. Eles contam o sonho fora da ‘caixinha’ e ver situações de sonhos que aconteceram na Europa, no Brasil, a gente que é artista, que adora ler, a peça mexe muito conosco emocionalmente. Os dois atores trabalham com a coisa meio do lúdico, um espetáculo que não vem fácil e que colocam na sua boca para mastigar e sim para você pensar, raciocinar, se transportar para aquela época, foi realmente fascinante”.

A peça tem entrada franca, porém é necessário fazer o cadastro nos links abaixo por questões de segurança devido à pandemia:

Dia 26 de novembro (sexta-feira): https://sistemas.cultura.am.gov.br/sigec/eventos/inscricao?s=459ae49a3f48799bcb1e839f36b4270d
Dia 27 de novembro (sábado): https://sistemas.cultura.am.gov.br/sigec/eventos/inscricao?s=d02d5bb0eb0e0b89d84ac88ebe3088a3
Dia 28 de novembro (domingo): https://sistemas.cultura.am.gov.br/sigec/eventos/inscricao?s=d1c3ec1ce9227ac3c4091e384418bd93