Turismo comunitário da RDS do Tupé é apresentado aos participantes do 1º Fórum de Cidades Amazônicas

Representantes de prefeituras e instituições nacionais e internacionais que participaram do 1º Fórum de Cidades Amazônicas tiveram a oportunidade de conhecer, ao final da programação do evento, um núcleo indígena na comunidade São João do Tupé, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Tupé, gerida pela Prefeitura de Manaus.

 

A agenda especial, realizada na tarde de sexta-feira, 6/9, teve como finalidade permitir a experiência de vivenciar o turismo de base comunitária no Baixo Rio Negro, que é uma das estratégias de desenvolvimento socioeconômico para as comunidades ribeirinhas, especialmente para os grupos indígenas advindos do Alto Rio Negro que ocupam a reserva. Eles assistiram e participaram de um ritual indígena da etnia Tuyuka.

 

Recentemente, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), gestora da RDS, aprovou resolução regulamentando a atividade turística explorada pelos grupos indígenas na reserva. A comitiva que participou da visita foi formada por aproximadamente 50 pessoas e tomou conhecimento acerca dos desafios da gestão ambiental da RDS, assim que desembarcou.

 

Para o secretário municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Antonio Nelson de Oliveira Júnior, a visita foi uma oportunidade de transmitir a realidade de comunidades ribeirinhas com núcleos indígenas. “Nossa intenção foi a de mostrar um pouco da vivência de famílias que vivem numa reserva de desenvolvimento sustentável, gerida pela Prefeitura de Manaus, depois de dois dias produtivos de trabalho que resultaram na aprovação do Pacto de Cidades Amazônicas. Fechamos o evento com chave de ouro e poder mostrar algumas das políticas públicas implementadas pelo prefeito Arthur Virgilio Neto na RDS do Tupé, a exemplo do ecoturismo, foi uma excelente oportunidade”, afirmou o secretário.

 

A experiência da visita foi reveladora, na avaliação do secretário executivo  do ICLEI na América Latina, Rodrigo de Oliveira Perpétuo. “Pudemos conhecer a navegação, o modo de vida de cidadãos que vivem em uma RDS, as extensões municipais características da região e o trabalho da Prefeitura de Manaus, que requer recursos que não podem ser acessados porque o sistema nacional de meio ambiente e os fundos internacionais não permitem”, afirmou.

 

De acordo com o diretor de Áreas Protegidas da Semmas, Márcio Bentes, áreas protegidas municipais como a da RDS do Tupé não são contempladas com recursos de programas e fundos nacionais e internacionais. “O Pacto de Cidades Amazônicas é o pontapé inicial para mudarmos essa situação”, afirmou Bentes.

 

A coordenadora de Projetos da Fundação Konrad Adenauer, Marina Caetano, comemorou o êxito do Fórum e as conquistas obtidas a partir da integração dos governos locais amazônicos. “Foi uma experiência muito mais qualitativa do que quantitativa. Experimentamos aqui a iniciativa de reunir as pessoas que estão querendo desenvolver a região amazônica de maneira diferente, não insistindo mais em modelos que não dão certo e pensando na melhoria da qualidade de vida das pessoas nas cidades amazônicas seja em ambientes urbanos ou de florestas “, afirmou Marina.

 

A  Fundação Konrad Adenaeur, organização não- governamental alemã, foi umas instituições internacionais parceiras do evento.

 

Fórum

 

O 1º Fórum de Cidades Amazônicas foi encerrado na manhã desta sexta-feira, 6/9, com a leitura feita pelo prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, do Pacto das Cidades Amazônicas, documento final da conferência internacional.

 

O pacto foi o resultado de uma discussão entre prefeitos e representantes de  municípios que compõem a Amazônia Legal Brasileira.

 

“A carta, como um todo, foi um clamor de um povo que quer fazer parte de um país que jamais terá um desenvolvimento nobre se não contar com sua região de maior potencial de desenvolvimento econômico e científico, que é a região amazônica”, destacou o prefeito Arthur Virgílio Neto.

 

Entre as propostas colocadas no documento, os representantes destacam que os municípios amazônicos devem se posicionar como grandes referências em sustentabilidade, desenvolvimento de políticas públicas, harmonizadas com marcos globais, que favoreçam a atuação em rede com governos, setor produtivo, organizações da sociedade civil e parceiros internacionais.