Em reunião no final da tarde de ontem (9), com a cúpula dos órgãos que atuam na segurança pública no estado, o Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial do Amazonas (Sindarma) propôs uma parceria para ampliar a realização de operações nos rios e também para a construção de balsas fluviais a serem cedidas para que os agentes possam atuar nas áreas com maior incidência de roubos, assaltos e ataques contra as embarcações.
De acordo com o presidente do Sindarma, Galdino Alencar Júnior, o projeto para construção das balsas seria totalmente realizado pelas empresas transportadoras associadas ao sindicato – com toda a estrutura de alojamentos e instalações necessárias para abrigar as forças policiais e de fiscalização – para serem cedidas à Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP) aumentarem sua presença de modo permanente nos rios e no combate a ação dos criminosos.
“Apesar dos investimentos feitos pelo Estado, os ataques piratas são cada vez maiores e mais violentos, provocando perdas de R$ 100 milhões por ano em cargas roubadas, além de agressões e mortes de tripulantes, ameaças para as comunidades ribeirinhas e para os passageiros que navegam na região”, afirmou Galdino durante a reunião que contou com a participação da SSP, Polícia Federal, Polícia Militar e Civil, Marinha do Brasil, Corpo de Bombeiros e de secretarias e órgãos estaduais.
Ajuda Federal
Em busca de apoio contra os piratas no Amazonas, o Sindarma também esteve reunido esta semana com a Confederação Nacional dos Transportes (CNT), em Brasília, para apresentar a situação de urgência do setor no Amazonas.
Em sua apresentação para entidades de todo o país, Galdino afirmou que este é o pior momento do setor e que além das perdas de vidas e cargas, os ataques são uma séria ameaça para o abastecimento dos municípios do interior do estado.
“Nos rios amazonenses, não se sabe mais quem é polícia e quem é bandido porque muitas vezes eles fazem as abordagens vestidos com uniformes dos órgãos de segurança. Com as agressões físicas e até mortes de tripulantes, em pouco tempo será difícil manter a regularidade no abastecimento de combustível e de alimentos para o interior porque ninguém vai arriscar a própria vida”, alertou Galdino.
A reunião com a CNT resultou em um documento que a entidade nacional irá apresentar aos ministérios dos Transportes, da Justiça e para a direção dos demais órgãos federais do setor, solicitando providências imediatas.
Ainda esta semana, o Sindarma participou de reunião com o comando do 9.º Distrito Naval da Marinha do Brasil, sediado em Manaus.
Na reunião, que contou com a participação dos distribuidores de combustíveis, como o diretor do Instituto Combustível Legal, Carlo Rodrigo Faccio, entidade nacional que combate o comércio irregular do produto, foram debatidas ainda a presença de escoltas armadas nas embarcações que fazem o transporte de produtos e mercadorias.
Como saldo do encontro, os comandantes da Marinha entenderam a necessidade das escoltas armadas e se mostraram solidários e dispostos a apoiar as ações de combate à pirataria no Amazonas. O Sindarma também prestou solidariedade e lamentou a morte do suboficial da Marinha em incidente ocorrido no final do mês passado no interior do estado.