A Eletrolar Show 2024 chegou ao terceiro e penúltimo dia nesta quarta-feira (17), em São Paulo, com uma novidade que promete revolucionar o setor eletroeletrônico, inclusive, na Zona Franca de Manaus (ZFM): a tecnologia do grafeno.
O material é formado por uma camada de átomos e representa uma das formas cristalinas do carbono – a exemplo do diamante e do grafite -, que funciona como condutor transparente e flexível, podendo ser utilizado na fabricação de células fotovoltaicas, telas roláveis, painéis de toque e luzes LED, entre outros meios.
Após um acordo firmado em junho passado entre a empresa de nanotecnologia espanhola Graphenano e o CEO Nilton Reigada, o grafeno enquanto tecnologia será expandido no Brasil e o negócio também pode abranger a Zona Franca de Manaus (ZFM), conforme informou o empresário aos superintendentes-adjuntos da Suframa Leopoldo Montenegro (Projetos) e Waldenir Vieira (Desenvolvimento e Inovação Tecnológica), durante reunião na Eletrolar Show 2024.
“Para nós é uma honra tratar do assunto com a Suframa, pois a Zona Franca de Manaus é um benefício para esse País imutável. Eu tenho muito interesse em mostrar a tecnologia, que é inovadora, uma coisa muito nova para o Brasil vinda da Espanha.
O grafeno é extraído da própria atmosfera, o que torna ele economicamente melhor, um produto mais usável, biodegradável. Vai trazer melhorias na área de condução de energia, cabos elétricos, baterias, eletroeletrônicos… É realmente um espetáculo”, sugeriu Reigada, que esteve na reunião com a Suframa acompanhado do sócio Leonard Batista.
Pelo fato de aumentar, significativamente, a frequência dos sinais eletromagnéticos, permitindo a produção de transistores mais rápidos, a tecnologia do grafeno tende a revolucionar não somente a indústria eletroeletrônica, mas também a microeletrônica, como observou o superintendente-adjunto Waldenir Vieira.
“As tecnologias desenvolvidas pela empresa alcançam desde o componente para semicondutor de energia até o cobre. Isso pode revolucionar a indústria de eletroeletrônica e microeletrônica, em vista de que reduz o preço e melhora a qualidade da produção.
Tivemos uma reunião muito produtiva e, com isso, nós iremos contatá-los em breve, para continuar as tratativas”, disse Vieira, em referência à conversa articulada pela Coordenação-Geral de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais (Cogin/Suframa), na pessoa do administrador Adamilton Mourão.
A formalização do acordo com os espanhóis vai possibilitar a criação da Graphenano Brasil, a primeira filial da empresa no País cuja sede funcionará na capital paulista.
Esta colaboração ficou ainda mais materializada, depois que os dois grupos empresariais fizeram participações conjuntas em várias feiras internacionais, como a JEC de Composites em Paris, onde foram apresentados inovações e avanços em tecnologia de grafeno.
Nilton Regada acenou com a possibilidade de a Graphenano Brasil expandir os negócios junto às indústrias do Polo Industrial de Manaus (PIM), inclusive, com a instalação de uma filial da empresa na capital amazonense.
Ele não economizou elogios ao comentar sobre o projeto socioeconômico de sucesso, que há 57 anos gera oportunidades, renda e benefícios ambientais para o planeta.
“A possibilidade é imensa, porque a Zona Franca de Manaus é a salvação desse País. Os grandes empresários e as grandes indústrias foram para lá, porque é impossível aqui, a carga tributária regional é muito alta. Então, quando você fala da Zona Franca, você fala de um incentivo para fomentar a indústria.
É um projeto que toca o coração de qualquer empresário e todos têm que saber disso, é muito importante”, salientou Reigada.
Prospecção
O empresário também destacou a presença da Suframa na Eletrolar Show e a missão da Autarquia de prospectar novos negócios para a ZFM. “Fomos bem acolhidos pela Suframa e pudemos expor as nossas dificuldades, as nossas aflições, para que ela consiga nos colocar diante dos empresário.
Que a gente consiga se implantar lá e colocar um produto local muito forte e muito eficiente”, ressaltou.
Produtos
Em princípio, a nova filial se concentrará na comercialização de produtos baseados na tecnologia de grafeno, desenvolvida pela empresa espanhola nos últimos dez anos.
Esses produtos incluirão compósitos, SmartMaterials (aditivos para concreto), produtos médicos, dentários e cosméticos, todos destinados a transformar diversas indústrias no Brasil e no restante do continente.
“Eu convido a todo mundo que tiver a oportunidade, que estude um pouquinho sobre a matéria (tecnologia do grafeno), que é muito recente e pode trazer muitos empregos, muitos benefícios e ajudar esse nosso governo que precisa de coisas novas, de tecnologias novas.
É um produto biodegradável e benéfico ao meio ambiente”, finalizou Nilton Regada.