Promover a importância do uso racional de defensivos agrícolas, ensinando técnicas de aplicação correta dos produtos em lavouras. Esse é o objetivo do curso de aplicação de defensivos agrícolas que faz parte da grade de capacitações oferecidas pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Regional Amazonas (SENAR-AM). Entre os dias 12 e 14 de julho, será a vez de produtores rurais de Novo Remanso, em Itacoatiara, receberem o curso.
O instrutor da capacitação, Manoel Silva, explica que durante os dias em que o curso será realizado, serão ensinadas técnicas de aplicação dos produtos, o clima correto para aplicação e informações como o tempo de carência entre a pulverização e a colheita do produto para consumo.
Um dos diferenciais da capacitação, segundo o instrutor, será o ensino de receitas de defensivos orgânicos. “Eles aprenderão alternativas para o uso de defensivos químicos com a utilização de ingredientes naturais eficazes para o combate de pragas e fungos”, destacou.
Outro aspecto importante do curso é a ênfase dada ao uso obrigatório do Equipamento de Proteção Individual (EPI). Durante a capacitação, o instrutor falará de cada um dos itens e sua importância – calça, macacão impermeável, luva de borracha, chapéu, máscara com filtros e óculos de proteção – todos atendendo às especificações de órgãos de qualidade como o Inmetro.
O curso, que possui carga horária de 24h, será direcionado para os produtores e trabalhadores rurais que cultivam abacaxi. A comunidade é a maior produtora do fruto no Amazonas. São produzidas aproximadamente 54,7 mil toneladas, empregando 1.200 agricultores familiares.
É preciso ser racional
O pesquisador na área de manejo de plantas daninhas da Embrapa Amazônia Ocidental, José Roberto Antoniol Fontes, esclarece que todo defensivo agrícola para ser comercializado precisa ser registrado em diversos órgão como Ministério da Agricultura e abastecimento, Ministério do Meio Ambiente e Ministério da Saúde.
Ele explica que os produtos são criados baseados nas necessidades dos produtores rurais para o combate de pragas e fungos específicos. O profissional capacitado para identificar qual o produto atende a demanda do agricultor é o engenheiro agrônomo ou engenheiro florestal.
“Esses profissionais são os responsáveis por expedir o receituário agronômico. Comparando é como se uma pessoa doente fosse ao médico. Ela fala os sintomas da doença – neste caso, da doença da planta – e o médico indica os remédios. Mas é importante que o paciente – agricultor – cumpra a recomendação de dosagem para que não haja problema”, comparou.
De acordo com José Roberto Fontes, se for feita uma boa avaliação por parte do profissional agrônomo, e o agricultor seguir as recomendações da bula no que diz respeito às doses e período de carência – tempo entre aplicação do defensivo e colheita para comercialização – pesquisas extensas feitas na área comprovam que a utilização dos produtos não afeta a segurança alimentar nem a saúde dos consumidores. “Por esse motivo, cursos de capacitação são importantes pois ajudam a conscientizar ainda mais o trabalhador do campo a produzir alimentos saudáveis e seguros”, avaliou.
Com informações da assessoria