A glicose, nome pelo qual o açúcar que circula no sangue é identificado, é um carboidrato essencial para o funcionamento do corpo, por fornecer energia. Porém, em níveis muito altos ou baixos, pode causar complicações à saúde, como o diabetes, no caso de elevada quantidade no sangue. É por esse motivo que a busca pelo bem-estar passa, também, por verificar regularmente a glicose no organismo.
“Em condições normais, a glicose passa por um processo que libera essa energia que vai ser utilizada para o corpo realizar uma série de reações químicas e fisioquímicas que ocorrem em todas as nossas células. É o que chamamos de metabolismo”, explica a endocrinologista e consultora médica do Grupo Sabin, Larissa Figueiredo.
“Os cuidados para equilibrar a glicose estão muito ligados à alimentação. Beber bastante água é essencial, porque o rim elimina o excesso de açúcar do sangue na urina. Além disso, reduza os alimentos processados, que são ricos em açúcar, e coma mais fibras, porque elas ajudam a reduzir a velocidade da absorção do açúcar, fazendo com que o nível de glicose suba aos poucos. E claro, pratique atividades físicas para melhorar o metabolismo”, aconselha a especialista.
A ingestão de doces também deve ser moderada. Segundo o Ministério da Saúde, o consumo médio de açúcar do brasileiro é de 80 gramas por dia, o equivalente a 18 colheres de chá. Além disso, mais da metade (64%) desse consumo é de açúcar adicionado à comida. O volume está acima do recomendado, que é de 50 gramas, ou 12 colheres, por dia, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Alterações
Quando a glicose está em alta no corpo, dá-se o nome de hiperglicemia. No início, essa condição é silenciosa, mas com o tempo os sintomas começam a surgir, como sede e fome em excesso, emagrecimento repentino, cansaço frequente, visão embaçada, dificuldade de cicatrização, dentre outros. “A hiperglicemia é um dos fatores que pode ocasionar o surgimento do diabetes, doença crônica que pode afetar o coração, as artérias, olhos, rins e nervos”, afirma Larissa Figueiredo.
Já os níveis baixos de açúcar no corpo (hipoglicemia) também podem ser um problema. De início, o comum é sentir tontura, dor de cabeça, sensação de sono, fome e alterações no humor. Porém, se a glicose persistir em níveis baixos, os sintomas podem ser mais graves, como desmaios e convulsões ou até perda de consciência. Se o desconforto for leve, a médica sugere dar à pessoa cerca de 15 gramas de carboidratos de rápida absorção, como uma colher de sopa de açúcar. Casos graves devem ser levados à emergência para uma rápida reposição endovenosa. No caminho, deve-se molhar os lábios do paciente em crise com açúcar diluído em água.
“Ao ter sintomas de alta ou baixa glicose, o ideal é procurar um médico, que pode requisitar a avaliação do nível de açúcar no sangue. São três os exames mais comuns. O primeiro avalia o nível glicêmico e mede a quantidade de açúcar na corrente sanguínea. O segundo é o de insulina, hormônio que controla a quantidade de glicose no sangue. Já o último é o de hemoglobina glicada, que avalia o nível glicêmico dos últimos três meses”, explica a endocrinologista.
Segundo a médica, a presença de fatores de risco associados ao alto ou baixo nível glicêmico vai determinar a periodicidade com que os exames devem ser feitos. Por exemplo: são mais suscetíveis ao diabetes tipo 2 pessoas com mais de 45 anos, em sobrepeso, com hipertensão arterial, com antecedente familiar, dentre outras características. Nesses casos, ao apresentar um ou mais fatores de risco, a orientação é realizar os exames anualmente.