Hematologista do Sistema Hapvida explica como a doença se desenvolve no organismo
Uma doença considerada ‘silenciosa’, mas bastante perigosa. Assim é o linfoma, um câncer que se inicia com um pequeno caroço na região do pescoço, e pode tomar proporções maiores, se não for tratado com urgência.
De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada ano mais de 735.000 pessoas são diagnosticadas com a doença em todo o mundo. O dia 15 de setembro foi definido como o Dia Mundial de Conscientização sobre os Linfomas, como forma de levar a conscientização sobre a prevenção da doença.
A hematologista do Sistema Hapvida, Hatsumi Iwamoto, explica como ocorre a doença no organismo, e se ela é considerada realmente um câncer. “Sim, o linfoma é considerado um tipo de câncer hematológico. Mas para entender um pouco sobre linfomas, precisamos conhecer o sistema linfático, que é formado por linfonodos, células de defesa (glóbulos brancos ou leucócitos) e vasos linfáticos, que fazem parte da defesa do organismo. Quando esses leucócitos se tornam malignos, crescem de forma descontrolada, e originam os linfomas”, explica.
A médica ainda explica se existe algum tipo de linfoma considerado mais grave, e como ocorre o tratamento de cada um deles. “É difícil falar qual linfoma é o mais grave. Eles podem ser classificados em linfoma de Hodgkin e Não-Hodgkin. A gravidade também depende do momento em que o linfoma foi diagnosticado, e das características individuais de cada paciente. Já o tratamento é feito com quimioterapia, e ainda podemos utilizar radioterapia e até mesmo transplante de medula óssea em casos de recidiva ou quando não há resposta à quimioterapia inicial. O importante é sempre procurar um médico caso perceba aumento de linfonodos (ou gânglios), principalmente, se estiver associado a febre e perda de peso não intencional”.
Para entender um pouco mais sobre os linfomas, é preciso entender que cada um deles apresentam comportamentos, sinais e graus de agressividade diferentes, por exemplo, uma das principais diferenças está nas células doentes. Confira abaixo:
Linfoma de Hodgkin (LH)
Considerada por especialistas uma doença adquirida, e não hereditária, o Linfoma de Hodgkin (LH), pode ocorrer em qualquer idade, porém, os jovens de 25 a 30 anos são os que mais recebem esse diagnóstico.
No entanto, esse casos não são uma regra, visto que ele pode ocorrer, também, em pacientes com outras idades. Foi o caso do ex-jogador de futebol e comentarista esportivo, Caio Ribeiro, de 46 anos.
Ele conta que descobriu o câncer bem no início, durante uma sessão de fisioterapia preventiva para o joelho. Segundo ele, a profissional que o acompanha observou que havia um caroço no pescoço dele durante um alongamento. “Fui até o hospital, fiz exames, punções e saiu o diagnóstico: linfoma de Hodgkin”. Atualmente, ele já está nas sessões finais de quimioterapia, e vem reagindo bem a todos os resultados.
Linfoma não-Hodgkin (LNH)
Já o linfoma não-Hodgkin, seria um grupo mais complexo de mais de 80 tipos distintos da doença. Após o diagnóstico completo, ele é classificado de acordo com o tipo e o estágio em que se encontra.
Eles são agrupados de acordo com o tipo de célula linfóide afetada e, para sua classificação, também são considerados o tamanho, a forma e o padrão de apresentação ao microscópio. Eles ainda podem surgir em diferentes partes do corpo e representam 80% dos casos de linfoma.
Sintomas e prevenção
Dentre os principais sintomas da doença estão: aumento de gânglios (caroços), em especial na região do pescoço, virilha e axila; coceira na pele; esplenomegalia (aumento do baço); fadiga; febre; perda de peso sem motivo aparente; e suor noturno.
Sobre o tratamento da doença, o mais utilizado é a quimioterapia, complementada, em alguns casos, com a radioterapia. Também podem ser utilizados no tratamento, associados à quimioterapia, principalmente nos casos de linfoma não Hodgkin. Os exames de rotina associados a atenção com o corpo, sobretudo, no aparecimento desses ‘caroços’, continuam sendo a melhor forma de prevenção, segundo os especialistas.