Moscou revelou nesta quinta-feira (28) que as tropas russas que chegaram no fim de semana à Venezuela permanecerão no país “enquanto for necessário” em apoio ao regime do presidente venezuelano Nicolás Maduro, garantindo “não ameaçar ninguém”.
Um dia após o presidente norte-americano, Donald Trump, exigir a saída dos militares russos da Venezuela, a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, disse se tratar de “especialistas” russos.
“Eles se ocupam da aplicação dos acordos assinados no campo da cooperação técnica e militar. Quanto tempo? O tempo que for preciso. Enquanto for necessário ao Governo da Venezuela”, disse a porta-voz russa.
A tensão continua aumentando entre a Rússia e Washington, que reconhece, como outros cinquenta países, Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela e pede a saída de Maduro.
Por outro lado, Moscou acusa os Estados Unidos de tentarem organizar um “golpe de Estado” no país, que conta com enormes reservas de petróleo.
Essas tensões viram um novo pico desde a chegada, no último fim de semana, de dois aviões russos – um Antonov An-124 e o Iliouchine Il-62 – a Caracas.
Segundo os meios de comunicação locais, os aviões transportaram 99 soldados e 35 toneladas de equipamentos, sob o comando do chefe do exército, general Vassili Tonkochurov.
“A Rússia deve sair” da Venezuela, disse Trump na quarta-feira, ao receber Fabiana Rosales, a mulher do líder da oposição Juan Guaidó, no Salão Oval.
“Insisto que há apenas cooperação militar e técnica e a presença militar russa não está de forma alguma ligada à possível condução das operações militares”, disse hoje o adido militar da embaixada venezuelana na Rússia, José Rafael Torrealba Pérez, citado pela agência Interfax.
Torrealba Pérez disse que o ministro da Defesa venezuelano é esperado em Moscou no final de abril neste quadro.
“A Rússia não quebrou nada, nem acordos internacionais nem a lei venezuelana, isso não muda o equilíbrio de poder na região e não ameaça ninguém, ao contrário de Washington”, disse Maria Zakharova.
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Zakharova qualificou as várias críticas emitidas desde o início da semana por oficiais dos Estados Unidos, como uma “tentativa arrogante de ditar a Estados soberanos como devem ter relações entre si”.
“Nem a Rússia nem a Venezuela são províncias dos Estados Unidos”, sublinhou a porta-voz russa. Com informações da Lusa.
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