A aprovação de investimentos recordes para a Zona Franca de Manaus e a assinatura de um memorando de entendimento entre a Suframa e o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) com a finalidade de fomentar a cultura de inovação e de proteção da propriedade industrial na Amazônia Ocidental foram os destaques da 300a Reunião Ordinária do Conselho de Administração da Suframa (CAS), ocorrida nesta quinta-feira (21), em Porto Velho (RO).
Primeiro encontro itinerante do CAS em três anos, a 300a Reunião Ordinária foi presidida pelo secretário especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos Da Costa, e contou com a presença do superintendente da Suframa, Algacir Polsin, do governador de Rondônia, Marcos Rocha, do governador do Amazonas, Wilson Lima, e do prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves, além de demais representantes de órgãos governamentais, dirigentes de entidades de classe e parlamentares.
Investimentos
A pauta de 31 projetos industriais e de serviços, prevendo investimentos totais de R$ 7,95 bilhões e a geração de 1.409 novos empregos na área de atuação da Suframa ao longo dos próximos três anos, foi aprovada na íntegra pelos conselheiros. O projeto da Samsung Eletrônica da Amazônia Ltda, para ampliação e atualização das linhas de produção de telefone celular digital, com expectativa de geração de 376 novos postos de trabalho e investimentos da ordem de R$ 7 bilhões, foi o grande destaque da pauta. “O maior volume de investimento na história das reuniões do CAS havia sido R$ 2,7 bilhões. Portanto, estamos aqui em Porto Velho (RO) não apenas batendo um recorde histórico, mas aprovando três vezes mais investimentos do que o maior investimento registrado na história da Suframa. Os números falam por si só”, disse o secretário especial Carlos Da Costa.
No contexto da atração de investimentos e do crescimento da indústria regional, o superintendente da Suframa, Algacir Polsin, comentou também sobre o ano promissor do Polo Industrial de Manaus (PIM), o qual, mesmo com as restrições da pandemia, atingiu, nos sete primeiros meses de 2021, faturamento de R$ 87 bilhões (crescimento de 52% na comparação com o mesmo período do ano passado) e média mensal de 102 mil empregos diretos (aumento de 12% em relação ao mesmo intervalo de 2020). “É importante ressaltar, contudo, que os esforços da Suframa não se limitam ao fortalecimento do PIM, mas estão fortemente focados também no espraiamento do desenvolvimento e na redução de desigualdades regionais. Para isso, estamos trabalhando em sinergia com diversos outros atores na implementação de projetos estratégicos e na identificação de alternativas que poderão gerar melhoria da qualidade de vida da população de Rondônia e de todos os Estados da nossa área de atuação”, afirmou Polsin.
Propriedade industrial
Passo importante para a valorização das cadeias produtivas regionais e para a maior oferta de emprego e renda não apenas em Rondônia, mas em todos os demais estados da área de atuação da Suframa foi a assinatura de memorando de entendimento entre INPI e a Autarquia, que buscará fomentar de forma mais efetiva ações de certificação, indicação geográfica, desenho industrial e registro de marca, entre outros, junto a produtores rurais, cooperativas e pequenos e médios empresários atuantes em toda a Amazônia Ocidental e Amapá.
O presidente do INPI, Claudio Furtado, participou por vídeoconferência da reunião e afirmou que o Estado de Rondônia, por exemplo, que tem grande expertise na produção de café e de carne bovina, poderá ser beneficiado em suas ações de exportação por meio da comercialização de produtos com garantia de qualidade e embalagem e transporte adequados no mercado internacional. “Propriedade industrial é muito importante, pois agrega muito valor à marca e gera patentes no processo de distribuição e produção. Esses recursos intangíveis são altamente remunerados”, destacou. “E isso não se limita apenas à agricultura. A Amazônia hoje é campeã em registro de patentes de produtos eletrônicos, por causa do PIM, mas uma ideia também é expandir o serviço de indicações geográficas, auxiliando cooperativas de produtores que, inclusive, utilizam conhecimento tradicional a prepararem um melhor açaí, castanha e farinha, por exemplo, e levando certificação até eles, o que significa multiplicar em até cinco vezes o valor que esses produtores podem receber pelos seus produtos”, complementou Furtado.
O memorando de entendimento deverá ser operacionalizado em até sessenta dias e poderá ser prorrogado por até cinco anos entre as partes mediante termos aditivos.