O restauro da Biblioteca Municipal João Bosco Evangelista chega a 85% da obra concluída e recebe os retoques finais para que, em abril, a Prefeitura de Manaus entregue para a população mais um histórico prédio do centro da capital.
“Este ano iremos consolidar o nosso projeto de resgate e reocupação do Centro Histórico de Manaus, com a entrega da biblioteca e outros importantes prédios que estão sendo restaurados. É um sonho que se realiza para mim e, certamente, para a população, porque faz parte da nossa história, da nossa identidade e do nosso orgulho”, destaca o prefeito Arthur Virgílio Neto.
Situada na esquina da rua Monsenhor Coutinho, Biblioteca Municipal João Bosco Evangelista recebe serviços de acabamento, com pintura, finalização de instalações elétricas, de divisórias de vidros e de equipamentos lógicos, iluminação, climatização e montagem do café. O elevador será o último item a ficar pronto, internamente, mas quem passa pelos arredores do imóvel já pode apreciar a bela renovação de sua arquitetura.
A gestão da biblioteca ficará a cargo da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult). Com o resgate, o espaço recebe adaptação ao ar moderno do século 21, incluindo sala de projeção, área de acervo em braile, um café box para atendimento aos frequentadores e itens específicos de acessibilidade, como elevador, piso tátil e banheiros para pessoas com deficiência.
“Fizemos pesquisas iconográficas do imóvel, trazendo assim a originalidade do local. Por se tratar de um restauro, temos que cuidar de vários aspectos da história, assim aproveitando as peças antigas e substituindo apenas o que não é possível de ser reaproveitado”, explica o coordenador técnico do programa “Manaus Histórica”, Daniel Herszon.
A empresa Biapó Construtora faz a execução da reforma e restauro, tendo sido a vencedora da licitação. Com foco em restaurações artísticas, a Biapó tem preocupação com o humano e a história presentes nas cidades onde atua.
História
O prédio datado do início do século 20 é um sobrado de características arquitetônicas ecléticas, quando Manaus experimentou o apogeu do ciclo da borracha. No edifício, durante muitos anos ficou sediada a “Liverpool School of Tropical Medicine”, instituição fundada em 1898 e primeira no mundo dedicada à pesquisa e ao ensino em medicina tropical. Ao longo do restante do século 20, após o fechamento da escola, o edifício esteve em propriedade de particulares.
No final da década de 70 e início dos anos 1980, nele funcionou uma lanchonete e botequim bastante frequentado, o Pinguim. Em 1995, o prédio foi desapropriado pela Prefeitura de Manaus. A Biblioteca Pública Municipal teve a sua primeira sede na avenida Joaquim Nabuco, passando a ocupar o endereço na rua Monsenhor Coutinho em 1997. A biblioteca tem o nome do professor, escritor e poeta João Bosco Evangelista (1938-1973), que foi um dos célebres fundadores do “Clube da Madrugada”.
O imóvel foi devidamente recuperado e adaptado para receber o acervo vasto amazônico, periódicos, entre jornais e revistas, e documentos especiais, como obras raras datadas do século 17. O prédio-sobrado foi fechado para reforma em agosto de 2011 e seu acervo abrigado, temporariamente, na Casa do Restauro, na rua Costa Azevedo. A biblioteca é vinculada à Manauscult e integra o Sistema Nacional de Bibliotecas.