A partir desta terça-feira, 22/12, a biblioteca municipal João Bosco Evangelista estará aberta à visitação pública agendada e com adoção de todos os protocolos de segurança à Covid-19. A biblioteca está localizada na esquina da rua Monsenhor Coutinho, próximo à praça do Congresso, no centro histórico da cidade, e funcionará de segunda a sexta, das 8h às 14h.
O prefeito Arthur Virgílio Neto fez a abertura oficial, acompanhado da presidente do Fundo Manaus Solidária, a primeira-dama Elisabeth Valeiko Ribeiro, e do diretor-presidente da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), Bernardo Monteiro de Paula.
“Todos vão se surpreender com a grandiosidade desta obra e essa família é muito querida, foi como se eu tivesse reencontrado meus irmãos. O João Bosco era um ledor, e nada mais justo que homenageá-lo com uma biblioteca. Essa é uma obra linda, um restauro verdadeiro. E ela nos inquietava, porque passou muito tempo com um tapume e como os recursos federais não vieram, depois que alcançamos o equilíbrio fiscal, decidimos fazer”, disse o prefeito, que agradeceu a compreensão do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em todas as obras de ressignificação do centro histórico, que contemplam, também, o antigo hotel Cassina, hoje Casarão da Inovação Cassina, o restauro do prédio antigo da Câmara Municipal de Manaus, que será o Centro de Arqueologia de Manaus, entre outras.
Muito emocionado, o diretor-presidente da Manauscult, Bernardo Monteiro de Paula disse que hoje é um dia especial e de reflexão. “Dias de trazer à memória as várias situações que enfrentamos nesses oito anos. Quando o prefeito assumiu havia quase nada de equipamentos de cultura e hoje temos a biblioteca, o Centro Cultural Óscar Ramos, a apropriação do Café Teatro pelos artistas, e mais que isso, instrumentos de políticas públicas que foram construídos em parceria com a sociedade. É um dia de muita emoção, mesmo”, disse.
Complementando, o vice diretor-presidente da Manauscult, José Cardoso, destacou que a gestão do prefeito na área da Cultura foi visionária e sensível. “Porque a cultura sempre foi tratada como algo marginal, e isso me dói muito. O senhor mudou isso. E essa biblioteca é um exemplo do apuro com que o prefeito trabalhou nesses oito anos”, disse.
A reabertura da biblioteca municipal João Bosco manteve o cerimonial de uma inauguração, com direito a descerramento de placas e as homenagens devidas, com a presença dos familiares de João Bosco Evangelista, que dá nome à biblioteca.
“Nossa família se sente honrada por dois grandes motivos: pela reabertura da biblioteca, agora definitivamente instalada em prédio e lugar digno de sua importância; o outro motivo é que essa casa de cultura e conhecimento leva o nome de um amado filho desta terra, um intelectual de altíssimo nível. Sempre foi um militante como professor, jornalista e escritor. Um humanista que inspirou muitas pessoas e foi um lampejo, porque morreu muito jovem, aos 35 anos”, disse Maria de Jesus Pantoja Evangelista, irmã do homenageado. O irmão do homenageado, Inácio Evangelista, também anunciou a adoção de uma tela pintada por ele, para fazer parte do acervo da biblioteca.
Neste primeiro momento de abertura, o prédio ainda não estará disponível para consulta do acervo, mas o público poderá conhecer a obra restaurada por meio de visitas agendadas, através do e-mail bibliotecajoaobosco@
Agendamento e protocolos
Para solicitar o agendamento, os interessados devem enviar pelo e-mail o seu nome completo, número do documento de identificação oficial (RG, CPF ou passaporte), telefone para contato, data e horário desejados para a visita e quantidade de pessoas no grupo. A confirmação do agendamento será feita pela equipe da biblioteca em até 24 horas úteis.
Dentro do local, o uso de máscara e o distanciamento social entre os visitantes é obrigatório e deverá ser respeitado durante todo o passeio. É recomendado levar a própria garrafa de água e não levar malas, mochilas e sacolas, uma vez que os bebedouros e guarda-volumes estarão temporariamente desativados.
Restauro e acervo
A obra de restauro da biblioteca municipal manteve as características arquitetônicas do prédio e recebeu adaptações de modernidade, como sala de projeção, área de acervo em braile, um café-boxe e itens de acessibilidade, como elevador, piso tátil e banheiros para pessoas com deficiência. A reforma e restauro foram executados pela Biapó Construtora, vencedora da licitação.
O prédio datado do início do século 20 é um sobrado de características arquitetônicas ecléticas, quando Manaus experimentou o apogeu do ciclo da borracha. No edifício, durante muitos anos ficou sediada a Liverpool School of Tropical Medicine, instituição fundada em 1898 e primeira no mundo dedicada à pesquisa e ao ensino em medicina tropical. Ao longo do restante do século 20, após o fechamento da escola, o edifício esteve em propriedade de particulares.
Em 1995, o prédio foi desapropriado pela Prefeitura de Manaus. A biblioteca pública
O imóvel foi devidamente recuperado e adaptado para receber o vasto acervo amazônico, periódicos, entre jornais e revistas, e documentos especiais, como obras raras datadas do século 17. O acervo conta com 32 mil exemplares, divididos entre obras de referência e temas bibliográficos, como coleções de obras gerais, coleções temáticas amazônicas, infantil, braile e multimídia.