A menopausa, que é o declínio natural de hormônios femininos, como o estrogênio e a progesterona, está presente na vida de 29 milhões de mulheres, representando 7,9% da população feminina do país.
É o que diz a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda dos hormônios provoca alterações no corpo da mulher e tem impacto direto na libido, mas pode ser minimizada com a reposição.
A ginecologista e obstetra Mariana Telles reforça a importância do acompanhamento médico nessa fase e aponta os principais sintomas da menopausa.
“A menopausa vai chegar para todas. Os primeiros sintomas da mulher na menopausa são aqueles calores que aparecem geralmente à noite, chamados de fogachos. Esses são sintomas do climatério. Eles vêm acompanhados de insônia, dor de cabeça, dores nas articulações, alteração no humor, irritabilidade, e, muitas vezes depressão. A catarata, que atinge principalmente mulheres idosas, também é reflexo da menopausa. É importante que a mulher fique bem atenta a esses sintomas”, explicou a especialista.
De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), a menopausa se manifesta entre os 40 e 55 anos, marcando o término da fase reprodutiva feminina. Mariana Telles explica a importância da reposição hormonal para minimizar os sintomas da menopausa.
“Toda mulher já tem a época que o estrogênio, hormônio natural feminino produzido pelo corpo, vai cair. E nessa queda começam a aparecer os sintomas. Muitas vezes, esses sintomas vêm acompanhados da diminuição da libido e do ressecamento vaginal. Esse tratamento vem justamente para repor esse hormônio”, orienta a médica.
A ginecologista ainda lembra que a menopausa está programada no organismo de cada mulher e não há tratamento como o uso de anticoncepcional ou estilo de vida que evite sua chegada. “Desde que nós somos embriões, no útero da nossa mãe, já estamos com a data programada para a última menstruação. Em alguns casos, existem mulheres que precisam fazer cirurgia para retirada de ambos ovários, que é a menopausa cirúrgica, entram antes do tempo”, disse.
Tratamento hormonal
A especialista explica que o tratamento hormonal pode ser feito via oral, via transdérmica ou por implantes que auxiliam nesse tratamento. Telles também reforça a realização de exames laborais e de imagem para auxílio no tratamento.
“ É importante que a mulher faça mamografia ou preventivo. Verifique se tem algum risco de doenças vasculares, doença no fígado. Além do tratamento hormonal, a gente tem os tratamentos coadjuvantes que são feitos, muitas vezes, com antidepressivos, algumas vezes com cremes vaginais para ressecamento, e reposição de vitaminas. A gente sempre orienta sobre a mulher praticar exercício físico, melhorar a qualidade de vida e ter uma boa alimentação”, orienta.
Mitos
A médica aponta alguns mitos de pacientes que chegam em seu consultório sobre a reposição hormonal. Segundo Telles, o principal deles é sobre risco de infarto.
“O tratamento hormonal não aumenta o risco de infarto agudo do miocárdio, o que aumenta é a menopausa. Quando você faz a reposição hormonal o risco de infarto diminui. Outra situação é sobre a existência de câncer de mama na família, isso não contra indica o tratamento da menopausa, desde que a mulher faça todos os exames necessários para fazer uma reposição hormonal com segurança. Esses são os principais mitos que vejo aqui no consultório. Esses mitos fazem com que as mulheres resistam em fazer reposição hormonal e levam uma qualidade de vida baixa, com sintomas da menopausa e ressecamento. Isso afeta até a qualidade de vida do casal e interpessoal”, concluiu.