Por: Dudu Monteiro de Paula
Em tempos de cheia histórica no Amazonas e a superação da marca recorde de 29 metros e 97 centímetros do nível do rio, nada melhor que escrever sobre um acontecimento esportivo no nosso Rio Negro.
No ano de 1997, foi repetido nas águas do Rio Negro, a mais antiga tradição da modalidade de remo no mundo: “THE BOAT RACE”.
Há mais de 141 anos, desde a criação da modalidade de remo, as Universidades de CAMBRIDGE E OXFORD, com suas equipes de 8 COM, entram no rio TÂMISA em Londres, para uma prova de remo, por seis mil oitocentos e trinta e oito metros.
Desta vez não foi diferente, porém, a ambientação da prova seria no Amazonas, junto com a Seleção Brasileira de Remo para um desafio inédito, inclusive, em relação a distância: 12 quilômetros, um dos maiores percursos da modalidade.
As três equipes estavam pela primeira vez na História, em um rio do Amazonas. Um desafio nas águas do nosso exuberante Rio Negro, que banha a frente de Manaus.
A largada foi propositadamente feita em frente ao “ROADWAY”: O Porto de Manaus, que foi projetado por um Engenheiro Escocês e concluído em 1902.
O Porto de Manaus é um dos maiores do gênero no mundo, com cais flutuante e a capacidade de, em boas condições técnicas, subir até 14 metros em conformidade com a subida e descida das águas do Rio Negro. Com esta cheia recorde de 2021, estamos tendo a oportunidade de observar esta capacidade do Porto.
Era um dia de festa. Desta forma, centenas de embarcações de todos os tamanhos, montaram quase que uma raia para os barcos e seus Atletas remadores.
As condições para a realização da prova eram totalmente adversas. A saber: a intensa movimentação nas águas, provocou o que aqui chamamos: um enorme banzeiro; além disso, 36 graus de temperatura e; oitenta e quatro por cento de umidade relativa do ar.
Se para os brasileiros era assustador, conforme o Capitão da Seleção Carlos Alexandre “Periquito”: – Seguramente os barcos vão estar no limite de afundar, estamos assustados!”.
Imagina para os Ingleses, que estavam acostumados com o pequeno e pacato Rio Tâmisa. Certamente, para eles, o Rio Negro era um verdadeiro rio/mar.
Desde a largada, os brasileiros arriscaram mais e conseguiram chegar em primeiro lugar, com a embarcação afundando imediatamente ao ultrapassar a linha de chegada.
Os Ingleses vieram “na manha” para não afundar e não afundaram.
O público na Ponta Negra era gigante e como quase tudo à época, terminou com uma linda “Festa de Boi Bumbá Amazônico” e muita toada.
Mas, o grande presenteado foi o Remo do Amazonas. Em uma atitude nobilíssima e enorme gentileza, as Universidades Inglesas de Cambridge e Oxford, deixaram seus respectivos barcos, com a mais alta qualidade tecnológica do momento, que valiam alguns MILHARES DE DÓLARES.
Nem vou perguntar onde estão! Estariam ainda utilizáveis ou não?
Por hoje é só! Semana que vem tem mais! Fuuuiiiiii!
Fotos: Internet
Edição: Yêda Couto
Faltou dar o crédito ao Manasseh o idealizador da idéia cujo crédito foi dado a um terceiro que se apropriou dá ideia como é divulgou como se fosse sua. Mesmo anos depois sempre combaterei a injustiça que foi feita com o Manasseh o guerreiro que até hoje luta pela modalidade.