Como parte de sua programação da campanha Setembro Verde Esperança, pela conscientização sobre a asfixia perinatal, e com o objetivo de habilitar os profissionais enfermeiros, técnicos de enfermagem e fisioterapeutas a realizarem a reanimação de recém-nascidos maiores de 34 semanas em sala de parto, a Maternidade Doutor Moura Tapajóz (MMT), da Prefeitura de Manaus, localizada no bairro Compensa, na zona Oeste, está realizando um curso sobre o tema.
O treinamento, que foi aberto no último dia 11/9 para um total de 24 alunos com aula da médica neuropediatra Marília Abtibol, segue até quinta-feira, 14/9, e tem carga horária de 8 horas, com 1 aula teórica e 5 aulas práticas sobre os problemas mais frequentes relacionados à reanimação de recém-nascidos maiores de 34 semanas e os respectivos procedimentos em sala de parto.
O curso é realizado continuamente em todo o país e atende ao conteúdo preconizado pelo Programa de Reanimação Neonatal da Sociedade Brasileira de Pediatria (PRN-SBP), existente há trinta anos e considerado o segundo maior do mundo.
A diretora da MMT, enfermeira obstetra Núbia Cruz, explica que, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), um em cada dez bebês precisa de algum auxílio para respirar ao nascer e, no Brasil, a cada duas horas um recém-nascido morre nos seis primeiros dias de vida por não ter o atendimento adequado.
“Nosso objetivo é preparar nossos profissionais para garantir um primeiro atendimento apropriado e preservar a qualidade de vida do recém-nascido posteriormente, pois para que o quadro de asfixia do recém-nascido não deixe sequelas e nem provoque a morte do bebê, é de fundamental importância que o atendimento seja feito nos primeiros 60 segundos de vida”, esclarece a diretora.
A coordenadora do curso, Briza Rocha, reforça que o primeiro minuto de vida do bebê é muito importante. “O risco de morte e agravos aumenta 16% a cada 30 segundos de demora para iniciar a ventilação até o sexto minuto de nascimento, por isso chamamos o primeiro minuto de minuto de ouro, que requer antecipação e preparação por parte dos profissionais quanto ao cuidado do neonato ao nascer, no transporte e na estabilização imediata após a reanimação. Nosso objetivo principal é reduzir a mortalidade por asfixia perinatal”, afirma a médica.
Também são instrutoras das aulas práticas do curso, as médicas neonatologistas habilitadas Sigrid Rodrigues do Nascimento, Paula Célia Dias Menezes e Waleska Affonso Salignac Marcião.
A neonatologista e chefe da Divisão Clínica da MMT, Sigrid Rodrigues do Nascimento, relata que dados da SBP indicam que a asfixia perinatal é a causa de 30-35% das mortes neonatais, o que representa, em nível global, 1 milhão de óbitos por ano. No Brasil, a asfixia perinatal é a terceira causa de óbito de crianças abaixo dos 5 anos, atrás da prematuridade e anomalias congênitas.
“O treinamento contínuo dos profissionais tem o objetivo de reduzirmos ainda mais a mortalidade precoce associada à asfixia perinatal na Moura Tapajóz. A reanimação neonatal é de extrema importância em situações críticas, como a asfixia durante o parto, problemas respiratórios, cardíacos ou outras condições médicas que podem colocar a vida do bebê em risco ou afetar o prognóstico de um recém-nascido”, destaca a neonatologista.
Fonte: Semsa
Fotos: Artur Barbosa / Semsa