Produtos de Halloween puxam vendas em outubro

Ficou para trás aquela máxima de que o Halloween no Brasil não tem adeptos. Ao contrário, nos últimos anos, a data tem sido cada vez mais lembrada no país e ganhando mercado. Prova disso é que nos dias que antecedem o Halloween, o tradicional Dia das Bruxas, comemorado  no dia 31 de outubro, as lojas que vendem de artigos para decoração a caracterização para celebrar a data observam o aumento na demanda disparar. Há quem afirme que a procura ultrapassa patamares pré-pandemia com alta 30% maior.

A sócia-proprietária do Bandeirão Decorações, referência em artigos relacionados à data,  Auxiliadora Cavalcante, a movimentação é muito maior que os outros anos, ela atribui o aumento à demanda reprimida em razão das restrições impostas pela pandemia. “Tivemos um 2020 limitado em relação às comemorações e eventos. Muitas famílias adeptas ao Halloween estão totalmente mobilizadas e dispostas a investir no evento”.

Para se ter uma ideia da animação dos clientes a procura pelos itens começou em setembro e parte do estoque do ano passado já foi vendido. “O consumidor está tão decidido a participar da festa que eu precisei viajar e investir em mais itens para suprir a demanda e os produtos já estão acabando”, conta ela.

Entre o perfil dos adeptos que celebram a data estão clientes de condomínios, escolas e os estabelecimentos como restaurantes e barzinhos que apostam na ornamentação bem temática.

O local possui uma variedade de produtos temáticos como fantasias, acessórios e itens para decoração. São capas, tiaras, dentaduras, aranhas, sangue falso, uma infinidade de opções para quem deseja participar das festividades. O chapéu de bruxa e as máscaras custam  em média R$ 14,50, o sangue artificial R$ 12,50 e as caspas, a partir de R$ 45 entre outros diversos produtos.

A Tropical Multilojas-Festas, também desponta como especialista em vendas para o Halloween. De acordo com a gerente de marketing da varejista, Suzan Soares, a data tem se tornado cada vez mais popular. Ela também afirma que às vésperas da data as vendas estão bem movimentadas. “Até porque no ano passado essa procura foi minada pela Covid. Consideramos um aquecimento bem maior. Podemos estimar um acréscimo, algo  em torno de 3% a 5%”.

Suzan declara que a empresa não imaginava que o evento seria liberado este ano. E que infelizmente o  investimento para o período não foi 100%. “Aproveitamos itens do estoque do ano passado, compramos para este ano, porém num valor mediano. Mas consideramos uma demanda bem significativa”.

Economia aquecida

Segundo o consultor de varejo e especialista em tendências de consumo Marco Quintarelli, em 2021 o sucesso do Halloween se dará muito por conta de uma demanda reprimida da população. “Devido à pandemia, o brasileiro se viu sem o Carnaval, o São João e todas as outras festas que tanto ama e fazem parte de nossa rica cultura. Por isso, agora que a campanha de vacinação está em fase avançada e mais de 50% das pessoas já foram imunizadas contra o vírus, a busca por eventos irá crescer exponencialmente, e a primeira grande celebração no calendário é o Dia das Bruxas” explica ele.

“Tanto os ingressos para festas maiores, quanto os itens para a realização de suas próprias comemorações em casa terão o consumo aumentado neste período. Por isso, o comércio deve se preparar para atender aos clientes que buscam, principalmente, pelas seguintes categorias: decoração, fantasias, doces e guloseimas, alimentos, bebidas alcóolicas, papelaria, presentes, maquiagens e efeitos especiais” afirma Quintarelli.

O consultor aposta em pontos de venda decorados e muitas marcas surfando na onda do Halloween em suas publicidades, tendo em vista a rentabilidade da data este ano. “O público está buscando por experiências após tanto tempo recluso. A curiosidade, frio na barriga e medo que o Halloween traz consigo é uma dinâmica interessante para o varejo nacional, e nós veremos a data se popularizando cada vez mais daqui pra frente” conclui o especialista.

Por dentro

Nos Estados Unidos, a tradição do Halloween é muito forte. Foi trazida por imigrantes irlandeses no século XIX. Desde então, a festa é o maior sucesso. Além dos Estados Unidos, a festa foi difundida por diversos países do mundo, tendo forte tradição no Canadá e no Reino Unido.

Fonte: Portal Jornal do Commercio

Foto/Destaque: Divulgação