BRASÍLIA – O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou na noite desta segunda-feira, em evento promovido pelo site “Poder 360”, que já há votos suficientes para aprovar a reforma da Previdência tanto na Câmara quanto no Senado. A estimativa do presidente do Congresso é que até outubro a matéria tenha sido votada nas duas casas.
Acho que do jeito que construiu esse texto, já tem 308 (votos na Câmara). Entre os senadores, a ampla maioria tem o entendimento que a reforma é importante. No Senado vai demorar 45 dias, 60 dias. É agosto e setembro todo.
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Alcolumbre reclamou, no entanto, da falta de envolvimento de governadores e prefeitos, que teria levado à retirada dos demais entes federativos do texto apresentado pelo relator Samuel Moreira (PSDB-SP) na comissão especial da Câmara. O presidente do Congresso mostrou ceticismo em relação a uma mudança no projeto, mas disse que pretende pressionar os mandatários.
– Vai se fazer o que é possível, eu entendo. Mas seria muito bom os 27 governadores estarem dentro do plenário da Câmara no dia da votação. Vou mandar um convite oficial. Porque se o governador falar com seu deputado, ele vai votar o destaque. Acho muito ruim sair sem estados e municípios. Mas é o possível.
De acordo com o senador, depois da reforma da Previdência , a prioridade do Congresso será a votação de uma reforma tributária e uma proposta de revisão do pacto federativo. Ao contrário da primeira reforma, no entanto, o texto da segunda será construído pelo parlamento e não pela equipe econômica. A ideia é inclusive constituir uma comissão mista de deputados e senadores para agilizar o trabalho.
Comissão especial
Na comissão especial da reforma, na Câmara, retomou os debates sobre a matéria nesta terça-feira. As discussões foram iniciadas na semana passada e ainda há mais de 70 parlamentares inscritos para se manifestar. A expectativa do presidente da comissão, deputado Marcelo Ramos (PR-AM), é prolongar os trabalhos ao máximo para iniciar a votação até quinta-feira. Como os partidos da oposição prometem fazer obstrução regimental, a tendência é que colegiado só conclua a votação na segunda-feira.
Antes de iniciar a votação, o relator da proposta, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), apresentará o texto final da reforma, na forma de complemento ao voto porque ele já tinha apresentado a primeira versão do relatório. Moreira deverá fechar o texto com líderes dos partidos antes de apresentá-lo aos membros da comissão. Ainda há pontos em aberto como inclusão dos estados e municípios na reforma e outros ajustes na proposta.
Fonte: O Globo