Com uma educação transformadora e inovadora, o primeiro Centro Integrado Municipal de Educação (Cime) Professor Doutor José Aldemir de Oliveira, no ramal do Brasileirinho, Distrito Industrial 2, zona Leste, está em pleno funcionamento e já mostra resultado positivo no ensino pensado no século 21. Inaugurada pela Prefeitura de Manaus em fevereiro deste ano, a nova unidade de ensino possui 9,5 mil metros quadrados e atende, aproximadamente, 1,6 mil alunos da educação infantil ao ensino fundamental.
“Não canso de dizer que essa é a escola que vislumbrava nos meus sonhos para o futuro de Manaus, e agora ela é realidade, é de todos. Foi feita pelos trabalhadores que moram no entorno, para que seus filhos estudem no lugar que ajudaram a construir. Com isso, damos mais um passo na educação de qualidade que estamos deixando de legado à população manauara”, declarou o prefeito Arthur Virgílio Neto, aproveitando para parabenizar o trabalho da Secretaria Municipal de Educação (Semed), comandada pela professora Kátia Shcweickardt.
O Cime desenvolve, na prática, os conceitos básicos da educação transformadora, que em Manaus já tem exemplos bem-sucedidos e reconhecidos internacionalmente, mas que, pela primeira vez, acontece de forma integrada entre as duas modalidades em um só espaço físico, contendo sala de música, biblioteca integrada à sala de informática, vestiários masculino e feminino, brinquedoteca, 12 salas de aula em cada um dos prédios, jardins e espaços compartilhados, como a quadra de esporte coberta e o auditório.
O aluno do 4° ano, Isaque Santos, 8, disse que gosta bastante de jogar futebol na quadra e fez questão de agradecer ao prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, pela construção do Cime. “Vou usar bastante a quadra para jogar futebol. Eu quero agradecer bastante ao prefeito, porque agora as pessoas carentes têm uma escola bonita para estudar e eu vou cuidar direitinho desse local. Se um amigo riscar as paredes, eu vou dizer para ele parar, porque isso aqui tudo é nosso. Eu quero que esse recado chegue até o prefeito”, disse.
O prédio do ensino fundamental é de dois andares e possui acessibilidade com piso tátil, sinalizações específicas, rampas e plataforma elevatória para pessoas com dificuldades de locomoção. Além disso, a unidade possui uma sala multifuncional, em que as paredes são móveis e as turmas podem se unir em um só espaço e os professores desenvolver atividades em conjunto.
“Todos nós estamos encantados com a estrutura dessa escola, que vem revolucionar a educação de Manaus com uma proposta pedagógica diferenciada. Isso já foi entendido, em pouco tempo, pelos professores e também pelos pais ou responsáveis, que pesquisam sobre a Educação Transformadora e o ensino integral. Acreditamos que uma aprendizagem humanizada e compartilhada alcança resultados muito mais positivos. E os pais dizem que, agora, conseguem acreditar em uma expectativa de vida melhor para os filhos”, comentou a gestora do Cime, Zilene Trovão.
O estudante do 6° ano, Miguel Araújo, 11, entendeu muito bem a nova proposta educacional. Ele, que também faz curso de música fora da unidade de ensino, conversou com a gestora e pediu para compartilhar o conhecimento dele com os alunos e, no contraturno, vai à escola todos os dias dar aula de música para os colegas, sempre acompanhado por um professor do Cime.
“A música traz incentivo para os jovens e isso já vai servir para o futuro de cada um. Por isso, pedi da gestora para compartilhar com outros alunos o que eu tenho aprendido no curso de música que eu faço na comunidade. Falei para a diretora que vamos criar um projeto e eu serei o professor e vou ajudar a transformar a vida de vários alunos nessa escola. Acho muito legal dar aula para os meus colegas”, explicou o artista.
Conteúdos
Todos os conteúdos abordados seguem a Proposta Pedagógica Curricular da Secretaria Municipal de Educação (Semed), mas as atividades são elaboradas em assembleia com a participação dos alunos, o que os torna protagonistas da aprendizagem e o professor o mediador nesse processo.
“Essa é uma proposta nova e interessante para mim. Convivemos com a ideia de que o professor é quem impõe a forma de dar aula e o aluno só aceita e faz o que é mandado. Agora, desenvolvemos outro formato de aprendizagem, ouvindo as crianças e aproveitando todo o conteúdo que eles já trazem de casa, nenhum deles é um papel em branco e nós atuamos como mediadores nesse processo. Dessa forma, as aulas se tornam muito mais interessantes, com resultados positivos e a gente vê que as crianças têm muito a oferecer”, declarou Débora Menezes, professora do 2º período.
Para fazer valer, a educação transformadora e integral precisa contar com a participação de todos. A dedicação e empenho dos pais ou responsáveis é fundamental para que o objetivo seja alcançado, que é tornar a escola um local de debates e conhecimentos múltiplos. “A escola é um local lindo e oferece uma educação muito boa, todo dia ela chega em casa contando que aprendeu algo novo. Hoje, ela já conhece as letrinhas do nome dela e me faz muito feliz”, contou a dona de casa Cleane da Silva, mãe da Ana Clara de Oliveira, 4, do 1º período.