A Prefeitura de Manaus realizou uma webconferência, na tarde desta quarta-feira, 14/9, com o tema “Conversando sobre a doença de Alzheimer”, voltada a profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS), com o intuito de aprimorar o suporte ofertado a idosos que vivem com a doença na cidade. A atividade integra a programação do “Diálogos na APS”, estratégia da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) para promover educação continuada da rede.
A webconferência foi transmitida da Escola de Saúde Pública de Manaus (Esap), das 14h às 15h, com link aberto ao público em geral. A chefe do Núcleo de Atenção à Saúde do Idoso da Semsa, Maria Eliny Rocha, lembrou que as ações relacionadas ao Alzheimer são intensificadas no mês de setembro, por conta do Dia Mundial da Doença de Alzheimer, no próximo dia 21.
“Nós envolvemos os profissionais de saúde da Semsa nessa discussão, porque são eles que lidam diariamente com os pacientes e seus familiares, então é importante reforçar o assunto para que eles orientem adequadamente quando necessário. A doença em si tem um estigma que faz com que a pessoa que tem o diagnóstico muitas vezes fica alheio do convívio familiar e até da sociedade e por isso precisamos divulgar e falar sobre a doença”, contou.
A psicóloga Ledina da Silva Lima, especialista em gerontologia e saúde do idoso, foi convidada pela Semsa para participar da webconferência, contribuindo com informações sobre a doença, suas características e prevenção. Além disso, ela destacou o papel da Associação Brasileira de Alzheimer em Manaus no apoio a famílias que precisam conduzir as alterações de comportamento que a doença gera.
“Falar da doença de Alzheimer é lembrar que é uma doença do cérebro, uma doença neurodegenerativa, ou seja, em que as pessoas perdem neurônios. Hoje, com avanço da medicina, já temos o diagnóstico da doença, e quanto mais rápido pudermos identificar o problema, mais rápido a gente vai poder tratar esse paciente”, informou.
Suporte familiar
A assistente social Georgina Sarkis, especialista em gerontologia e saúde do idoso, que fechou o trio de palestrantes, ressaltou a importância do suporte familiar adequado para que o idoso tenha uma melhor qualidade de vida, mesmo com Alzheimer.
“É muito interessante que essas informações cheguem até a nossa rede, em todos os Distritos de Saúde (Disa), porque muitas vezes quem faz o primeiro contato com os parentes são as equipes da Estratégia de Saúde da Família (ESF), as ‘casinhas’. Estamos hoje detalhando todo esse processo da importância da família conhecer a doença de Alzheimer e como ela vai se comportar, porque muitas atitudes não custam dinheiro, mas sim carinho e proteção”, afirmou.
Georgina acrescentou, ainda, que os profissionais observam que as famílias tratam o paciente de um modo pouco satisfatório, muitas vezes por não conhecer a doença, e por isso não entende que é a mesma que provoca o comportamento diferenciado do idoso.
“A gente sabe que é um momento extremamente difícil, é difícil aceitar aquele diagnóstico, mas a doença pode ser controlada se o ciclo familiar entender que aquele idoso precisa ser tratado de modo diferenciado, junto do tratamento clínico. É preciso escutá-lo melhor, ter paciência com ele, não brigar quando ele repete muito a mesma coisa, evitar atitudes de agressividade, entre outras atitudes”, pontuou a assistente social.
Texto: Semsa