Cinquenta e um venezuelanos não indígenas que estavam no espaço de acolhimento do bairro Alfredo Nascimento, zona Norte, foram transferidos, na tarde desta quinta-feira 14/3, para o espaço de acolhimento do bairro do Coroado, zona Leste. Eles serão inseridos futuramente no benefício de transferência de renda (aluguel social) da Cáritas Arquidiocesana.
A transferência tem o intuito de preparar as instalações dos dois abrigos da Prefeitura de Manaus, gerenciados pela Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc) para receber os venezuelanos do entorno da rodoviária, até o final do mês.
A Prefeitura de Manaus com o processo de transferência dessas 15 famílias de venezuelanos não indígenas, começa também a pôr em prática as estratégias que estão sendo discutidas em parceria com o Governo do Estado, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), Ministério Público Federal (MPF-AM), Cáritas Arquidiocesana e demais entidades, para o desenvolvimento e acolhimento das famílias que estão acampadas na área da rodoviária.
“Fizemos primeiramente um trabalho de sensibilização das famílias sobre a necessidade da transferência. Elas já estão sendo preparadas para receber o aluguel social oferecido pela Cáritas Arquidiocesana para futuramente”, relatou a secretária da Semasc, Conceição Sampaio.
Para o venezuelano Hender Garcia, que vive com sua família composta por mais quatro acolhidos, o poder público tem dado todo o apoio para que eles ganhem autonomia e possam viver independentes no Brasil.
“Eu e minha família, graças a Deus, temos um lugar para ficar neste acolhimento. Vou para o abrigo do Coroado, pois estou prestes a conseguir a transferência de renda (auxílio aluguel) da Cáritas Arquidiocesana, pois é uma tratativa com a Prefeitura de Manaus”, disse ele esperançoso.
As famílias que foram transferidas pertencem ao grupo de 100 venezuelanos retirados da rodoviária pelo executivo municipal, no ano passado, uma vez que ao longo de 2018, houve um grande fluxo de refugiados nessa área da cidade.
“Na época fizemos o acolhimento dessas famílias, visando à saída delas da vulnerabilidade extrema em que se encontravam. Elas participaram de várias atividades ao longo do ano e ainda estão sendo acompanhadas por uma equipe multidisciplinar de profissionais da área da saúde, educação e assistência social”, explicou a diretora do Departamento de Proteção Social Especial, Mirella Lauschner.
Algumas estratégias para sanar as necessidades dessa demanda, como o fluxo de saída dos abrigos, foram apresentadas em reuniões que ocorreram em meados de janeiro e fevereiro deste ano, no MPF-AM.
Estratégias
A Prefeitura de Manaus por meio Semasc, dando continuidade às tratativas para solucionar a demanda do fluxo migratório do entorno da Rodoviária de Manaus, se reuniu na última terça-feira, 12, com representantes do MPF-AM e da Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania (Sejusc) para elaboração de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), entre esses órgãos e demais instituições envolvidas no fluxo migratório.
O documento vai especificar o papel de cada uma das entidades envolvidas no fluxo migratório da cidade de Manaus, para que as ações voltadas a eles sejam desenvolvidas da melhor maneira possível. O encontro, também, teve o intuito de traçar as estratégias para que tão logo o acolhimento dos venezuelanos localizados na rodoviária seja realizado para os abrigos da Prefeitura de Manaus.
Atualmente, mais de 300 venezuelanos, entre indígenas e não indígenas, vivem no entorno da rodoviária de Manaus, na zona Centro-Sul.