A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), está capacitando profissionais de seis Unidades Básicas de Saúde (UBS) para ampliar a oferta do manejo clínico de pessoas vivendo com HIV. Atualmente, o município conta com três UBSs oferecendo o serviço na Atenção Primária à Saúde (APS).
A capacitação está sendo realizada no mês de novembro por meio do curso em Manejo Clínico em HIV na UBS, conduzido pelo Núcleo de Controle de HIV/Aids, Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e Hepatites Virais da Semsa, envolvendo a participação de um grupo multiprofissional das seis UBSs, dividido em quatro turmas.
Segundo a enfermeira Rita de Cássia, que participa da coordenação do curso, estão sendo capacitados médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, assistentes sociais, psicólogos e farmacêuticos das UBSs.
“A ideia é fornecer informações que vão desde a abordagem da pessoa que procura o serviço de saúde para realizar o teste rápido até o processo do acompanhamento clínico e a dispensação do medicamento antirretroviral, além de informar sobre cada fase do processo de implantação do serviço. A meta é que a ampliação do serviço ocorra gradativamente a partir de dezembro”, informou Rita.
No processo de preparação para ampliação da oferta do serviço, estão envolvidos profissionais das Unidades de Saúde: Carmen Nicolau e Carlson Gracie (zona Norte); Amazonas Palhano (zona Leste); Leonor de Freitas (Oeste); Lúcio Flávio e Vicente Palotti (zona Sul).
Na rede municipal, as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) Arthur Virgílio (zona Norte), Leonor Brilhante (zona Leste) e UBS Santo Antônio (zona Oeste) já realizam o manejo clínico de pessoas vivendo com HIV.
“O processo de implantação do serviço em Manaus foi iniciado no ano de 2016 na UBS Arthur Virgílio, que hoje acompanha aproximadamente 120 pessoas vivendo com HIV. A ampliação do serviço na APS, que é a porta de entrada do atendimento em saúde, é importante principalmente por facilitar o acesso da população ao serviço e por fortalecer a adesão ao tratamento. Outra vantagem é que o paciente vai receber um atendimento integral na UBS, onde poderá acessar serviços como o preventivo, receber vacinas e ter o acompanhamento, por exemplo, da diabetes ou hipertensão”, apontou Rita de Cássia.
Conduzindo o tema de “Manejo Clínico” no curso, o médico infectologista Vitor Araújo, que atua no Serviço de Atenção Especializada (SAE) em HIV/Aids da Clínica da Família Antônio Reis, lembrou que o atendimento clínico nas UBSs é direcionado para pacientes que estão com situação estável de saúde, ou seja, pessoas que têm o vírus do HIV, mas não apresentam sintomas da doença.
“O SAE, a princípio, deve atender casos de maior complexidade, quando o paciente chega com o diagnóstico tardio, já em casos de Aids, ou quando apresenta outras comorbidades que podem atrapalhar o manejo do HIV, como é o caso da tuberculose. Mas a maioria dos pacientes que atendemos no SAE são estáveis e poderiam ser acompanhados em uma UBS”, explicou o médico, lembrando que a ampliação do serviço para mais UBSs vai evitar sobrecarga no SAE, melhorando o atendimento para a população.
A médica Sara Saraiva, que é servidora da UBS Carlson Gracie, no bairro Nova Cidade (zona Norte), participou do curso e destacou que a equipe da unidade de saúde já realiza um trabalho de busca ativa de casos suspeitos de HIV/Aids, com a oferta do teste rápido para a população na rotina de atendimento.
“Hoje, quando há um caso positivo no teste rápido para HIV, a equipe da UBS orienta o paciente e encaminha para acompanhamento nos outros serviços de saúde. Como a Unidade de Saúde Carlson Gracie tem uma grande demanda no atendimento em geral, é esperado que se tenha uma demanda para o manejo clínico de pessoas vivendo com HIV”, afirmou Sara Saraiva.
Na rede municipal, as pessoas com diagnóstico positivo para HIV já podem ser acompanhadas por meio dos Serviços de Atenção Especializada (SAEs) na Policlínica Comte Telles, zona Leste; na UBS Ajuricaba, zona Oeste; na clínica da família Antônio Reis, zona Sul; e na Policlínica José Antônio da Silva, zona Norte; assim como nas UBSs Arthur Virgílio, Leonor Brilhante e Santo Antônio.
Fonte: Semsa
Fotos: Artur Barbosa/Semsa