Com o objetivo de aumentar a cobertura vacinal das populações prioritárias, a Prefeitura de Manaus realiza até as 17h deste sábado, 14/5, o “Dia D” da campanha de vacinação contra influenza e sarampo, disponibilizando 508 postos de atendimento ao público nos quatro distritos urbanos da capital.
A abertura oficial da mega-ação aconteceu às 8h30 na Unidade de Saúde da Família (USF) Ajuricaba, na zona Oeste, onde o titular da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), Djalma Coelho, destacou a importância da descentralização, para facilitar o acesso das pessoas aos imunizantes.
“É um princípio do SUS e é orientação do prefeito David Almeida que os serviços cheguem o mais perto possível do cidadão e este Dia D traduz exatamente isso, um grande movimento para levar vacina a todos os bairros e até mesmo aos vazios assistenciais, por meio de equipes volantes”, disse o gestor.
Além de oferecer a vacina em todas as unidades da rede municipal de saúde, a Semsa montou postos de vacinação em drogarias, igrejas, supermercados, lanchonetes, mercearias, shopping centers e outros pontos comerciais e sociais com livre circulação de pessoas.
Para o trabalho, foram mobilizados mais de 2 mil servidores distribuídos em equipes de coordenadores, vacinadores e apoio logístico e operacional.
Público-alvo
De acordo com o secretário, estão contemplados na campanha, até o momento, idosos com 60 anos ou mais, crianças de seis meses a menores de 5 anos; trabalhadores da saúde; grávidas; puérperas (mulheres com até 45 dias após o parto) e professores da rede pública e privada, que devem receber a vacina trivalente, eficaz contra três tipos de cepas do vírus (H1N1, H3N2 e linhagem B/Victoria).
Além desses, também começaram a ser vacinados contra a gripe os indígenas aldeados, atendidos por equipes do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) de Manaus.
Os sete grupos somam um público estimado de 455.143 pessoas (185.241 idosos; 159.789 crianças; 56.618 trabalhadores da saúde; 27.974 gestantes; 4.599 puérperas; 20.339 professores; e 583 indígenas) e a meta é vacinar, pelo menos, 90% desse total.
Já a vacina tríplice viral, que além do sarampo protege contra caxumba e rubéola, está sendo oferecida apenas para trabalhadores da saúde e crianças de 6 meses a menores de 5 anos, conforme recomendação do Ministério da Saúde. Neste caso, a meta é vacinar 95% das 216.407 pessoas que se enquadram nas duas categorias (159.789 crianças e 56.618 trabalhadores da saúde).
Djalma Coelho informou que o atendimento aos grupos prioritários segue nas 171 salas de vacinação das unidades básicas de saúde até o fim da campanha, previsto para o mês de junho, de acordo com o calendário nacional.
“É importante que a população saiba que a vacinação contra influenza só acontece durante a campanha e que, após a aplicação das doses disponíveis, o imunizante só volta a ser ofertado na campanha seguinte”.
Grupos
Ao todo, serão alcançados 17 grupos prioritários e após o recebimento de novas doses de vacina a campanha avança, no município, para os grupos ainda não contemplados: pessoas com deficiência permanente; Forças de Segurança e salvamento; Forças Armadas; caminhoneiros; trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de passageiros urbano e de longo curso (motorista e cobrador em exercício efetivo); trabalhadores portuários; funcionários do sistema prisional; adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas; população privada de liberdade; e pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais).
O secretário Djalma Coelho chamou a atenção, mais uma vez, para a importância da imunização e o risco de propagação do sarampo, doença que havia sido eliminada do Brasil e que foi reintroduzida em 2018.
“Com a cobertura vacinal abaixo do ideal e a ocorrência de casos recentes na região Norte, Manaus se torna especialmente vulnerável à doença e esse é um fator de preocupação”, alerta.
Segundo o secretário, enquanto os casos graves de sarampo se manifestam principalmente em crianças menores de dois anos, a gripe pode ser grave na população idosa.
O pai do pequeno Lucas Bentes, 1 ano, Jean Corrêa da Silva, estava atento ao alerta e foi um dos que chegaram cedo à USF Ajuricaba para que o filho fosse imunizado contra influenza e sarampo. “Aproveitei o sábado para proteger meu filho”, disse.
A aposentada Maria Lúcia Valente, 66 anos, preferiu se vacinar no posto temporário montado pela USF Redenção, no cruzamento entre as ruas Gurupi e Campo Grande, no bairro Redenção.
“Vim ao mercado e soube que estavam aplicando a vacina contra a gripe, então peguei o cartão de vacinação em casa e voltei para me vacinar”, disse.
Nas primeiras horas de atendimento, o movimento nas unidades de saúde era tranquilo e os maiores fluxos eram observados nos locais alternativos, principalmente nos pontos comerciais.
Controle
O acompanhamento das metas de vacinação está sendo feito pela Semsa, a partir de agora, com a ajuda de ferramenta tecnológica que permite a visualização dos percentuais de vacinação alcançados em tempo real, conforme a digitação dos dados em cada unidade de referência.
A subsecretária de Gestão da Saúde, Aldeniza Araújo, que monitorava as primeiras informações junto com a chefe da Divisão de Imunização, Isabel Nascimento, explicou que a plataforma vai facilitar a correção de rumos e a busca de estratégias diferenciadas para as localidades com baixa adesão às vacinas.
“Estamos diversificando nossos métodos de monitoramento e controle para adotar as estratégias necessárias a cada cenário e ter os melhores resultados na Atenção Primária à Saúde”, disse a subsecretária, destacando que a gestão municipal pretende não apenas alcançar as metas de campanha, mas aumentar a cobertura vacinal de todos os imunizantes oferecidos na rotina, principalmente os dirigidos às crianças de 0 a 14 anos.
Rural
Além da área urbana, a Semsa está intensificando a vacinação na área rural de Manaus, por meio de estratégias diferenciadas. Comunidades das regiões terrestres e ribeirinhas das calhas dos rios Negro e Amazonas, estão recebendo equipes de vacinação do Distrito de Saúde Rural, de acordo com calendário e logística adequados a cada região.