Prefeitura de Benjamin Constant monta força tarefa para ajudar a proteger a fronteira do Brasil contra a poliomielite

Com a confirmação do primeiro caso de poliomielite (paralisia infantil) em 32 anos no Peru, a Administração Municipal de Benjamin Constant montou uma força tarefa para apoiar os órgãos estaduais e federais de saúde na missão de impedir a entrada da doença em solo brasileiro.

Benjamin Constant está a 1119 quilômetros de Manaus, na mesorregião do Alto Solimões, fazendo fronteira com o país vizinho. Após receber o alerta do Ministério da Saúde, o município se organizou para fazer um plano de combate à doença, junto com as cidades Atalaia do Norte, Tabatinga, Islândia (Peru), com o Distrito Sanitário Especial Indígena Vale do Javarí e também com o DSEI Alto Rio Solimões. O objetivo é intensificar as ações de forma conjunta.

O prefeito de Benjamin Constant, David Bemerguy, conta que, assim que foi confirmado o caso no Peru, a Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA) começou a tomar providências imediatamente para proteger Benjamin Constant da doença. “Para a elaboração desse plano conjunto, representantes da SEMSA visitaram órgãos de saúde da cidade brasileira de Atalaia do Norte e da peruana Islândia, que faz fronteira com o nosso município. Também estamos trabalhando para intensificar a vacinação contra a poliomielite aqui em Benjamin. A comunidade peruana em que foi detectada a doença está numa região de difícil acesso, a duas horas de helicóptero daqui. Diante desses desafios, estamos unindo forças com outros órgãos para ajudar o estado e o Governo Federal no que for preciso. Estamos colocando nossa estrutura e nosso conhecimento da região à disposição de todos, para evitar o retorno dessa doença que já foi erradicada no Brasil. Benjamin está preparada para enfrentar essa situação,” afirmou David.

Como parte dessa força tarefa, o secretário de saúde de Benjamin Constant, Leusoney Farias, também organizou uma reunião nesta sexta-feira (31), com representantes de Atalaia do Norte, do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Vale do Javarí e com o coordenador da saúde do município de Islândia (Peru). Na ocasião, foi elaborado um fluxograma e um plano de contingência caso a doença seja detectada no Brasil. “Tomamos a iniciativa de formar um comitê de emergência para combater a proliferação da doença na região. Estamos fazendo um levantamento da situação vacinal, principalmente das crianças de zero a cinco anos de idade. O tipo de doença que foi detectado está relacionado ao baixo nível de cobertura vacinal. Estamos com um bom estoque das vacinas específicas e já fazendo coletas para serem analisadas em laboratório. Somente com um plano conjunto conseguiremos fazer uma imunização eficaz contra a poliomielite,” concluiu Leusoney.