Prefeitura alerta pessoas a partir de 40 anos sobre a importância de testes rápidos para detecção de hepatites virais

A Prefeitura de Manaus faz um importante alerta às pessoas com mais de 40 anos sobre a importância da realização de testes rápidos para detecção das hepatites virais, infecções consideradas silenciosas por não apresentarem sintomas específicos iniciais, podendo permanecer no organismo humano por décadas sem que sejam percebidas. O diagnóstico normalmente é realizado quando as complicações decorrentes da infecção começam a surgir, principalmente a partir da quarta década de vida do paciente.

A recomendação da prefeitura é baseada nos dados da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), que apontam que em 2022, do total de 576 casos de hepatites B, C e D notificados na capital, 76% estão relacionados a usuários com idade a partir dos 40 anos, faixa etária em que a possibilidade de evolução para a doença crônica e agravamento aumenta, devido ao diagnóstico tardio.

Na campanha Julho Amarelo deste ano, a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) vem reforçando as ações de orientação sobre as hepatites virais em suas unidades, enfocando a testagem rápida, uma medida fundamental para o diagnóstico e tratamento precoces. O resultado do exame sai em até 30 minutos.

A técnica da gerência de Vigilância Epidemiológica da Semsa, enfermeira Ana Elis Guimarães, explica que os testes rápidos podem ser realizados nas unidades de saúde da secretaria.

“O teste rápido permite o diagnóstico precoce, que por sua vez contribui muito para evitar complicações futuras, como é o caso de cirrose, câncer de fígado e necessidade de transplante do órgão. Outro fator positivo é que ao saber que tem a infecção, o usuário passa a adotar medidas de prevenção, impedindo que a doença seja transmitida a outras pessoas. Por isso, o ideal é que todos os adultos realizem o teste rápido para as duas formas com o maior risco de agravamento, que são os tipos B e C de hepatites virais”, assinala.

Ana Elis Guimarães acrescenta que a periodicidade de realização do teste rápido vai depender do risco de exposição que a pessoa tem a esses tipos de infecções. Mas o ideal é que os usuários que tenham uma vida sexual ativa, seja ela com parceiro fixo ou não, façam os testes anualmente.

“A mesma orientação serve para profissionais de saúde, trabalhadores de segurança pública como policiais, bombeiros, os de estética como manicures, tatuadores, entre outros”, aconselha.

Para a população em situação de rua, profissionais do sexo e pessoas que fazem uso de álcool e outras drogas injetáveis, inalatórias ou fumadas, o ideal é que a testagem aconteça uma vez a cada seis meses.

Fluxo

Nas unidades de saúde da Semsa, os usuários que têm resultado positivo precisam realizar exames laboratoriais para confirmar se estão diante de uma infecção ativa ou uma infecção passada, uma vez que há uma conduta para cada caso, inclusive nas situações em que já há complicações causadas pela doença. Uma vez confirmada a infecção, o usuário é encaminhado para especialistas para a definição da conduta e tratamento, de acordo com a necessidade.

O tratamento das hepatites virais é realizado na rede de atenção especializada, gerenciada pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM).

Curso da história 

O médico sanitarista Wagner Willian, reforça que a população precisa se conscientizar da importância de fazer o teste rápido, que é determinante para definir os rumos da vida de um paciente que pode estar com o vírus há anos sem saber. Ao realizar esse exame, a infecção é detectada, o tratamento é iniciado e as chances de cura são aumentadas.

Wagner explica que quando o paciente tem apenas o vírus da hepatite C, por exemplo, tem chance de 100% de cura, porque ainda não desenvolveu uma cirrose hepática, varizes no esôfago e outros quadros graves. As hepatites B e D não têm cura. No entanto, em todas elas, no estágio inicial, pode-se frear a evolução da doença para que não levem o paciente à morte.

“Em nossa rotina, vemos idosos em hospitais e Unidades de Terapia Intensivas, as UTIs, que poderiam estar numa condição bem melhor se tivessem feito o teste rápido, que viabiliza o tratamento. É importante que a população perceba que esses exames, que dão o resultado em alguns minutos, mudam o curso da sua história, permitindo uma história mais feliz”, acrescenta.

Os testes rápidos podem ser realizados em 190 unidades da Semsa. Os endereços e horários de funcionamento podem ser conferidos no link:https://semsa.manaus.am.gov.br/vigilancia-pidemiologica/acoes-epidemiologica/controle-ists-aids-e-hepatites-virais/ .

Prevenção

A enfermeira Ana Elisa explica que, independentemente da idade, as medidas preventivas devem ser adotadas por todos, incluindo a vacinação contra a hepatite A recebida aos 15 meses, que é feita na rede pública de saúde, que protege a pessoa a vida inteira.

“Na idade adulta os usuários com determinadas comorbidades, como as doenças crônicas do fígado, também têm acesso a esta vacina pelo Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie), que está localizado na Fundação de Medicina Tropical Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD). Há também a possibilidade de conseguir essa vacina pelos serviços privados de vacinação”, disse.

Para evitar a hepatite B, existe a vacina BCG, que é administrada logo após o nascimento. As doses subsequentes são oferecidas ainda na infância, porém, se o adulto não foi vacinado ou não tem como comprovar que tomou, pode e deve comparecer a uma unidade de saúde com sala de vacina da rede pública para receber o esquema vacinal.

“Caso a pessoa esteja sentindo algum sintoma da doença e/ou esteja ciente de uma infecção já instalada, é importante frisar que a vacina não vai proteger, por isso é fundamental que o adulto realize a testagem e siga com as demais medidas preventivas”, reforça Ana Elis.

Este ano, já foram registrados 136 casos de hepatites virais em Manaus, sendo 76 casos do tipo B, 46 do tipo C e 11 do tipo D, que podem ser causa de cirrose, câncer de fígado e até levar à morte se o paciente não receber o tratamento adequado e em tempo oportuno.

Campanha 

A assistente social Eliane Maciel Marques, de 48 anos, mesmo com a agenda corrida, decidiu ir à Unidade Básica de Saúde José Rayol, na avenida Constantino Nery, bairro Chapada, zona Centro-Sul, na última sexta-feira, 21/7, para fazer o teste rápido. A decisão foi motivada pela Campanha Julho Amarelo, da Prefeitura de Manaus.

“Eu vi que as hepatites podem levar a gente a ter uma cirrose e outros problemas graves. Então é muito bom fazer os testes rápido para a gente ver se tem o vírus. É preciso ficar de olho na nossa saúde, para se cuidar antes que o problema se agrave”, aconselhou.

Fonte: Semsa

Fotos: Divulgação / Semsa