Prefeito e primeira-dama visitam menor bebê prematuro do Estado, que nasceu na Maternidade Moura Tapajóz

A menor criança prematura a nascer e a receber alta no estado do Amazonas veio ao mundo pelas mãos da equipe médica da Maternidade Municipal Moura Tapajóz e, nesta sexta-feira, 23, recebeu a visita de cortesia do prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, da primeira-dama Elisabeth Valeiko Ribeiro e do secretário-chefe da Casa Civil, Arthur Bisneto. A história de luta, vida e superação da pequena Ieda Valentina Martins Trindade, que nasceu com 445 gramas e 29 centímetros, em 29 de dezembro do ano passado chamou a atenção pelo ineditismo e comoveu a todos, porque 80% das crianças que nascem com menos de 500 gramas vão a óbito.

Valentina deve receber alta na próxima segunda-feira, 26, porque já está pesando 1,750 kg e não possui impedimentos físicos ou neurológicos que justifiquem a permanência dela na unidade hospitalar. Conforme a coordenadora da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neo Natal da Moura Tapajóz, a médica neonatologista Paula Célia Dias Menezes, a partir da alta hospitalar, Valentina passa a ser acompanhada pela equipe multiprofissional da maternidade municipal até completar dois anos de vida. Segundo a médica, mesmo com a prematuridade e o baixo peso extremos, considerando os parâmetros médicos estabelecidos, o quadro de saúde de Valentina evolui muito bem.

“Já registramos aqui na maternidade Moura Tapajóz bebês prematuros que nasceram com 550 ou 600 gramas e que conseguiram sobreviver, mas nunca abaixo desse peso. Sempre temos uma preocupação extra com os bebês prematuros, mas a evolução positiva da Valentina surpreendeu e acrescentou uma responsabilidade extra para toda a equipe”, ressaltou a médica.

E foi também em reconhecimento ao comprometimento da equipe médica do hospital municipal que o prefeito Arthur, a primeira-dama Elisabeth e o secretário Arthur Bisneto estiveram na maternidade nesta sexta-feira. De acordo com o prefeito, os cuidados da equipe médica, comandada pela doutora Paula Célia, ajudaram para que o milagre na vida de Valentina acontecesse. Ele ressaltou também que o cumprimento do dever primeiro da Moura Tapajóz, que é o de preservar vidas, permitiu com que a Prefeitura de Manaus cumprisse com o seu dever em conjunto.

“Eu me sinto num momento muito particular de felicidade porque é uma maternidade pública municipal. Isso deveria até ser um trabalho do Governo do Estado e não da prefeitura, mas a gente aceita de bom grado. A Moura Tapajóz está indo muito bem, vai entrar em reforma e o fato de ter uma equipe muito boa, qualificada e que cuidou muito pessoalmente da Valentina ajudaram a operar esse milagre, esse milagre da vida. É uma vida que foi salva, é uma família que fica realizada, somos nós da Prefeitura de Manaus, profissionalmente dizendo, que cumprimos com nosso dever em conjunto”, afirmou.

Para a primeira-dama e presidente do Fundo Manaus Solidária, Elisabeth Valeiko, a coragem e a vontade de viver de Valentina por si só já chamam a atenção, mas ao se conhecer as particularidades do caso deste bebê e da quantidade de pessoas envolvidas nessa luta pela vida, entende-se que muitos milagres acontecem no dia a dia “pelas mãos” dos profissionais da maternidade.

“Sempre tive boas referências da maternidade Moura Tapajóz e da sua equipe de profissionais, mas quando soube do caso da Valentina, tive ainda mais vontade de conhecer de perto quem são essas pessoas que se dedicam tanto para que a vida prevaleça sempre. O caso da Valentina, que está com alta prevista para segunda-feira, me faz agradecer, primeiramente a Deus, em segundo lugar aos profissionais da maternidade, além de fazer um reconhecimento público a Ide Martins e ao Claudecy Trindade, pais da Valentina, que estão nesta luta com ela e que acreditaram que ela venceria e hoje estão com esse pequeno milagre nos braços”, destacou a primeira-dama.

O mesmo sentimento de gratidão aos profissionais envolvidos nos cuidados com a Valentina e com os demais bebês prematuros internados na Moura Tapajóz foi compartilhado pelo secretário-chefe da Casa Civil, Arthur Bisneto. Conforme Bisneto, a presença do prefeito Arthur, da primeira-dama e dele no local foi para dar mais forças a Valentina, como também para reconhecer os esforços e a dedicação aos profissionais da Moura Tapajóz que, em conjunto com a família e com a própria Valentina, tanto lutaram para que todas as dificuldades fossem superadas e para que ela se recuperasse em um tempo tão curto.

“O mérito todo de uma criança que nasce com 445 gramas, que está viva e prestes a receber alta é do trabalho de todas as pessoas que estão a serviço na Moura Tapajóz, desde os médicos até os serventes que limpam o chão. Obviamente que em primeiro lugar foi por graça de Deus, mas Ele também capacitou essas pessoas que cuidaram e que vão continuar cuidando da Valentina. Ela nasceu numa maternidade pública municipal, reagiu como o desejado, conseguiu se erguer e vai ter vida até os 100 anos, se Deus quiser. Desejo que ela tenha uma vida feliz, plena e de muitas conquistas”, frisou.

Prematuridade

Valentina deve receber alta nesta segunda-feira, 26, após quase três meses internada na maternidade recebendo cuidados intensivos. Com um quadro de Doença Hipertensiva Específica da Gravidez, a mãe de Valentina, a copeira Ide Lima Martins, 42, foi internada na Maternidade Moura Tapajóz dez dias antes do parto. “A mãe precisou ficar internada por causa da hipertensão arterial. Depois de avaliação médica, houve a recomendação por uma cesárea, considerando os riscos para a mãe e para o feto”, explicou a médica Paula Célia.

De acordo com a médica, após o nascimento, a bebê apresentou hemorragia intracraniana em grau 1, que é considerado baixo e, geralmente, não traz sequelas. “Também não registramos problemas de coração e por tudo isso, consideramos que ela tem um bom prognóstico de desenvolvimento e crescimento”, afirmou a médica.

Conforme a mãe de Valentina, a alta da filha representa uma grande vitória depois de tantos problemas enfrentados por ambas. Ide só pode ver a filha três dias após o nascimento. “Quando vi a nenê chorei muito e lembro que falei com a minha irmã de que não tinha esperanças, que somente Deus poderia ajudar e Ele mostrou que realmente existe, ajudando a Valentina. Tive uma gravidez complicada desde o início, sabia que iria batizar a minha filha como Valentina, de valente, ainda durante a gestação e aí está a prova de que ela realmente é valente. Só tenho a agradecer a Deus e a equipe médica por tudo o que fizeram por nós”, disse.

Acompanhamento

Todos os bebês prematuros que nascem na Maternidade Moura Tapajóz, administrada pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), recebem acompanhamento após alta na própria maternidade. No caso de Valentina, o acompanhamento na maternidade após alta hospitalar será feito a cada 48 horas, principalmente para verificação da amamentação e do ganho de peso, até que ela atinja 2,5kg.

“O extremo baixo peso de Valentina, que deveria ter nascido dia 29 de março de acordo com a primeira ultrassonografia realizada, exige um acompanhamento mais prolongado, devendo seguir por dois anos ou mais. É uma medida necessária para garantir que ela terá um acompanhamento adequado do crescimento e desenvolvimento como um todo”, finalizou a neonatologista, Paula Célia.

Fonte: Semcom