A bioeconomia amazônica tem obtido cada vez mais reconhecimento mundial e gerado diversas demandas nacionais e internacionais devido ao diferencial que a região oferece, tanto em diversidade de insumos quanto nas propriedades únicas que estes bens naturais locais podem proporcionar para vários segmentos produtivos. Por entender que há diversas oportunidades para ampliar atividades conjuntas que tenham por base este setor econômico, representantes da Japan External Trade Organization (Jetro) reuniram com o Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA), no fim de janeiro, para prospectar o mercado de inovação em bioeconomia.
A Jetro é uma organização oficial de Comércio Exterior e Investimentos do Japão, vinculado ao Ministério da Economia, Comércio e Indústria japonês. Os representantes da instituição, cujo escritório no Brasil fica sediado em São Paulo, buscam informações de setores de atividade econômica intensivas em bioeconomia que devem ser priorizados para prospecção de atividades comerciais para a Amazônia, complementando a matriz econômica vigente.
Assim, o diretor-presidente da entidade, Hiroshi Hara, o diretor do Departamento de Comércio Exterior, Hiroyuki Saito, e a analista de Comércio Exterior, Elina Kawaguchi, reuniram com o gestor do CBA, Fábio Calderaro, para entender sobre as atividades do Centro no fomento ao empreendedorismo biotecnológico local e os avanços obtidos pela instituição e seu corpo científico nos diversos processos desenvolvidos no CBA, em Manaus.
Potencialidades locais
O detalhamento do ecossistema de bioeconomia local, das atividades em prática e os avanços obtidos possibilitaram aos representantes da Jetro uma visão mais clara de como a biotecnologia promovida pelo Centro e seus diversos parceiros permite que este vetor econômico complemente as atividades da Zona Franca de Manaus (ZFM) e possibilite que o desenvolvimento socioeconômico possa alcançar comunidades regionais longe do grande centro produtivo, centrado na capital do Amazonas devido aos avanços do Polo Industrial de Manaus (PIM).
E é justamente devido às indústrias instaladas no PIM que a bioeconomia pode, e deve, ser alavancada, “uma vez que a indústria deve ser o motor que impulsiona essas atividades. Afinal, as demandas industriais permitem a atração de investimentos necessários ao fomento da biotecnologia e a integração das cadeias produtivas locais, estimulando o desenvolvimento que beneficie tanto quem está na base desta cadeia quanto o consumidor final”, destacou o gestor do CBA.
Investimentos internacionais
O diretor-presidente da Jetro afirmou que, historicamente, as empresas nipônicas investem no Brasil e no Amazonas e muitas outras demonstram o mesmo interesse. Após visita aos laboratórios do Centro, Hara afirmou que “empresas de base tecnológica japonesas, as startups, têm projetos que estão relacionados à biotecnologia. Pelos projetos em desenvolvimento no CBA, vemos a vasta oportunidade existente, informação que será passada às empresas japonesas, as quais incentivaremos a atuar em conjunto com as instituições da região”.
Na ocasião, os representantes da Jetro puderam reunir, também, com o analista de Comércio Exterior da Suframa, Arthur Lisboa, que apresentou um pouco da estrutura da Zona Franca de Manaus quanto à legislação, logística, diferenciais e oportunidades, dirimindo eventuais dúvidas dos visitantes.
Ao final da agenda, as instituições ratificaram o compromisso de expandir o contato para ampliar o debate sobre biotecnologia na Amazônia, com a possibilidade de realizar atividades, inclusive híbridas, que cheguem aos potenciais investidores internacionais que buscam contribuir para que a bioeconomia local alcance índices ainda melhores e gerem oportunidades para a sociedade local e mundial.
Fotos: Divulgação/CBA