Readequação da cadeia logística reduziu o desempenho da indústria em 37,1% na comparação com o mesmo mês de 2022
Levantamento da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – Abraciclo mostra que as fabricantes de bicicletas instaladas no PIM (Polo Industrial de Manaus) produziram 38.636 unidades em janeiro. O volume é 37,1% inferior ao registrado no mesmo mês do ano passado (61.437 bicicletas) e 165% maior na comparação com dezembro (14.580 unidades).
Ao avaliar o desempenho do segmento no primeiro mês deste ano, o vice-presidente do segmento de bicicletas, Cyro Gazola, afirma que a indústria enfrenta dois grandes desafios: um mundial e outro local. “O primeiro é a falta de insumos, que atinge todas as fabricantes do mundo. O outro é nacional, que exige que as fabricantes reprogramem o mix de produção para atender a nova demanda do mercado por modelos de médio e alto valor agregado”, explica. “Diante desse cenário, a indústria alterou todo o seu planejamento, que vai desde a cadeia logística até ajustes nas linhas de produção”, completa.
Gazola destaca, ainda, que a conjuntura econômica derrubou o poder de compra da população e, com isso, elevou os níveis dos estoques de modelos de entrada nas lojas e nos centros de distribuição.
Porém, apesar dessas dificuldades, as associadas da Abraciclo mantêm seus investimentos nas linhas de produção e em novas tecnologias. “É fundamental investir no aprimoramento dos processos fabris que vão resultar em ganhos de qualidade para oferecermos ao consumidor modelos com alto nível de qualidade e valor agregado. A bicicleta hoje faz parte do cotidiano dos brasileiros, seja para o lazer, nos deslocamentos urbanos ou na prática esportiva”, enfatiza.
Para este ano, a Abraciclo prevê a produção de 570.000 bicicletas, retração de 4,8% na comparação com o ano passado (599.044 bicicletas).
PRODUÇÃO DE BICICLETAS NO PIM | |||
JANEIRO 2022 | JANEIRO 2023 | % | |
UNIDADES | 61.437 | 38.636 | -37,1% |
Fonte: Associadas Abraciclo
Produção por categoria
Em janeiro, a categoria mais produzida foi a Moutain Bike (MTB), com 21.305 unidades e 55,1% do total produzido no polo de Manaus. Em segundo lugar, ficou a Urbana/Lazer (11.951 bicicletas e 30,9% da produção), seguida pela Infantojuvenil (3.127 unidades e 8,1%).
Confira o ranking mensal de produção:
PRODUÇÃO DE BICICLETAS NO PIM | ||||||||
JANEIRO/22 | DEZEMBRO/22 | JANEIRO/23 | ||||||
CATEGORIA | A | PARTICIPAÇÃO | B | PARTICIPAÇÃO | C | PARTICIPAÇÃO | C/A | C/B |
MTB | 40.008 | 65,1% | 5.109 | 35,0% | 21.305 | 55,1% | -46,7% | 317,0% |
Urbana/Lazer | 16.373 | 26,7% | 5.892 | 40,4% | 11.951 | 30,9% | -27,0% | 102,8% |
Elétrica | 1.491 | 2,4% | 1.067 | 7,3% | 931 | 2,4% | -37,6% | -12,7% |
Estrada | 457 | 0,7% | 748 | 5,1% | 1.322 | 3,4% | 189,3% | 76,7% |
Infantojuvenil | 3.108 | 5,1% | 1.764 | 12,1% | 3.127 | 8,1% | 0,6% | 77,3% |
TOTAL | 61.437 | 100,0% | 14.580 | 100,0% | 38.636 | 100,0% | -37,1% | 165,0% |
Fonte: Associadas Abraciclo
Distribuição por região
A região Sudeste foi a que recebeu o maior volume de bicicletas fabricadas no PIM. No total, foram enviadas 23.680 unidades, o que representa 61,3% do total produzido.
Em segundo lugar, ficou a região Sul, com 6.780 unidades e 17,5% da produção. Na sequência vieram o Norte (4.424 bicicletas e 11,5% do volume fabricado), o Centro-Oeste (1.943 unidades e 5,0%) e o Nordeste (1.809 bicicletas e 4,7%).
Exportações
No primeiro mês do ano foram exportadas 1.420 bicicletas, retração de 33,2% na comparação com o mesmo mês do ano passado (2.126 unidades). Em relação a dezembro, quando foram embarcadas 2.278 bicicletas, houve queda de 37,7%.
Segundo dados do portal Comex Stat, que apura os embarques totais de cada mês, analisados pela Abraciclo, os dois principais destinos foram os países do MERCOSUL. Em primeiro lugar, ficou o Paraguai (710 bicicletas e 50% das exportações), seguido pelo Uruguai (570 unidades e 40,1%). Portugal, que recebeu 135 bicicletas e 9,5% do volume total exportado, ficou em terceiro lugar no ranking.
Frases – Cyro Gazola
Vice-presidente do Segmento de Bicicletas da Abraciclo
“A indústria de bicicletas enfrenta dois grandes desafios: um mundial e outro local. O primeiro é a falta de insumos, que atinge todas as fabricantes do mundo. O outro é nacional que exige que as fabricantes reprogramem o mix de produção para atender à demanda por modelos de médio e alto valor agregado”.
“A indústria alterou todo o seu planejamento, que vai desde a cadeia logística até os ajustes na linha de produção”.
“A conjuntura econômica derrubou o poder de compra da população e, com isso, elevou os níveis de estoque de modelos de entrada nas lojas e nos centros de distribuição”.
“As associadas da Abraciclo mantêm seus investimentos nas linhas de produção e em novas tecnologias. É fundamental investir no aprimoramento dos processos fabris que vão resultar em ganhos de qualidade para oferecermos ao consumidor modelos com alto valor agregado”.
Foto: Abraciclo/ Divulgação