Apagão aéreo no Amazonas é tema de audiência pública na Câmara

Nesta terça-feira (3), foi realizada uma audiência pública na Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia, da Câmara dos Deputados, onde foi discutido o apagão aéreo da empresa MAP/Passaredo no Amazonas.

A reunião foi requerida pelos oito deputados federais que compõem a bancada amazonense. A companhia aérea enviou representantes para prestar esclarecimentos sobre o cancelamento de voos no estado que, além de prejudicar os passageiros, ameaça a economia dos municípios.

O deputado federal Capitão Alberto Neto (Republicanos/AM) enfatizou a preocupação em torno da operação da companhia no estado devido às dificuldades logísticas características do Amazonas, que torna a economia depende da aviação.

“Não há desenvolvimento do estado do Amazonas sem aviação. Isso tem que ficar claro. O mundo todo está discutindo a floresta Amazônica. E qual é o papel do nosso país? É levar infraestrutura. O Amazonas depende dos aeroportos e, hoje, nós sabemos que as condições dos nossos aeroportos não é boa”, disse.

Aeroportos

Outro ponto discutido durante a reunião foi a construção de outro aeroporto para alternância de voos com o Aeroporto Internacional de Manaus Eduardo Gomes. Alberto Neto questionou a possibilidade de utilização do aeródromo de Itacoatiara e de Ponta Pelada, na base aérea da Aeronáutica.

O secretário Nacional de Aviação Civil, Ronel Saggloro Glazman, explicou que o aeródromo de Itacoatiara está sendo estudado pelo órgão para que seja uma opção de alternância de voos ao aeroporto de Manaus. Ele também falou sobre a base aérea.

“Nós conversamos bastante com o comando da aeronáutica e existem questões muito sensíveis em termos de defesa. Ponta Pelada, hoje, é base de caças e também será base de Gripen, quando eles chegarem no Brasil. Parece ser uma pena porque lá já tem um terminal de passageiros adequado, a pista é bastante boa, mas por questões de defesa fica inviabilizado”, disse.

Apagão Aéreo

O problema de cancelamentos de voos pela companhia atingiu todo o interior do estado. Os municípios de Coari, Eirunepé e Tefé tiveram os voos suspensos a partir do 21 de outubro. A empresa emitiu o comunicado no site justificando que a interrupção foi necessária para adequação dos aeródromos.

No mês de outubro, passageiros que viajavam entre os municípios de Barcelos, São Gabriel da Cachoeira, Parintins, Carauari e Lábrea também sofreram com cancelamentos de voos.

A Infraero negou que os aeródromos estejam fora dos padrões necessários, exigidos pelas Anac para operar.

Melhorias

Em agosto deste ano, o deputado federal Capitão Alberto Neto enviou ao Ministério da Infraestrutura um requerimento de informações sobre projetos em curso para construção, reforma e ampliação dos aeroportos.

A resposta veio semanas depois, quando o órgão anunciou previsão para entrega de obras que estão sendo realizadas em aeroportos localizados na capital e interior do Amazonas.

De acordo com informações da Infraero, responsável pela administração dos aeroportos em Manaus, Tefé e Tabatinga, a prioridade de seus investimentos são projetos que geram “impacto positivo no atendimento a população isoladas”.

Segundo a Departamento de Investimentos da Secretaria Nacional de Aviação Civil, em 2019, já foram entregues equipamentos tipo pórtico detector de metais para as cidades de Parintins, Barcelos e Coari. São Gabriel da Cachoeira tinha previsão de receber o equipamento em outubro, que também seria contemplada com equipamento de raio-X. Eirunepé, Coari e Lábrea tiveram os equipamentos de raio-X entregues em agosto e setembro passado.