Pesquisador da Fiocruz Amazônia recebe homenagem por contribuições nos estudos sobre suicídio no Brasil

O epidemiologista e pesquisador da Fiocruz Amazônia Jesem Orellana recebeu homenagem na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas pela contribuição dada para a compreensão e enfrentamento do fenômeno do suicídio, em suas diversas nuances, por meio de pesquisas, palestras e artigos científicos, realizados ao longo de sua trajetória como pesquisador e chefe do Laboratorio de Modelagem em Geoprocessamento e Epidemiologia (Legepi), da Fiocruz Amazônia.

A entrega do diploma de reconhecimento, realizada em sessão especial em alusão ao Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio (10/09), ocorreu na quarta-feira, 11/09, por propositura do deputado estadual Jose Luiz, que é presidente da Frente Parlamentar de Cuidados e Prevenção à Depressão, Suicídio e Drogas do Poder Legislativo e Comissão de Prevenção à Depressão e Drogas da União dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale).

“Fiquei feliz e motivado com o honroso reconhecimento, pois reflete parte do nosso empenho de aproximadamente 12 anos investigando o suicídio no Amazonas e em nível nacional. É realmente gratificante saber que, de alguma maneira, a Fiocruz Amazônia está contribuindo para a compreensão e enfrentamento de tão complexo problema de saúde pública”, destacou Orellana, em seu pronunciamento na ALE- AM. Para o pesquisador, o Setembro Amarelo, é sem dúvida um período do ano que passou a fazer parte do cotidiano do brasileiro na luta contra o suicídio.

“No entanto, sabemos que precisamos ir além, não apenas com ações estruturantes no campo da saúde mental e do bem-estar da população, mas também com reflexões sobre a necessidade de mais ações individuais oportunas, empáticas e acolhedoras com as pessoas que estão em sofrimento, seja ele discreto ou mais nítido”, comentou.

Num recado direto às autoridades e ao público presente, Jesem Orellana salientou que o primeiro e mais importante ponto em relação ao suicídio é que se trata de uma causa de morte evitável, sobretudo em adolescentes e adultos jovens. “No Brasil, em particular, o suicídio tem apresentado preocupante tendência de aumento nos últimos anos, tanto na população geral, como em indígenas. Para se ter uma ideia, somente entre 2020 e 2023 foram registrados cerca de 62 mil suicídios no Brasil, em maiores de nove (9) anos, um número 50% maior do que o total de Palestinos mortos no desleal conflito com Israel”, informou.

E continuou: “Em 2022, o Brasil alcançou a sua maior taxa histórica de mortalidade por suicídio em maiores de nove (9) anos (9,3 por 100 mil hab.), o que evidencia a necessidade de mais progressos em termos de políticas públicas ao seu enfrentamento e prevenção, sendo o risco de suicídio entre indígenas no Amazonas, por exemplo, um dos mais desafiadores das Américas”, observou, em consonância com as falas dos especialistas, parlamentares e a titular da Secretaria Estadual de Saúde, Nayara Maksoud, presente à solenidade. “Esse evento serviu não apenas para reunir e evidenciar o esforço e o compromisso de diferentes atores no que tange à prevenção do suicídio no Amazonas, como também para quem sabe germinar uma agenda multisetorial e favorável à rede de atenção psicossocial no Estado, como destacado pelo Deputado João Luiz e pela Secretária de Saúde do Amazonas, Nayara Maksoud”, agradeceu Orellana.

MINIBIO

Pesquisador e Epidemiologista da Fiocruz Amazônia, membro da Coordenação colegiada da Comissão de Epidemiologia da Abrasco e coordena o Laboratório de Modelagem em Estatística, Geoprocessamento e Epidemiologia (Legepi). Colabora em projetos relacionados à COVID-19, à saúde e nutrição de populações vulneráveis, suicídio e outros tipos de violências e projetos relacionados aos efeitos negativos da emergência climática sobre a saúde humana. Além de suas contribuições acadêmicas, Orellana presta consultorias técnico-científicas à imprensa, sociedade civil organizada e órgãos de controle como o Ministério Público e Defensoria Pública, bem como legisladores de diferentes níveis.

Fotos: Divulgação / ALE-AM
Fonte: Fiocruz Amazônia