BRASÍLIA – Em entrevista à “Rádio Gaúcha” na manhã desta quinta-feira, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzon i, negou que o governo estivesse pensando em demitir um segundo ministro, o do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio . Marcelo é suspeito de envolvimento em caso de desvio de verba eleitoral por meio de candidatos laranjas do PSL , mesmo partido do presidente Jair Bolsonaro, em Minas Gerais.
Onyx disse que o governo e o presidente Bolsonaro “observam” a situação envolvendo o ministro, mas alegou que por enquanto a demissão não passava de “boataria”:
– Do ponto de vista da questão que envolve o hoje ministro Marcelo Álvaro Antônio trata-se de uma questão lá de financiamento da campanha em Minas Gerais, que está sendo apurado, a Polícia Federal está ouvindo e o governo observa, o presidente observa. Mas essa história (de possível demissão) por enquanto não passa de boataria – disse o ministro Onyx à rádio.
Onyx afirmou que se fosse comprovado responsabilidade direta do ministro do Turismo no caso das candidaturas laranjas, o presidente Bolsonaro poderia analisar e tomar uma decisão sobre a permanência ou saída dele.
– Tem que se dar o tempo também para que os esclarecimentos todos venham a público, aconteçam, aí claro, se houver alguma coisa de gravidade, de responsabilidade direta do ministro, o presidente vai analisar e tomar a decisão – explicou Onyx.
Estopim da Crise
A possibilidade de demissão de Marcelo Álvaro Antônio começou a ser levantada desde a crise que levou a demissão do ministro da Secretaria Geral, Gustavo Bebianno. Os desentendimentos entre Bolsonaro e Bebianno vieram a público após suspeitas de que Bebianno também estaria envolvido com casos de candidatos laranjas do PSL no estado de Pernambuco. Bebianno foi presidente interino do partido no período das eleições de 2018.
Nesta quinta-feira, durante a entrevista a rádio, Onyx disse que a demissão de Bebianno tinha relação com a ruptura na amizade e confiança entre ele e Bolsonaro e que o suposto envolvimento do ex-ministro da Secretaria Geral com candidaturas laranjas do PSL seria só o “estopim” da crise.
– O problema do ministro que foi afastado foi muito mais uma ruptura em uma amizade, uma série de incompreensões e de mal-entendidos. Pode ter tido o estopim lá na discussão sobre Pernambuco, foi talvez o início, mas a razão da exoneração foi uma certa ruptura de relação de amizade e confiança entre o presidente e o hoje ex-ministro Gustavo Bebianno – afirmou Onyx.
Fonte: O Globo