As lições de vida deixadas pelo luthier, músico e ativista socioambiental, Rubens Gomes, o “Rubão”, fundador da Oficina Escola de Lutheria (OELA), permanecem vivas e seguirão adiante, preservando o seu maior legado, cuidar do próximo. As ações terão continuidade pelas da viúva do ativista, a coordenadora-geral de projetos da entidade, Jéssica Gomes.
Com apoio dos funcionários da Petrobras, da Ação Cidadania e Slow Food, a OELA realizou a entrega de 118 cestas básicas e kits de higiene e limpeza para as famílias em situação de vulnerabilidade social, nos bairros Parque Mauá, Vila Mauá, Mauazinho 1 e 2 e Vila da Felicidade, na Zona Sul de Manaus. A ação social ocorreu na última quarta-feira (10).
“A OELA vem desenvolvendo nesses últimos três meses várias ações para reduzir o impacto da Covid-19 em comunidades e famílias em situação de vulnerabilidade do Amazonas e também do Amapá. Dentro dessas ações a gente trabalha com três frentes: uma de conscientização da comunidade, utilizando carros de som, faixas, panfletos. A segunda frente é com a prevenção do contágio com entrega dos kits de higiene, limpeza e EPIs. A terceira é a parte da segurança alimentar, com a distribuição das cestas básicas”, pontua.
Jéssica explica que a ação desta semana, que foi idealizada por Rubens, estava programada para acontecer no dia 29 de maio, mas acabou sendo adiada por conta do enterro do fundador da OELA.
“Diante da situação que está acontecendo com a pandemia. Com tantas famílias vulneráveis, sofrendo, entendemos que era de suma importância, mesmo neste momento de dor, saudade e tristeza, continuar fazendo o bem para o próximo. Essa é a nossa forma de matar a saudade, a forma de transformar a nossa dor em alegria para o próximo. Então, fazer o bem nos faz esquecer um pouco a dor”, explica Jéssica, que anuncia que a OELA vai seguir em frente para honrar o legado do luthier e ativista da floresta.
“O Rubens nos deixou um grande legado. Ele nos ensinou a cuidar das pessoas. E essa mensagem tem que ser como um rio. Tem que seguir adiante. Assim o Rubão estará sempre presente”, finaliza Jessica.
Morte
Ruben Gomes, que fundou a Oficinal Escola de Lutheria da Amazônia (OELA) no ano de 1998, morreu no último dia 28 de maio vítima de uma parada cárdio-respiratória. Ao longo de mais de 20 anos, a OELA, além de formar, aproximadamente, 2.300 alunos, no ofício de luthier, passou a se dedicar as causas ambientais, transformando-se na primeira lutheria do mundo a trabalhar com madeiras amazônicas, certificadas com o selo FSC (Forest Stewardship Council) de cadeia de custódia, que acompanha todo o processo de beneficiamento da madeira.