Gaitano Antonaccio
Ao contemplar a conjuntura que atravessa a humanidade desde dezembro de 2020, ao enfrentar a mais terrível Pandemia da História, o Brasil padece ainda de intrigas políticas, motivadas pela politização da justiça, controvérsias criadas por parte da mídia, que distorce declarações, interpretando a seu bel prazer, colocações de autoridades governamentais, e, ao ler o livro A Imprensa e o Dever da Verdade do mito Rui Barbosa, nas entrelinhas foi possível eu observar que, dos tempos de Rui até o ano de 2021, o que mudou no Brasil foi, cristalinamente, para o pior. Passo a explicar essa decepção que tanto me preocupa, como também ao povo brasileiro.
Sem lideranças políticas unânimes no país, não encontramos, pelo menos um militante, que possa nos inspirar confiança para comandar os destinos do país, com equilíbrio, espírito público, austeridade, competência e a coragem necessária para extinguir a corrupção e a roubalheira gritante provados e comprovados na imprensa do dia a dia, contaminando os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. As notícias nem sempre são merecedoras de credibilidade, porque são distorcidas na intenção de jogar uns contra os outros. Desapareceram os jornalistas que informam, e surgiram os analistas palpiteiros. Muitos não se contentam em dar as notícias, preferindo decompor o assunto, nem sempre mostrando ao povo, o verdadeiro sentido da informação, porque o fazem de acordo com suas conveniências e interesses próprios ou conduzidos.
A intelectualidade brasileira vem perdendo a participação amiúde, que se constatava nos tempos de Rui Barbosa, Machado de Assis, Joaquim Nabuco, José do Patrocínio, Silveira Martins, Santiago Dantas, e outros grandes oradores no Senado e na Câmara Federal. Alguns discursos atuais são todos proferidos por parlamentares componentes de uma maioria denunciada por corrupção e todos os tipos de falcatruas. O conteúdo da oratória se resume em declarações de defesa dos protagonistas, os quais, ao serem investigados, comprovam que além de ladrões do dinheiro público, são mentirosos, aproveitadores e enriquecem desonestamente.
Para completar essa conjuntura desastrosa, os cargos mais importantes da República, com raras exceções, estão ocupados por indivíduos que estão distantes de se definirem como exímios oradores ou dominadores das palavras, e, malgrado se constatar uma redução drástica e a muito custo, no sistema corrupto existente até o ano de 1918, quando tomou posse o senhor Jair Messias Bolsonaro, uma esperança do retorno à austeridade, mas, tem sido mais perseguido pela imprensa canalha, do que um criminoso comum. Além de enfrentar um STF, notoriamente insatisfeito com sua eleição e posse, e por esse fato, não o deixam governar, atendendo demandas articuladas pelos partidos de oposição, o que na opinião de grandes juristas, é inconstitucional.
Triste um pais, que se autodenomina, A Pátria Educadora e usa como carro chefe do cotidiano nacional, a CORRUPÇÃO enraizada entre alguns políticos e empresários forçados a aceitar esse modelo mafioso. A Imprensa Brasileira atônita com tantas notícias maléficas para informar, com tanta corrupção para noticiar, com tantos nomes ilustres até bem pouco tempo, e que de repente, são descobertos como ladrões do dinheiro público, assaltantes da Petrobrás, malgrado alguns jornalistas canalhas ainda tentarem poupá-los amenizando suas atuações, ou sequer noticiando a verdade, mostrando um indisfarçável desequilíbrio, inconformismo por não terem mais acesso ao dinheiro público, via petismo expurgado. Some-se a tanto descalabro as intervenções predatórias do STF que continuamente vive a soltar corruptos, provadamente identificados, exarando as mais absurdas sentenças que servem de contradição entre os seus membros e a sociedade apática.
Até mesmo sobre sentenças esdrúxulas, discursos mal redigidos, confusos, inexpressivos do ponto de vista de uma filosofia perversa, mentirosa, não surgem críticas corajosas, veementes e poucos são os que vêm a público para retaliar o Congresso Nacional, o STF. No livro de Rui Barbosa, citado no início deste desabafo, diz o mestre da política brasileira ás páginas 36:
“Mau governo, má imprensa – todos os regimes que descaem para o absolutismo vão entrando logo a contrair amizades suspeitas entre os jornais. Bem se sabe, por exemplo, o que, a tal respeito, foi o Império de Napoleão III. Mas na Alemanha, debaixo da influência bismarckiana, é que se requintou, em proporções desmedidas, e com inconcebível generalidade, essa anexação da publicidade ao governo.
E sobre o tema, arremata o douto político, no seu arrazoado:
Eis o que eu digo, o que eu disse, o que eu tenho dito, o que eu direi; e, se todos o não disserem comigo em alto e bom som, passo abaixo e todos o dizem, nem haverá quem o não diga. Assim, pois, de boca em boca, e de ouvido em ouvido, e de conversa em conversa e de sussurro em sussurro, neste dizer de toda a gente murmura, cresce, engrossa, por ai fora, a voz geral, o escândalo geral, a crença geral de uma prostituição de consciências mais contagiosa que a das mulheres de mau viver, de um messalinismo pior do que os dos lupanares, custeado às expensas do Tesouro Nacional ou dos tesouros dos estados, para burlar a Nação, endeusando os seus emporcalhadores, e atassalhando com ultrajes inauditos os seus homens de honra.
Em verdade, Rui já apregoava a necessidade de uma REDE SOCIAL para unir o povo contra o poder corrompido. Sem citar manifestações de ruas.
Conselheiro da Fundação Panamazônia, membro da Academia de Letras, Ciências e Artes do Amazonas – da Academia de Ciências e Letras Jurídicas do Amazonas, da Academia Brasileira de ciências Contábeis, da Academia de Letras do Brasil, da Academia de Letras e Culturas da Amazônia – ALCAMA; correspondente da Academia de Letras do Rio de Janeiro, idem do Instituto Geográfico e Histórico do Espírito Santo e outras.