Cultura

Noite de gala: “Flores Secas” estreia no Teatro Amazonas

Estreia foi marcada por casa cheia e aplausos acalorados para Arnaldo Barreto e equipe

Casa cheia, emoção e muitos aplausos. Assim foi marcada a noite de estreia de “Flores Secas”, curta-metragem roteirizado e dirigido pelo renomado artista amazonense Arnaldo Barreto, realizada neste domingo (02/03), e que agora, integra mais uma produção de sucesso para cenário artístico do estado. O palco escolhido para o lançamento do trabalho foi o internacionalmente conhecido Teatro Amazonas, cartão-postal da cidade de Manaus.

Ovacionado pelo público presente, o diretor de “Flores Secas”, Arnaldo Barreto, falou da felicidade em ver tantas pessoas reunidas para celebrar o cinema amazonense.

“Gratidão e felicidade definem este momento. Poder ver o teatro lotado para a estreia deste trabalho tão importante para mim reforça ainda mais a sensação de dever cumprido. “Flores Secas” reuniu uma equipe de mais de 60 profissionais, entre produtores, atores e técnicos, e poder ver o prestígio do público presente para com todos que fizeram esse filme acontecer é indescritível”, afirmou.

Marcado pela época da grande cheia do rio Negro, ocorrida na década de 50, e pela epidemia de febre amarela, o roteiro de “Flores Secas” foi construído e elaborado em 2015, logo após o diretor e também artista, Arnaldo Barreto, ter conquistado o prêmio de melhor ator no 37º Festival Guarnicê de Cinema, realizado em São Luís, no Maranhão, com o curta “Até que a última luz se apague” (2014), também roteirizado pelo amazonense.

Neste cenário, conta-se a história da personagem Dasdor, que vivia a frustração de não poder dar um filho ao homem amado. O caminho maternal da protagonista é encontrado através da personagem índígena Marepe’Í, que vive um dilema com a chegada da epidemia de febre amarela, no qual precisa abdicar da vivência com seu povo, para fugir da morte que assolava a aldeia.

Estreando profissionalmente no cinema, Vanessa Pimentel vive a protagonista “Dasdor”, em “Flores Secas”. Feliz por todo o trabalho executado, a atriz comemorou a oportunidade recebida.

“Poder atuar neste filme foi um verdadeiro presente e sou muito grata pela oportunidade de mostrar o meu trabalho no cinema profissionalmente. Viver a personagem foi um grande desafio, mas que foi superado diante de todo o suporte recebido pelo Arnaldo (Barreto), que esteve presente a todo momento, acompanhando e direcionando da melhor forma possível. Acredito que conseguimos entregar uma personagem carregada de emoção em um roteiro magnífico e eu só posso agradecer por tudo”, destacou.

Intérprete da personagem Francisca em “Flores Secas”, a atriz Rosa Malagueta falou com satisfação do resultado de todo o trabalho executado no filme.

“A estreia é sempre muito esperada e eu fiquei muito satisfeita com o resultado. A edição do filme ficou fantástica, a coloração também, eu achei que deu mais profundidade ao trabalho, uma vibração diferente, e tudo isso é resultado de uma produção sem igual. O cinema brasileiro merece um filme como esse e eu tenho certeza que esse filme vai a muitos festivais”, ressaltou.

Para Adriano Rodrigues, o Sebastião, de “Flores Secas”, poder ver o resultado de todo o trabalho realizado foi além das expectativas. “O filme tá lindo, trabalho bem feito e é uma pena ser um curta-metragem, porque o enredo é tão envolvente que a gente fica com aquela vontade de continuar assistindo. O Arnaldo conseguiu compactar tudo muito bem e passar a emoção dessa história. O público compareceu em peso e para nós, artistas, ver esse reconhecimento é algo incrível. Só podemos agradecer por todo esse apoio, que nos motiva ainda mais”, disse.

Com duração de 25 minutos e classificação indicativa “não recomendado para menores de 16 anos”, o curta-metragem “Flores Secas” conta com produção de Saleyna Borges e Cieny Farias; assistência de direção de Wallace Abreu; direção de arte de Hely Pinto; fotografia de Wiliams Ferry e Bruno Pereira, entre outros profissionais.

Com o lançamento do filme em Manaus, a próxima etapa será apresentar o trabalho em áreas rurais do estado, além da inscrição em festivais nacionais e internacionais.

Troféu das Artes 2025 – Para abrilhantar ainda mais a noite de estreia, Arnaldo Barreto deu o pontapé inicial na premiação Troféu das Artes 2025, projeto totalmente voltado para homenagear artistas que produzem no Amazonas e que contribuem para o engrandecimento da cultura no estado.

O primeiro a receber o prêmio foi o aclamado diretor, cenógrafo, dramaturgo e produtor, Wagner Melo, por sua contribuição ao longo de seus 60 anos de carreira dedicada às artes cênicas.
Em seguida, foi a vez da atriz, produtora e humorista, Rosa Malagueta, que recebeu a premiação por seus mais de 40 anos de contribuição com a cultura amazonense. Para Rosa, a homenagem foi muito especial.

“Receber um prêmio aqui na minha terra é algo que me faz ter mais orgulho ainda de tudo o que construí. Ganhei um troféu pelo meu trabalho, pelo que eu represento por essa cidade, aquilo que eu levo aqui do Amazonas, e eu só tenho a agradecer pelo reconhecimento, ainda mais recebendo o prêmio das mãos do Arnaldo Barreto, que é uma pessoa ímpar e que eu admiro muito. Estou muito feliz. Viva o cinema amazonense e viva o cinema brasileiro!”, destacou.

Investimento – Na fase de produção do filme, vale destacar a atenção especial dada aos detalhes do filme, que estão presentes na maquiagem, na arte, na fotografia e no figurino, com peças confeccionadas de forma personalizada, como roupas, acessórios, sapatos e visagismo, entre outros.

Tudo isso foi pensado para dar o máximo de autenticidade ao filme, que se passa em 1953, proporcionando um ar de nostalgia e, ao mesmo tempo, de ineditismo na área da produção. Além disso, todos os insumos para a realização de “Flores Secas” foram adquiridos em lojas da capital amazonense, como forma de contribuir com o desenvolvimento da economia na região.

Novidades – Após “Flores Secas”, outros trabalhos já estão em andamento, conforme explica Arnaldo Barreto.
“Estamos em fase de edição do longa-metragem “A noiva do Itamaracá”, que é um projeto lindo e vai ser lançado em junho. Temos também o filme “Cabras do capitão”, que tem uma pegada mais política e já estamos começando a verificar tudo para conseguirmos realizar esse projeto. Sendo assim, 2025 promete e já estamos trabalhando para elevar ainda mais a cultura do nosso Amazonas”, finalizou.

Apoio – Contemplado na Lei Paulo Gustavo, por meio do Edital Manaus Identidade Cultural Audiovisual, na categoria curta-metragem de ficção, o projeto conta com o apoio do Conselho Municipal de Cultura (Concultura), Secretaria Municipal de Cultura (Manauscult), Prefeitura de Manaus, Ministério da Cultura e Governo Federal.

Além disso, houve ainda apoio institucional da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, com cessão do Museu do Seringal Vila Paraíso, localizado na área rural de Manaus, e da Prefeitura do município de Iranduba, com a cessão das Ruínas de Paricatuba.

Fotos: Wiliams Ferry

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