Moura Tapajóz inicia programação do Agosto Dourado com apoio à amamentação e doação de leite

A Maternidade Dr. Moura Tapajóz (MMT), da Prefeitura de Manaus, deu início nesta quarta-feira, 2/8, à sua programação de atividades alusivas à Semana Mundial de Aleitamento Materno (Smam) e ao Agosto Dourado. Este ano, o tema definido pela Aliança Mundial para Ação de Aleitamento Materno (WABA, na sigla em inglês), e seguido pela unidade de saúde, é “Apoie a amamentação: faça a diferença para mães e pais que trabalham”.

O diretor da MMT em exercício, Álvaro Leandro Queiroz, esclareceu que o leite materno é conhecido como o “padrão ouro” da alimentação, porque é o alimento mais completo para o bebê, tendo tudo o que ele precisa para se desenvolver de forma saudável até os seis meses de vida. “É o alimento que tem todos os nutrientes específicos para cada necessidade do bebê e ainda estimula o desenvolvimento de seu sistema imunológico”, explicou.

A partir dos seis meses, a orientação do Ministério da Saúde é que o bebê continue sendo amamentado até os dois anos ou mais e seja introduzida alimentação complementar saudável.

Em 2023, a Smam objetiva apoiar mães trabalhadoras que amamentam. Por isso, a programação é voltada para a apresentação de perspectivas e necessidades de mães e pais que tentam conciliar rotina de trabalho e a amamentação, para que possam ser discutidas e implementadas alternativas, mudanças e intervenções nos locais de trabalho com o propósito de alcançar o fortalecimento da prática da amamentação.

“Dentre todos os desafios da amamentação para uma mãe, o retorno ao trabalho é um dos momentos mais delicados, porque, muitas vezes, independe da vontade da mãe de estar com seu bebê. Em geral, essa volta é necessária para o sustento da família, e, ainda assim, não deixa de haver julgamentos, dedos apontados, falta de empatia e de acolhimento. Embora só a mãe possa oferecer o seio como alimento, a família e a sociedade podem e precisam oferecer o colo para o suporte da amamentação”, observou a enfermeira neonatal Maria Alice Santos.

Publicado em 2021, o mais recente Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani) indica que, em 2019, apenas 45,8% das crianças menores de seis meses de todo o país eram alimentadas exclusivamente com leite materno. A meta estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que, até 2025, ao menos 50% das crianças de até seis meses de vida sejam amamentadas exclusivamente. Até 2030, a meta é que esse índice chegue a pelo menos 70%.

“É necessário apoiar todas as mães após o parto, mas aquelas que trabalham fora encontram dificuldades extras para manter a amamentação. Então, uma rede de apoio formada por pais, familiares, amigos, profissionais de saúde, e, posteriormente, também pelos empregadores, é essencial para garantir o sucesso do aleitamento, não apenas o exclusivo nos primeiros seis meses de vida, mas também para que as mães persistam amamentando nos dois primeiros anos, como preconizado pela OMS”, destacou a neonatologista responsável pelo Ambulatório Terceira Etapa Canguru, Follow Up e pelo Posto de Coleta de Leite Humano da MMT, Briza Claudiamara Rocha.

A médica acrescenta que as crianças amamentadas têm menos alergias, infecções, diarreias, doenças respiratórias e otites, menores chances de desenvolver obesidade e diabetes tipo 2, além de terem maiores oportunidades de possuírem melhor desempenho em testes de inteligência e de se transformarem em adultos mais saudáveis e produtivos.

O subsecretário municipal de Gestão da Saúde, Djalma Coelho, ressaltou que é uma meta da gestão municipal reduzir a mortalidade materna e infantil e disse que o aleitamento materno é uma das principais estratégias para atingir esse objetivo. “O aleitamento é capaz de reduzir em até 13% a mortalidade por causas evitáveis em crianças menores de cinco anos. É o melhor alimento para os bebês, com impacto enorme na saúde dos pequenos cidadãos, e é gratuito”, observou.

“Se os benefícios para os bebês não fosse razão suficiente para amamentar, já é sabido que a cada ano que a mulher amamenta o risco de desenvolver câncer de mama é reduzido em 6%. Isso é mais uma prova de que o binômio materno-infantil é algo sagrado e impactante e, por isso, a Prefeitura de Manaus não só apoia a amamentação, mas trabalha de todas as formas para facilitá-la, por meio de informação e orientação constantes, para toda a população”, complementou Djalma.

Para as mães, os benefícios da amamentação incluem, também, a redução de peso mais rápida no pós-parto e a diminuição dos riscos de diabetes tipo 2 e de câncer de ovário.

A consultora técnica do Ministério da Saúde na Coordenação de Saúde da Criança e Aleitamento Materno, Renara Guedes, lembrou que a licença maternidade não garante que a mulher vai amamentar, mas que estudos já comprovam o impacto positivo da estratégia para a amamentação.

“Os estudos mostram que mulheres que estão em licença maternidade têm muito mais chances de amamentar do que aquelas que não estão. Nesse momento, outros fatores são importantes, como a rede de apoio, sejam pais, mães, avós e vizinhos, e também salas de apoio às mulheres que amamentam nas Unidades Básicas de Saúde, que é uma das iniciativas que foram anunciadas e vão ser implementadas pelo governo federal”, anunciou a consultora.

As salas de apoio ao aleitamento materno permitem a coleta e armazenamento de leite por mães trabalhadoras, além de ser ponto de apoio e conforto para lactantes com seus bebês.

Durante o evento, também aconteceu o reconhecimento a Madaly Moama da Silva Marinho, maior doadora do posto de coleta de Leite Humano da Maternidade Dr. Moura Tapajóz no período 2022/2023, com 45.279 mililitros de leite humano doado no período.

“Essa mãe ter conseguido, além de amamentar seu bebê, também doar leite para os bebês que precisam durante esse período é realmente um ato de solidariedade digno de reconhecimento. É um grande desafio para nós, mulheres, conseguirmos conciliar o trabalho com o aleitamento, então é necessário todo um apoio e toda uma logística para que não deixemos de amamentar nossos bebês antes do momento oportuno”, destacou Loiana Alencar de Melo, chefe da Divisão de Ações Estratégicas da MMT.

A coleta domiciliar de leite humano pode ser agendada pelo telefone (92) 99240-8080 (somente mensagem de WhatsApp), de segunda a sexta-feira, em horário comercial, ou a doação pode ser realizada presencialmente na própria sede da maternidade, localizada na avenida Brasil, n° 1.335, bairro Compensa 1, todos os dias, no horário das 8h às 17h.

Também participaram da mesa de abertura, a diretora de Atenção Primária da Semsa, Francisca Sonja Alê Girão Farias; e a presidente do Departamento Científico de Aleitamento Materno, da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Rossiclei Pinheiro. 

Vídeos informativos

O mês do Aleitamento Materno no Brasil foi instituído pela Lei nº 13.435/2.017, que determina que, no decorrer do mês de agosto, serão intensificadas ações intersetoriais de conscientização e esclarecimento sobre a importância do aleitamento materno.

A Moura Tapajóz, no entanto, disponibiliza, de forma permanente, vídeos informativos com o objetivo de incentivar, promover, proteger e apoiar o aleitamento materno. Os links para os vídeos estão na página oficial da Maternidade Dr. Moura Tapajóz no site da Semsa (https://semsa.manaus.am.gov.br/maternidade-moura-tapajoz) e o conteúdo é voltado, tanto aos profissionais de saúde quanto à população em geral.

Os temas abordados incluem o papel da amamentação no desenvolvimento orofacial (face e boca) do bebê, a importância do aleitamento materno para o desenvolvimento nutricional infantil, e orientações gerais sobre a amamentação, como pega, posições para amamentar e sinais de fome do bebê.

“Se houver alguma dificuldade para amamentar, não recorram e nem aceitem imediatamente a fórmula infantil. Nesse momento, é importante procurar ajuda e orientação profissional, seja com um profissional particular, seja numa unidade de saúde pública ou na própria maternidade. A fórmula só pode ser utilizada em casos muito específicos e com recomendação médica. Não acreditem em mitos como de que seu leite é fraco ou coisas assim. Não existe leite fraco”, advertiu a neonatologista Briza Rocha.

Fonte: MMT/Semsa

Fotos: Divulgação / Semsa