O mercado financeiro revisou para cima a previsão da inflação, passando de 4,39% para 4,5%, segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (21) pelo Banco Central. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador da inflação no Brasil, está agora no limite superior da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para este ano. O cenário econômico segue desafiador, com ajustes nas estimativas para 2025 e nos próximos anos.
Previsões de inflação até 2027
O aumento na projeção da inflação reflete a tendência de elevação dos preços em diversos setores da economia. Para 2025, o mercado ajustou a estimativa para 3,99%. Já para 2026 e 2027, as expectativas indicam um controle maior, com projeções de 3,6% e 3,5%, respectivamente. O IPCA, que mede a variação dos preços para o consumidor, já acumula uma alta de 4,42% nos últimos 12 meses.
Impactos da taxa Selic no controle da inflação
O principal instrumento utilizado pelo Banco Central para conter a inflação é a taxa Selic. Atualmente em 10,75% ao ano, a Selic visa frear a demanda aquecida, tornando o crédito mais caro e, assim, reduzindo o consumo. Para 2024, espera-se que a taxa termine o ano em 11,75%. O controle da inflação é fundamental para manter a economia estável, mas as taxas de juros elevadas também afetam o crescimento econômico, tornando o crédito mais difícil e freando o consumo e a produção.
Crescimento do PIB e estimativa do dólar
A previsão de crescimento da economia também foi ajustada, passando para 3,05% em 2023, impulsionada pelos bons resultados do Produto Interno Bruto (PIB). A expectativa é que o crescimento desacelere em 2025, com uma taxa de 1,93%. Em relação ao dólar, o mercado projeta uma cotação de R$ 5,42 para o final deste ano, o que pode impactar diretamente nos preços de produtos importados e na inflação futura.
Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil