Diante do fenômeno da natureza da subida das águas do rio Negro, a Prefeitura de Manaus pretende agir para reduzir o risco de danos causados pela cheia, evitando impactos ambientais e socioeconômicos a partir de duas ações dentro do programa “Nosso Centro”, conforme medida de gestão do prefeito David Almeida.
As duas ações vão buscar soluções em relação às alagações provocadas pela cheia do rio Negro, procurando evitar o cenário encontrado atualmente, com a enchente recorde de 2021. Primeiro será executado um diagnóstico sobre a situação atual e detecção das cheias do rio, e posteriormente um estudo e projeto executivo de drenagem pluvial.
“Teoricamente se sabe que parte das inundações ocorre devido ao nível das galerias de drenagem. Com o aumento do nível do rio, elas acabam enchendo e existe o transbordamento. A previsão é de se realizar estudos hidrológicos, contemplando alternativas técnicas de soluções para as inundações provadas pelo refluxo das águas no sistema de drenagem existente, como também possível transbordamento do rio Negro”, explica o arquiteto e urbanista Pedro Paulo Cordeiro, diretor de Planejamento do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb).
O segundo será, a partir do estudo e projeto executivo, desenvolvidos, para colocar em execução obras de drenagem e outras para solucionar as inundações causadas pelo rio, para evitar o que acontece hoje. Ambas ações estão contempladas no projeto “Nosso Centro” com desenvolvimento nos próximos três anos e meio. As ações envolvem Implurb e as secretarias municipais de Infraestrutura (Seminf) e de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas).
Recorde
O rio Negro atingiu a marca recorde de 30,02 metros, sendo a maior cheia em 119 anos. A Prefeitura de Manaus se preparou desde o início da gestão do prefeito David Almeida para uma situação com o rio acima de 30 metros, como estava previsto pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM), e já atende mais de 4 mil famílias afetadas pela subida do nível das águas em 15 bairros.
Várias ações estão em curso para levar atendimento social e econômico aos atingidos pela subida das águas, incluindo o pagamento do “Auxílio Operação Cheia 2021”, “Auxílio Aluguel – Cheia 2021”, doação de milhares de cestas básicas, colchões, lençóis e kits de limpeza, construção de mais de 13 mil metros de pontes e passarelas de madeira em 21 bairros, e a entrega da primeira feira flutuante do Brasil, erguida pela Prefeitura de Manaus em uma balsa, que permite o funcionamento dos setores de peixe e carne da feira da Manaus Moderna. No local há condições sanitárias e segurança, durante o período de cheia. A feira deverá funcionar por cerca de três meses e, após a cheia, será usada para abrigar permissionários que tiverem que reformar o boxe.
Dentre outras ações realizadas, mais de 20 toneladas de cal foram aplicadas em quatro bairros de Manaus e continuam sendo diluídas nos demais que apresentam água parada, motivo que causa forte odor e pode proliferar doenças.
Nosso Centro
O amplo diagnóstico foi feito para o Plano Diretor do Centro, resultado direto das políticas urbanas da Prefeitura de Manaus, sendo parte da primeira fase do Programa de Desenvolvimento Urbano e Inclusão Socioambiental de Manaus (Prourbis), com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Foi a partir deste estudo analítico (físico, histórico, territorial e socioeconômico), sobre informações relevantes e de qualidade de questões urbanas, ambientais, sociais e de serviços para novas abordagens na área, que foi construída parte das ações para os quatro anos de gestão David Almeida.
O “Nosso Centro” tem cinco etapas desde a Ilha de São Vicente até a feira da Manaus Moderna, que foi construído durante cinco meses pela comissão técnica, resultando nas 38 ações para revitalização.
“É um projeto totalmente diferenciado, baseado nas melhores práticas urbanas e sustentáveis, com diversas técnicas de implantação para mobilidade ativa, caminhabilidade, ciclomobilidade e fachadas ativas. As pessoas que se deslocam a pé ou de bicicleta e conseguem aproveitar muito mais a cidade”, disse o diretor-presidente do Implurb, engenheiro Carlos Valente.