Parlamentar trouxe à equipe de transição dados que indicam recuo de investimentos na indústria, comércio e serviços de R$ 3,5 bi em 2010 a R$ 61,6 mi em 2023.
Em sua primeira reunião presencial com o Grupo de Trabalho da equipe de transição do governo, o deputado federal Marcelo Ramos (PSD-AM) denunciou a grave escalada do processo de desindustrialização do país. Dados do Portal da Transparência revelam uma redução de mais de 98% da fatia orçamentária destinada a induzir o desenvolvimento dos setores da indústria, comércios e serviços, estratégicos para a retomada do crescimento da economia brasileira.
“Os números explicam porque o país tem dificuldades retomar uma rota de crescimento econômico e de reduzir o desemprego. Em 2010, o Brasil aplicou um total de R$ 3,5 bilhões nestes setores estratégicos. Em comparação com o orçamento deixado pelo atual governo para estas ações, em 2023, de apenas R$ 61,6 milhões, observamos um recuo devastador de mais de 98% ”, diz o parlamentar.
Marcelo Ramos diz, ainda, que não existe país próspero sem uma indústria forte e propôs uma reformulação no orçamento, que contemple mais investimentos diretos nos setores da Indústria, comércio e Serviços, maiores polos de geração de emprego no país.
Ele sinalizou, ainda, outro problema que acentua o esvaziamento do parque industrial brasileiro. “Não podemos seguir nesta escalada permanente de desonerações das alíquotas do Imposto de Importação (II), feita pelo governo atual, que contribuiu para o esvaziamento da indústria, já que a abertura comercial não vem calibrada com redução do chamado Custo Brasil, sem qualquer estratégia e sem diálogo com os setores impactados”, acrescentou.
Mais investimentos em bioeconomia- Sobre portaria recente, publicada pelo governo federal, que trouxe mudança estrutural nas Leis de Informática da Zona Franca de Manaus e do restante do país, Ramos diz que as alterações quebram um pacto firmado nas quando da formulação das novas leis, já aprovadas e sancionadas. “Nosso objetivo final é propor o ‘revogaço’ desta e outras portarias, de modo a dar mais flexibilidade aos investimentos em Pesquisa & Desenvolvimento para aplicação em pesquisas no setor da bioeconomia”, afirmou.